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por Yé Gonçalves

 

Tempos de desafios

Quando ouvimos a fala sobre tempos de desafios, logo imaginamos uma situação ou situações de grandes dificuldades; e, se não tivermos o cuidado e a vigilância necessários ao nosso bem-estar mental, poderemos nos resultar em transtornados da vida privada.
Vida privada, sim! É a expressão mais adequada para a ocasião em pauta, tendo em vista que, embora os tempos de desafios estejam para todos os envolvidos nesta oficina Terra, a maneira que cada qual se posicione diante das situações adversas, desafiadoras, é de total particularidade.
Em uma situação de enfermidade, ou de uma crise financeira, ou de um problema de relacionamento conjugal, ou diante de uma perda qualquer, uma determinada pessoa poderá encará-la como se fosse o desfecho da vida, entregando-se ao desespero ou até mesmo a uma profunda depressão. Outras poderão enfrentá-la com naturalidade, entendendo e compreendendo o porquê dessa situação por que está passando, procurando tirar proveito positivo desses momentos de reflexões e de resignação, buscando o crescimento pessoal, social, moral e espiritual.
Disse Jesus, através do Evangelho de João, capítulo 16, versículo 13, que no mundo teremos aflições; mas, que tenhamos bom ânimo, porque Ele venceu o mundo.
As aflições, já sabemos, fazem parte desta oficina Terra, onde estamos encarnados, que é o mundo onde vivemos e convivemos com situações diversas e adversas. E que, muitas das vezes, culpamos essas situações pelos nossos fracassos, e damos hospedagem ao sofrimento.
A recomendação de Jesus para que tenhamos bom ânimo, porque Ele venceu o mundo, nos dá a liberdade de seguirmos em frente com os nossos propósitos de vida, com os nossos desafios, para vencermos, não apenas o mundo exterior, mas, acima de tudo, o mundo interior, aquele que está instalado dentro da consciência de cada um de nós em particular.
Logo, precisamos entender e compreender que as forças negativas do mundo exterior não têm a competência de nos colocar em estado de sofrimento; mas a maneira negativa como vivemos e convivemos no mundo interior, ou seja, o da consciência, é que vai nos colocar em posição de sofrimento diante das adversidades do mundo exterior.
Então, eis o grande desafio de vencermos a nós mesmos;

de domarmos as nossas más tendências, adestrando-as ou educando-as para o serviço do bem;
de renunciarmos e negarmos a nós mesmos, em favor do bem-estar, da harmonia, da paz da convivência, em sintonia com as leis divinas;
de carregarmos as nossas cruzes, sem murmurações, com desprendimento de nós mesmos.
Eis os tempos de desafios, que são todos os tempos de oportunidades de busca do entendimento e da compreensão da vida, através dos exercícios de autoconhecimento, do olhar para dentro, da autoanálise (vide questão 919-a de O Livro dos Espíritos), a fim de descobrirmos os nossos potenciais diante da montanha de nós mesmos, que temos de escalar e de vencer.
Pensemos nisso e muita paz!


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita