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por Jorge Hessen

 
Jesus foi, é e será sempre a síntese da Ciência, da Filosofia e da Moral Espírita


Entre todos os temas sobre os quais tenho escrito, os mais encantadores são aqueles em que menciono Jesus. Ele que é a mais elevada expressão humana e a mais citada da História. O Cristo foi, é e sempre será alento para as admiráveis disposições literárias e especialmente para obras de arte (música, pintura, teatro, escultura, poesia). Apesar disso, nenhuma expressão ou fórmula poética, artística, filosófica ou qualquer consagração em Sua memória conseguirá traduzir o que o Modelo e Guia representa para cada um de nós.

Ele é a via, a verdade e a vida. Ninguém irá ao Criador, senão por Ele. Jesus abreviou em uma única frase todas as miríades de volumes dos mais diversos livros religiosos, que abrange toda a sabedoria e cultura terrestres – a citação é - “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

O seu comportamento foi o de extraordinário farol, brilhando nossas estradas e mostrando a todos como poderemos obter a felicidade. Foi um Educador por excelência, tanto que o exclusivo adjetivo que Ele apoiou foi o de Mestre. É verdade! Jesus jamais aceitou qualquer outra qualificação, e o único título que admitiu foi o de ser chamado de Mestre. Verdadeiramente, Jesus foi com toda a pujança o Mestre por excelência.

Seu caráter era diáfano como um cristal. No entanto, Ele continua sendo a maior esfinge de todos os milênios. Para alguns beatos, é entronizado como um semideus. O motivo pelo qual alguns consideram Jesus uma divindade é a sua anômala elevação espiritual. Diante Dele, todos ficamos muito diminutos, destacando-se as nossas carências e inferioridades morais. Diante do Mestre, somos tão pequenos que Ele nos assemelha ser uma Divindade. Daí a desordem cognitiva de alguns de seus adoradores que o confundem com o Criador.

Um dos mandamentos inesquecíveis d’Ele está comprimido no Sermão da Montanha. Nessa belíssima página, calibrada por Mahatma Gandhi como a mais justa essência do cristianismo, a ponto de o “Iluminado da Índia” proferir que se um cataclismo extinguisse toda a sabedoria humana, com todos os seus livros e bibliotecas, se restasse apenas o Sermão da Montanha, as gerações futuras teriam nele toda a beleza e sabedoria necessárias para a continuação da vida.

Percorrendo as reflexões emmanuelinas percebemos um Jesus Redentor, Consolador, Construtor planetário, Profeta e Mestre. Que jamais lisonjeava os prestigiosos e não oprimia os excluídos sociais. Não rejeitava "madalenas" nem lapidava “adúlteras” – porém espargia os penitentes verbos de perdão. Por servir ao próximo, com prudência, sem violências e presunções, Ele foi tido como irresponsável e insurrecto violador da lei e inimigo da população, sendo escolhido por essa mesma turba para receber com a cruz o glorioso laurel de acúleos. Mas o sacrifício d’Ele não deve ser apreciado tão somente pela dolorida demonstração do Calvário.

A coroa e a cruz representaram o desfecho da obra do Cristo, mas o sacrifício na sua exemplificação se constatou em todos os dias da sua passagem pela Terra. Anunciando as bem-aventuranças à população no monte, não a desvia para a brutalidade, a fim de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que reconforta e alimenta. Não alicia o povo a reclamações. Recomenda acatamento aos patrimônios da direção política, na circunspecta expressão "a César o que é de César". Evidenciando as apreensões que o vestiam, diante da renovação do mundo íntimo, não se regozijou em assentar-se no trono dos gabinetes, de onde os generais e os legisladores costumam ditar ordens.

Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e entendeu-se pessoalmente com os velhos e os doentes, com as mulheres e as crianças. A Sua lição fulge como um Sol sem crepúsculo, conduzindo a Humanidade ao Porto da paz! Para a maioria dos teólogos, Ele é objeto de estudo, nas letras do Velho e do Novo Testamento, imprimindo novo rumo às interpretações de fé. Para os filósofos, Ele é o centro de polêmicas e cogitações infindáveis. Jesus foi, é e será sempre a síntese da Ciência, da Filosofia e da Moral (tripé do edifício Espírita).

A Doutrina dos Espíritos vem colocar o Evangelho do Cristo na linguagem da razão, com explicações racionais, filosóficas e científicas. Sem abandonar o aspecto sensível da emoção que é colocado na sua expressão profunda, demonstra que o sentimento e a razão podem e devem caminhar pela mesma alameda, pois constituem as duas asas de libertação definitiva do homem.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita