Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

  

Chico aproveitava cada minuto livre para escrever. E, no início, quando a eletricidade nem tinha chegado a Pedro Leopoldo, era surpreendido por acidentes estranhos. Enquanto prestava atenção aos ditados do além ou sentia as mãos guiadas à revelia, ventos súbitos lançavam velas acesas sobre as mensagens e derrubavam o tinteiro sobre o papel. O rapaz encarava os obstáculos como provação e seguia adiante.

A notícia de suas estripulias literoespirituais começou a correr. Por essa época, Chico estava no enterro de um amigo quando um jovem padre se aproximou e perguntou se era verdade que ele recebia mensagens do outro mundo. Chico confirmou. O padre aconselhou cautela:

- Os espíritos das trevas têm muita astúcia para seduzir para o mal.

- Mas os espíritos que se comunicam através de mim só ensinam o bem.

Diante da resposta, o padre lançou o desafio. Puxou um papel em branco do bolso e perguntou se ali, naquele momento, no cemitério, haveria um espírito disposto a se manifestar. Chico, sem hesitar, pegou o papel, se concentrou e, minutos depois, escreveu um soneto intitulado "Adeus". A primeira das quatro estrofes:

"O sino plange em terna suavidade

no ambiente balsâmico da igreja

entre as naves, no altar, em tudo adeja

o perfume dos goivos da saudade".

Assinado: Auta de Souza.

 

Do livro As vidas de Chico Xavier, de Marcel Souto Maior.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita