Elucidações de Emmanuel

por Francisco Cândido Xavier

  
Bondade


Ao apelo do Divino Mestre, recomendando-nos “sede perfeitos”, evitemos a indesejável resposta da aflição.

Ninguém pode trair os princípios de sequência que governam a Natureza, e o tempo será sempre o patrimônio divino, em cujas bênçãos alcançaremos as realizações que a vida espera de nós.

Antes de cogitar da colheita, atendamos à sementeira.

Antecipando a construção do teto de nossa casa espiritual, no aprimoramento que nos cabe atingir, edifiquemos os alicerces no chão de nossas possibilidades humildes, erguendo sobre eles as paredes de nossa renovação, a fim de não nos perdemos no movimento vazio.

Iniciemos a perfeição de amanhã com a bondade de hoje.

Ninguém é tão deserdado no mundo que não possa começar com êxito necessário.

Não intentes curar o enfermo de um momento para o outro. Cede-lhe algumas gotas de remédio salutar.

Não busques regenerar o delinquente a rudes golpes verbais. Auxilia-o, de algum modo, oferecendo-lhe algumas frases de fraternidade e compreensão.

Não procures estabelecer a verdade num gesto impetuoso de esclarecimento espetacular, acreditando desfazer as ilusões de muitos anos, em um só dia. Enceta a obra do reajustamento moral com os teus pequeninos gestos de sinceridade à frente de todos.

Não suponhas seja possível a milagrosa transformação de alguém, no caminho empedrado da crueldade ou da ignorância. Faze algo que possa servir de plantação inicial de luz no espírito que te propões reformar.

E ainda, em se tratando de nós, não julgues seja fácil converter nossa própria alma para Deus, num instante rápido. Trazemos conosco vasto acervo de sombras e precisamos serenidade e diligência para desintegrá-las, pouco a pouco, ao preço de nossa própria submissão à Lei do Senhor que nos rege os destinos.

Se realmente nos dispomos à aceitação do ensinamento do Divino Mestre, usemos a bondade, em todos os momentos da vida.

Bondade para com o próximo, bondade para com os ausentes, bondade para com os nossos opositores, bondade para com todas as criaturas que nos cercam...

A bondade é chave de simpatia e conhecimento com que descerraremos a passagem para as Esferas Superiores.

Com ela, seremos mais humanos, mais amigos e mais irmãos.

Avancemos, assim, com a bondade por norma de ação, retificando em nossa estrada os aspectos e experiências que nos desagradam na estrada dos outros, e, desse modo, estejamos convictos de que o sonho sublime de nosso aperfeiçoamento encontrará, em breve futuro, plena concretização na Vida Eterna.

 

Do livro Tocando o barco, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier.


 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita