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por Claudio Viana Silveira

 

“Sou um desses loucos...”


Sou um desses loucos
 reformadores do código penal que instituiu a indiferença e a inveja como estupidezes que deveriam ser enquadradas como inafiançáveis.

Sou um desses loucos que conversa com o passarinho do relógio e dialoga com o cachorrinho, a sós ou acompanhado por ‘outros animais de duas patas’. Seguidamente me vejo convidando meu cãozinho para que me leve a passear...

Minha demência permite me indignar com os ‘sábios’ que não possuem tempo e ignoram porteiros, lavadores, varredores, guardadores, garis, zeladores, jardineiros e afins.

Meu desalinho e descontrole me permitem, ainda, soluçar perante o belo, o poético e o agradável; ante o bem feito, o correto, o supostamente ajuizado, mas condenado pelos ‘certos’ da atualidade.

Sou um desses loucos que classifica a indiferença como a borra das borras da indelicadeza. Indivíduos poderão até serem estúpidos, esporadicamente; é perdoável! O frio descaso, porém, é abominável!

Sou um desses desequilibrados que prefere a simplicidade e até a simploreidade às importâncias dos ‘padrões padronizados’. Num dia desses me emocionei com o velho do saco, tive vontade de ajudá-lo e perguntei-me se ele o permitiria, dada a expiação que certamente carregava em seu fardo?!...

Sou um desses peões a quem ainda encanta o olhar da amada prenda do rancho, das coisas simples do lar e do prazer dos amigos, palpáveis, dos encontrões do dia a dia ou virtuais: desvario para uma época de importâncias e aparências, talvez!

Sou um desses ‘estúpidos’ que poderá não te dizer coisas com muita maciez. Necessárias, talvez!

Sou um desses loucos que de políticos e operadoras não espera graças; milagres, nem pensar! Quando muito, favores, dissimulados e convenientes!

Sou louco mesmo, já que os ricos intitulam-se excêntricos: se eu ligar para um banco, o máximo que receberei será adjutório; já se ‘ligar’ para a Espiritualidade Amiga, favores será o mínimo que me proporcionará…

Sou um desses loucos que se indigna com as bondades não veiculadas e se entristece com tantas ruindades badaladas, lucrativas, anunciadas e requentadas. Se isso for bipolaridade, assim me declaro!


* * *


Se és, também, um desses loucos, dementes, desalinhados, ‘estúpidos’, ‘desequilibrados’, desvairados, bipolar…, convido-te a ser meu amigo ou homologar tua preferência por mim!…

Sintonia com algumas letras do autêntico cancioneiro do “Levante da canção gaúcha”.



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita