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por Hugo Alvarenga Novaes

 
A verdade de cada um


Caro leitor, gostaria de fazer-lhe uma pergunta: O que é a verdade?

Para este questionamento teria a seguinte colocação: o “Novo Dicionário Aurélio – Século XXI”, nos dá vários significados para este vocábulo. Um deles é: “Coisa verdadeira ou certa”. Mas, o que é realmente correto? Cada indivíduo tem a sua própria verdade, e crê que esta, segundo o seu intelecto e, também, com o seu conceito de moralidade, detém a razão exclusiva dos fatos que o rodeiam.

Pequenas coisas do nosso cotidiano, como, por exemplo, o frio, a escuridão, o mal e a morte, se analisados por diferentes pessoas, não terão o mesmo entendimento, além de poder estar completamente fora daquilo que realmente é. Vejamos:

Primeiramente o frio: segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade, é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado, quando tem ou transmite energia, mas é pelo calor e não pelo frio que isso ocorre.

Agora a escuridão: ela é somente a ausência de luz. Podemos estudar a primeira, mas não a segunda. Percebemos isto no prisma de Newton que decompõe a luz branca em várias cores, com seus diferentes comprimentos de onda. Uma tênue luminosidade rasga as trevas, iluminando-a por onde passar. Então, a escuridão é um termo criado para descrever o que acontece quando não há luz presente.

Quanto ao mal, dizemos, com absoluta certeza, de que este é simplesmente a ausência de Deus. É, como dissemos anteriormente, um termo que foi inventado para se designar a carência da Divindade. O Nosso Pai Maior não criou o mal, que se manifesta em função do fato de alguns homens não possuírem a Lei Divina guardada em seus corações. É semelhante ao frio que surge quando não há calor ou, também, como a escuridão que acontece quando não há luz.

Finalmente, examinemos a morte. Sabemos que, além do corpo físico, temos um Espírito imortal.

A ciência demonstra-nos que aquilo que chamamos de morte é somente a cessação do funcionamento de órgãos vitais, necessários à manutenção da vida de nosso envoltório corporal.

A Bíblia, em Jo, 6:63, mostra-nos que a nossa carne, a qual é a vestimenta do Espírito, é sem valor, porquanto é nele que devemos buscar a importância de nossa vida. Vale dizer que o nosso envoltório corporal tem sim sua validade, afinal de contas, aprendemos com o Espiritismo cerca de 2000 anos depois da vinda do Divino Mestre, quando a humanidade já estava preparada para o ensino palingenésico, que o invólucro é preponderante para resgatarmos os débitos passados. Na mesma obra literária, o apóstolo João fala-nos claramente que Deus é Espírito (Jo, 4:24). Eis aí o que nós podemos considerar como sendo a nossa única semelhança para com o Criador. Mas isso é um outro assunto.

Voltemos ao tema principal.

Também em Lc, 20:27-38, o Sublime Carpinteiro, respondendo a alguns saduceus sobre a situação de uma mulher que teria casado com sete irmãos, perguntam ao Divino Rabi, de qual deles ela seria esposa quando acontecesse a ressurreição dos corpos. Disse-lhes Ele de forma clara que somente casam-se aqueles que ainda estão vinculados a um corpo físico. Entretanto, os que já se encontram no Plano Espiritual não se unem maritalmente, por ser esta junção algo que acontece estritamente entre seres jungidos à matéria. Outra coisa, se Deus é Deus de vivos (Lc, 20:37-38), então todos os que morreram fisicamente continuam, no outro lado da vida, espiritualmente vivos. Foi o que Jesus quis dizer nessa passagem citando Abraão, Isaac e Jacó, que já haviam morrido, como sendo plenamente vivos. Fato que fica categórico no versículo 38, onde ele afirma que o Nosso Pai Maior considera como vivos todos os Espíritos, independentemente de sua condição, se estão vivendo na matéria ou não.

Jesus, em Jo, 14:6, diz que, dentre outras coisas, Ele próprio é a verdade. Fala-nos também, em Jo, 8:32, que a verdade ajudar-nos-á a libertar das imperfeições. Desta forma, o Divino Mestre Nazareno dá-nos uma ideia para ficarmos livres ao se referir à libertação espiritual do indivíduo, através de um conhecimento irrepreensível.

Concluímos, conforme a narrativa deste texto, ser a morte uma grande ilusão, apesar de também ela nos aparentar uma realidade, como o frio, a escuridão e o mal; assemelhando-se assim a uma miragem que engana um viajante no deserto.

Ultimando este nosso estudo, afirmamos que a “verdade absoluta” somente Deus a possui.
 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita