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por José Reis Chaves

 
Quando se diz que alguém não é salvo, isso não é para sempre


Nas interpretações de textos é preciso que se observem bem os modos e os tempos dos verbos, para que sejam interpretados corretamente. Tanto é verdade isso que, geralmente, cai interpretação de textos literários nas provas de português dos vestibulares e concursos. E para o entendimento de certas passagens bíblicas, então, valem muito mais essas questões relacionadas com os modos e os tempos dos verbos empregados.

Quando o Maior dos Mestres usa a figura da ‘porta estreita’ para explicar a nossa salvação ou libertação, ao dizer que é difícil nós passarmos por ela, Ele não quis dizer que quem não passa por ela não passará mais. Realmente, muitos querem passar por ela e somente conseguem passar pela porta larga. Isso porque a maioria das pessoas ainda não tem mérito ou condições para ultrapassá-la. Quer dizer que elas ainda são Espíritos impuros, e nada que é ainda impuro pode adquirir o reino de Deus. E o Evangelho fala muito nos Espíritos impuros, os que ficaram conhecidos também por demônios, ou seja, as almas dos mortos, que podem ser más, sim, mas podem ser boas também, por exemplo, as dos santos da Igreja e de outras religiões.

Como a vontade de Deus é que todos se salvem, a qual é sempre presente, o que pode anulá-la? E Deus tem todos os recursos necessários para que sua vontade soberana se cumpra integralmente. Por exemplo, Ele criou o Espírito imortal e com a capacidade de evoluir, ou seja, de ser hoje o que não foi ontem, e de ser amanhã o que não é hoje, dependendo de sua vontade. Não existe, pois, limite de tempo para que o Espírito imortal progrida. Se isso ocorresse, Deus estaria anulando o livre-arbítrio que Ele próprio nos deu. Aliás, a nossa mudança ou conversão para melhor (“metanoia” em grego) pode ocorrer em qualquer momento das eternidades dos Espíritos que somos, isto é, em um momento das novas existências terrenas. Realmente, sem a reencarnação, tudo relacionado com o amor, a misericórdia e a vontade soberana, infinitos de Deus implodiriam, como se diz, tudo iria para o beleléu.

E por que não evoluiríamos, se até o homem Messias, o Cristo Jesus, evoluiu? “Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que aprendeu, e tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que o obedecem”. (Hebreus 5: 8 e 9).

E não adianta os fanáticos contrários à reencarnação, a qual nos dá oportunidade de nos regenerarmos, falarem que ela não existe, pois eles iriam contra o bom senso, a lógica e traindo sua própria consciência, pois estariam tentando anular a vontade soberana de Deus de não perder nenhum de seus filhos. (João 6: 39). E lembremo-nos do que diz São Tomás de Aquino: “a fé não pode violentar a razão”. Líderes religiosos tentam incutir na cabeça de seus fiéis que a reencarnação não existe e que ela é contra a Bíblia. Na verdade, muitos deles querem é nos amedrontar, dizendo que há uma só chance de salvação, ou seja, uma só vida terrena, quando o seu objetivo principal é não perder seus fiéis e, consequentemente, o dízimo deles. Mas nosso respeito aos que são sinceros e não interessados em coisas materiais.  

E, por fim, não confundamos uma condenação presente e, pois, temporária, com uma condenação sempiterna que, por ser contra a vontade divina, é falsa! 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita