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por Waldenir A. Cuin

 

Evitar bebidas alcoólicas em eventos beneficentes


“O assunto não é difícil. Cachaça, meu caro João, Recorda simples tomada. Que liga na obsessão” (Cornélio Pires/Francisco C. Xavier, no livro Diálogo dos Vivos.)


“A obsessão mundial pelo álcool, no plano humano, corresponde a um quadro apavorante de vampirismo no plano espiritual” (J. Herculano Pires, no livro Diálogo dos Vivos.)


Ante a realidade científica, ninguém ousaria contestar a assertiva de que a bebida alcoólica é fonte de inumeráveis malefícios ao corpo e ao caráter das criaturas.

A ingestão de alcoólicos nenhum benefício oferece ao ser humano, antes, mesmo em doses diminutas, só proporciona prejuízos. Trata-se, portanto de hábito nefasto, pernicioso e abrangente, que faz doentes, cria ambiência para intrigas e confusões, oferece base para a violência, é responsável por acidentes de trânsito, sendo componente desagregador de famílias, esparramando medo e insegurança no contexto social, isso no plano físico, já no espiritual é fonte abundante de combustível usada pelos Espíritos inferiores em processos de vampirização contra os consumidores.

Portanto, não coaduna com os ensinamentos evangélicos e nem com as valiosas orientações ofertadas pelos Espíritos benfeitores, caminhando na contramão da lógica e do bom senso.

Obviamente, diante de tantas e claras informações, nenhum estudante do Espiritismo poderá alegar ignorância quanto à gravidade do assunto.

Se assim é, soa contraditório e causa indignação o uso de bebidas alcoólicas em eventos e promoções beneficentes patrocinados pelas casas espíritas.

Alegam alguns confrades que, principalmente em eventos onde são oferecidos alimentos, se não houver a presença de bebidas alcoólicas, vendem-se menos ingressos, e, portanto, a renda poderá ser menor, comprometendo o sucesso da empreitada.

É inegável a necessidade de recursos financeiros visando à construção e à manutenção de prédios, programações assistenciais e de promoção humana que os núcleos espíritas se esforçam para manter, com a salutar proposta de contribuir para a edificação de uma sociedade mais justa, fraterna e humana, mas obter tais recursos com o auxílio de tóxico, que desfigura o corpo e violenta o caráter? Seria o mesmo que tentar apagar um incêndio jogando gasolina.

Em estudos, palestras, seminários e outros, nos centros espíritas, o vício é constantemente combatido, ações são desenvolvidas objetivando alertar as pessoas sobre os prejuízos decorrentes dos tóxicos, inclusive o álcool. Livros valiosos e esclarecedores foram escritos por benfeitores espirituais e por autores encarnados, mostrando as consequências da “tragédia engarrafada”, no entanto, em busca de dinheiro podemos ignorar tudo isso? Onde a nossa coerência?

Incentivamos o vício em promoções beneficentes, alegando erroneamente ser uma boa causa, para posteriormente dizer aos que frequentam os núcleos espíritas que precisam combater o álcool. Como pedir às nossas crianças, adolescentes e jovens que evitem bebidas alcoólicas se contribuímos para a sua disseminação e consumo?

Por certo, nos eventos que realizamos, onde bebidas alcoólicas são oferecidas, os resultados financeiros poderão ser melhores, mas trata-se de postura ilusória, pois que gastaremos mais, também, no socorro daqueles que incentivamos ao consumo alcoólico.

Ainda, o Espiritismo é uma doutrina eminentemente esclarecedora, tendo a firme proposta da educação das criaturas, assim, quando promovemos nossos eventos beneficentes, sem a presença de bebidas alcoólicas, estamos contribuindo, sobremaneira, para consolidar a nossa  convicção nas valiosas lições de Jesus, e, indiscutivelmente, colaborando para o combate de tão degradante hábito.

Por certo, os benfeitores espirituais, que em nome de Jesus apoiam todos os agrupamentos solidários e fraternos, que lutam em prol do bem, inspirarão outras maneiras e formas que se obter os recursos financeiros que sustentarão as obras baseadas no amor. “Porque, onde estiverem dois ou mais reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Jesus – Mateus 18:20.)

Reflitamos....



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita