Internacional
por Charles Kempf  

Ano 12 - N° 594 - 18 de Novembro de 2018

Divaldo Franco: “A tecnologia evoluiu, mas não nos trouxe a paz íntima”


O orador esteve no mês passado em Paris, a convite do Grupo de Estudos Espíritas Joanna de Ângelis


O evento se deu no dia 17 de outubro, em uma sala lotada no Marriott Rive Gauche Hotel em Paris, quando o público francês teve a satisfação de acolher novamente os oradores Divaldo Pereira Franco e Juan Danilo Rodriguez.

Depois de uma longa sessão de autógrafos, Armandine Dias abriu o evento com a exibição de um filme sobre a Mansão do Caminho e, na sequência, a apresentação de Juan Danilo Rodriguez, a quem, em seguida, deu a palavra.

Em sua fala, Juan Danilo apresentou o trabalho realizado pela Mansão do Caminho, de Salvador (BA), que tem como objetivo ensinar e servir, e citou três novos projetos lançados recentemente:

1)  TV Mansão do Caminho, especialmente contendo as conferências proferidas por Divaldo Pereira Franco;

2)  A abertura de uma escola secundária para os jovens, o último passo antes da Universidade;

3)  A abertura de uma sala especial para crianças com autismo ou outros distúrbios comportamentais.

Juan, em seguida, aprofundou o último projeto de que ele trata particularmente. Ele falou sobre o autismo, que impõe ao indivíduo dificuldade em expressar sentimentos e cujos principais sintomas são: dificuldade de comunicação social, a reciprocidade, dificuldades de linguagem, mutismo seletivo.

Segundo ele, as estatísticas mostram que o número de casos diagnosticados está aumentando continuamente: em 2000, 1 em 80 pessoas era autista, em 2008, 1 em 70 pessoas, e hoje 1 em 50.

Ele apresentou então um registro histórico dos estudos de autismo desde a 2ª Guerra Mundial e mostrou a diferença que existe entre autismo e esquizofrenia.

Depois de várias considerações sobre o tema, Juan terminou citando as questões 367 a 370 d´O Livro dos Espíritos, sobre a influência do organismo sobre o espírito, que é provavelmente o caso de autismo, incluindo a síndrome de Asperger. "Educar uma criança com autismo é um desafio!” – afirmou o palestrante.

Na sequência, Armandine apresentou a biografia de Divaldo Pereira Franco, passando-lhe em seguida a palavra.

Divaldo convidou a todos para fazer uma viagem em busca de nós mesmos, dentro de nós mesmos. Hoje, disse ele, temos um monte de coisas externas, mas enfrentamos muitas deficiências internas. “A tecnologia evoluiu, mas não nos trouxe a paz íntima” – afirmou o orador. A felicidade não é para aparecer em redes sociais ao ter uma vida vazia, o que provoca depressão, transtorno do pânico, suicídio... O ego nos leva a enganar, explorar os sentimentos dos outros, a fim de dominar.

Allan Kardec definiu o Espiritismo como uma ciência, com fundamentos filosóficos sólidos e consequências éticas e morais que são a base de todas as religiões. Mas não tem rituais, cultos, hierarquia sacerdotal. Sua base é o amar ao próximo como a si mesmo.

Em sua exposição, Divaldo mencionou a pesquisa feita no Canadá sobre o cérebro humano, com a participação do Dr. Vilayanur Ramachandran, cujo resultado mostra a presença de uma área de luz inexplicável que se amplifica quando se diz o nome de Deus.

Ele falou então sobre o teste de QI inventado no início do século XX pelo francês Alfred Binet e por Theodore Simon, bem como sobre a inteligência emocional (EI), cunhada por Daniel Goleman em 1995, na sequência da verificação de que o critério QI, unicamente considerado, não era suficiente.

Algum tempo depois, em 2000, Danah Zohar desenvolveu o conceito de Inteligência Espiritual (IS), que não reside apenas no cérebro, mas revela uma inteligência superior que se materializa na área brilhante mencionada acima. Um velho chinês usou a imagem de uma flor de lótus que cresce na imagem da área luminosa. Os médiuns videntes também confirmam que no processo da desencarnação o último ponto de ligação do espírito com o corpo está no chakra coronário.

Danah Zohar descobriu a filosofia espírita em Zurique em uma reunião do Movimento Você e a Paz, e desde então mostrou-se interessado.

Divaldo lembrou, em seguida, o enorme trabalho realizado por Kardec para a codificação espírita, que envolveu a participação de mais de 100 pessoas de várias partes do mundo e idiomas diversos. Naquele tempo, as condições de viagem eram muito diferentes e menos confortáveis do que hoje.

Referindo-se à relação entre Ciência e Espiritismo, Divaldo lembrou o que Kardec escreveu em sua derradeira obra, A Gênese: “O Espiritismo marcha ao lado do materialismo, no campo da matéria; admite tudo o que o segundo admite; mas, avança para além do ponto onde este último para. O Espiritismo e o materialismo são como dois viajantes que caminham juntos, partindo de um mesmo ponto; chegados a certa distância, diz um: ‘Não posso ir mais longe’. O outro prossegue e descobre um novo mundo.”

O Espiritismo, voltado para o futuro, trabalha para uma sociedade melhor e nos fornece respostas às aflições atuais.

Jesus nos enviou o Consolador, que é o Espiritismo nos mostrar o caminho para a felicidade. Todo mundo tem problemas, doenças etc. Por isso não desanimemos, mas amemos, sem deixar espaço para o mal.

O Espiritismo traz-nos paz interior.

Divaldo concluiu dizendo que, apesar do progresso tecnológico que o mundo experimenta, nós perdemos a paz: “Deus é amor, e todo mundo quer a paz. Boa vontade para criar o mundo de regeneração. Você tem que acreditar em Deus, a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas”.
 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita