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por Claudio Viana Silveira

 

A bula


“Não procuremos orientação com os outros para assuntos claramente solucionáveis por nosso esforço (...). Cada Espírito possui o roteiro que lhe é próprio.”
 (Emmanuel).


Cada Espírito
 carrega consigo um roteiro próprio; orientaçõesadequadas para cada situação: passada a prescrição por insigne Médico e adquirido o medicamento, lá estará a bula referendando como deve ou não agir o paciente.

Mas a que bula, roteiro, ou orientação nos referimos? Onde estão eles impressos? “Na [nossa] consciência!” (Questão 621 de O Livro dos Espíritos.)

Foi lendo a bula que o bom Samaritano compreendeu que deveria assistir, anônimo, isento, dedicado, ao assaltado, na estrada que descia para Jericó.

Foi por deixarem de ler a bula que o sacerdote e o levita passaram ao largo, desatendendo o mesmo infeliz.

Foi por ler a bula que Zaqueu subiu ao topo do sicômoro, para melhor poder ver e ouvir o Mestre.

Foi por não ler integralmente a bula que o agoniado “jovem rico” não conseguiu acompanhar por inteiro o Rabi.

Foi por ler a bula que a hemorroíssa (que sangrava há doze anos) tocou com sua fé as vestes do Mestre.

Foi por não lerem a bula que muitos condenaram a atitude daquela “impura...”

Foi por ler a bula que Maria (irmã do amigo Lázaro), ao “escolher a melhor parte”, lavou os pés de Jesus com suas lágrimas, ungiu-os com perfumes e os secou com seus cabelos.

E foi por não ler a bula que Marta censurou a atitude da irmã, enquanto preparava e servia o jantar.

Foi lendo a bula que os “cinco mil” assimilaram as verdades do Sermão do Monte; e também foram saciados da fome do corpo...

... Mas, os mesmos “cinco mil”, ao bradarem “crucifica-o; crucifica-o!”, já haviam esquecido de todo o ensinamento que haviam encontrado na bula.

Foi por ler a bula que o centurião pediu ao Mestre que curasse seu servo, porém que não precisaria ir até a sua casa, pois disso não era digno.

Foi por não ler a bula que Longino espetou a lança cruel no peito do divino Sentenciado.

É por ler a bula que afirmamos: “darei uma boa palavra e o pagamento ao meu guardador de carro, mesmo correndo o risco de que venha a, novamente, se embriagar!”

Mas quando não lemos a bula, “temerariamente, precipitados e desdenhosamente”, categoricamente nos questionamos: “por que contribuir com este ‘desocupado’ se, novamente, irá se embriagar?”

É por lermos a bula que dirigimos palavra de conforto e estímulo à prestimosa que deixou o hall de entrada de nosso bloco limpo e cheiroso.

Mas é por não lermos a bula que julgamos que ela está justamente ali, “sendo paga para isso”; e então emudecemos...

E a história nos vai relatando que muitos, por lerem a bula, foram entregando seus corpos para serem queimados, para iluminação de seus Espíritos; doaram seus bens terrenos e deram preferência aos não perecíveis; consumiram suas existências ensinando, pesquisando, exemplificando; doaram-nas aos “pequeninos”, pois tinham-lhes preferência...”

E por ainda ignorarem a bula, dado a qualidade doentia do Planeta, muitos outros ainda se sentem desorientados quanto à eficácia dos medicamentos do Pai, anunciados por Jesus e os seus Profetas de todos os tempos.

* * *

O “Doutor” é confiável; o diagnóstico contundente; a prescrição é clara... e a bula está à nossa disposição para retirarmos quaisquer dúvidas: nela está escrito “o que devemos fazer ou deixar de fazer”. E “só somos infelizes quando dela nos afastamos”. (Questão 614 de O Livro dos Espíritos.)

 

Bibliografia:

(Sintonia: Xavier, Francisco Cândido, Fonte Viva, ditado por Emmanuel, Cap. 138, O justo remédio, 1ª edição da FEB.)



 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita