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por Jane Martins Vilela

 

Horas de dor


Tantas pessoas estão passando por sofrimentos, tantos Espíritos em dor! O momento é crucial. Hora de testemunhos de variadas ordens.

É preciso se fortalecer, recordar a imortalidade e aumentar a fé. As tribulações estão inúmeras, para muitos. Lembramos do Cristo Consolador, n’O Evangelho segundo o Espiritismo, nas palavras do Espírito de Verdade, quando ele diz: Venho ensinar e consolar os pobres deserdados; venho lhes dizer que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor foi sagrada no Jardim das Oliveiras; mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar suas lágrimas.

O Espiritismo é o consolador. Um parágrafo como o acima reergue um coração alquebrado! Jesus também sofreu, também chorou! E ele era o justo, o Espírito puro que desceu para socorrer os homens e ensinar o amor!

Lendo e relendo Léon Denis, compreendemos por que a uma leitura de “Depois da Morte”, de sua autoria, Eurípedes Barsanulfo se levantou e ergueu a bandeira da caridade com o Espiritismo.

Diz Léon Denis, nesse livro, que todos os males da vida concorrem para o nosso aperfeiçoamento. Pela dor, pela prova, pela humilhação, pelas enfermidades, pelos reveses, o melhor desprende-se lentamente do pior. A prova, diz ele, retempera os caracteres, apura os sentimentos, doma as almas fogosas ou altivas.

Comenta, ainda, que a dor física também tem sua utilidade: desata quimicamente os laços que prendem o Espírito à carne; liberta-o dos fluidos grosseiros que o retêm nas regiões inferiores que o envolvem, mesmo depois da morte...

Pede que não imitemos esses que maldizem a dor e que, nas suas imprecações contra a vida, recusam admitir que o sofrimento seja um bem.

Que mudança de visão e de entendimento! A dor não é um mal, mas sim um bem. Possibilita ao Espírito galgar degraus de luz e avançar em direção a virtudes, retornar à casa do Pai, de onde se afastou no pretérito, por escolhas que o distanciaram do amor. O amor o chama de volta e o remédio muitas vezes é a dor.

Quando os preceitos do Cristo estiverem gravados no Espírito e vivenciados por ele, quando a reencarnação se tornar aceita pela maioria dos homens, haveremos de ver mais resignação e compreensão, mais serenidade, menos queixas.

A compreensão fortalece. Temos visto muitos em sofrimentos, ora morais, ora físicos, que estão dando verdadeiras lições de luz para aqueles que os rodeiam, grandes mestres.

Quando a humanidade se tornar melhor, haveremos de, nas próprias reuniões mediúnicas, ver que as comunicações de rebeldia e sofrimento, ódio e vingança, irão desaparecer. Teremos comunicações de conteúdo mais elevado, de ensinamentos profundos.

A hora é de testemunhar, perante inumeráveis dores que estão entre os homens! Tenhamos fé! Mantenhamos o archote da esperança aceso e não desaminemos! A tempestade pode ser acalmada pela doce e suave presença do Mestre Jesus, que alivia os sofrimentos de seus irmãos.

Cada um de nós, cedo ou tarde, passará pelo cadinho de sofrimento, que faz parte deste mundo de provas e expiações. Que saibamos fazê-lo bem, com dignidade e resignação, pedindo a Jesus forças para ultrapassar os obstáculos. Por certo, Ele nos ouvirá.

E o que é o sofrimento? Para cada um, de acordo com sua capacidade de sentir ou de pensar. Para um, um fio de cabelo que cai é um tormento. Outro, com um câncer em tratamento, sorri e canta as glórias de Deus. A dor de um pode não ser a dor de outro. Depende do ponto de vista. No entanto, sabemos, pela conjuntura do planeta, que um dia ela nos surgirá. Que saibamos recebê-la bem, sem revolta, em paz, lembrando que Jesus acalmou a tempestade. Estejamos com Jesus, que ele estará conosco. 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita