Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Américo Falcão

 
Aos companheiros da Terra
 
Pouca gente vence a prova
Do amor que de amor se aparta;
Depois do morto na cova,
Olho enxuto e mesa farta.

Raciocínio calmo e fundo,
Cultiva na direção,
Muito crime neste mundo
Tem nome de coração.

Atende aos próprios misteres,
Evita a cabeça tonta.
De tudo quanto fizeres
Prestarás estrita conta.

Não faças sombra ou deserto
A interrogar o porvir.
A estrada responde certo
A quem procura servir.

Alfaia, joia e tesouro
São grilhões de encarcerar.
Águia de garras no touro
Não consegue volitar.

Na morte, convém saber,
É novo câmbio a seguir.
Quem guardou, toca a perder,
Quem deu, vem a possuir.

O vivo goza e delira
Em títulos de espavento.
O morto pede à mentira
A esmola do esquecimento.


Do livro Orvalho de Luz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier. 

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita