Estudando as obras
de André Luiz

por Ana Moraes

 
Sol nas Almas

Parte 9


Continuamos a apresentar o estudo do livro Sol nas Almas, obra de autoria de André Luiz, psicografada pelo médium Waldo Vieira e publicada originalmente pela Comunhão Espírita Cristã de Uberaba (MG).


Questões preliminares


A. Assistir o próximo em suas carências materiais é medida que devemos incentivar e copiar?

Sim. O mérito da assistência às carências do corpo é virtude que não pode ser apreciada em medida terrestre. André Luiz observa, porém, que em quase a totalidade dos casos a assistência se desenvolve na base da sobra sem proveito real para os braços que a distribuem. Além disso, em muitas ocasiões, o ato beneficente se circunscreve ao propósito de fuga pelo qual somos instintivamente impelidos a desembaraçar-nos de quantos se nos apresentam em penúria, cujas condições nos alfinetam a consciência. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

B. Como André Luiz conceitua o verbo servir?

Servir vai além da mera assistência material. Significa viver e conviver com os outros, conhecendo-lhes as fraquezas e imperfeições, quanto reconhecemos nossas imperfeições e fraquezas, e auxiliá-los mesmo assim, em padrão idêntico ao anseio de sermos auxiliados. Servir, na essência, é amparar o outro no lugar e na situação de necessidade em que o outro esteja, sem cogitar nem mesmo da opinião desfavorável que o outro expresse, uma vez que nem todo enfermo aceita sem reclamar o remédio que se lhe aplica. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

C. Quando pensamos, é possível que estejamos tão somente digerindo ideias alheias?

Sim. Diz André Luiz que ideias de fora nos são desfechadas com frequência, a cada trecho do dia, por sistemas de imposição indireta, seja em casa, seja na rua, seja no ambiente de trabalho. Quase todas as criaturas, na Terra, por enquanto vivem encadeadas umas às outras, sob vigorosa pressão de forças mentais que lhes suscitam atitudes e palavras, sem que elas saibam. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)


Texto para leitura


145. Servir sem exigir – Despendemos, por vezes, enormes coeficientes de força, tempo e atenção, falando em servir. E largamos a palavra, certos de que o amor ao próximo se limita às rendas materiais com que costumamos obsequiar a vida física. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

146. Sem dúvida o mérito da assistência às carências do corpo é virtude que não pode ser apreciada em medida terrestre. Ninguém contestará, no entanto, que até agora, noventa por cem das atividades que se reportam a ela se desenvolvem na base da sobra sem proveito real para os braços que a distribuem. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

147. Além disso, em muitas ocasiões, o ato beneficente se circunscreve ao propósito de fuga pelo qual somos instintivamente impelidos a desembaraçar-nos de quantos se nos apresentam em penúria, cujas condições nos alfinetam a consciência. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

148. Servir será muito mais. Será viver e conviver com os outros, conhecendo-lhes as fraquezas e imperfeições, quanto reconhecemos nossas imperfeições e fraquezas, e auxiliá-los mesmo assim, em padrão idêntico ao anseio de sermos auxiliados. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

149. Normalmente o impulso de quem beneficia a alguém inclui o troco da gratidão. Servir, contudo, no câmbio espírita que revive o exemplo de Jesus, o Mestre e Servidor, não espera o menor laivo de agradecimento. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

150. Isso porque o espírita não desconhece o problema da idade espiritual e sabe que pessoas adultas, do ponto de vista das leis fisiológicas, não passam, no íntimo, de crianças ou doentes da alma entaipados na moradia orgânica, a lhe pedirem apoio e afeição, sem o mínimo entendimento do trabalho ou do sacrifício que semelhantes dádivas lhe custem. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

151. Servir, na essência, é amparar o outro no lugar e na situação de necessidade em que o outro esteja sem cogitar nem mesmo da opinião desfavorável que o outro expresse, de vez que nem todo enfermo aceita sem reclamar o remédio que se lhe aplica, não obstante o remédio lhe efetive a cura. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

152. Aprendamos a auxiliar sempre, mas convencidos de que nossos irmãos são consciências por si, não raro sem o mínimo nexo de afinidade com o nosso modo de sentir e de ver. Apenas nesse molde aproximar-nos-emos da Providência Divina, através do Amor Que Ama Sem Nome, compreendendo, por fim, que a felicidade é servir e passar. (Sol nas Almas: capítulo 16 – Servir sem exigir.)

153. Pensar por nós – Geralmente pensamos estar pensando com nosso pensamento e isso nem sempre é tão fácil. Necessário desenvolver o próprio raciocínio a fim de perceber se não estamos digerindo ideias alheias que nos são desfechadas por sistemas de imposição indireta. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

154. Andamos quando encarnados automaticamente requisitados pela hipnose, a cada trecho do dia. Manhã cedo, colhemos, em regra, informações dos familiares que, de hábito, nos dirigem a palavra, refletindo opiniões sobre ocorrências diversas. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

155. Logo após, frequentemente, passamos às induções da imprensa ou do rádio, esposando-lhes os conceitos quando lhes dispensamos atenção. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

156. Em seguida, a via pública é ribalta de chamamentos inúmeros para que desempenhemos determinado papel, seja viajando ou caminhando, anotando as novidades da hora ou deglutindo mentalmente os anúncios comerciais. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

157. No exercício da profissão, usamos personalidade adequada às circunstâncias, qual sucede com a vestimenta que a pessoa é impelida a adotar conforme o lugar de representação e serviço. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

158. À noite, comumente, manuseamos livros e publicações com os quais nos afinamos, assistimos a espetáculos, procuramos entretenimentos ou escutamos amigos, assimilando múltiplas sugestões com que se nos influencia o repouso. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

159. Quase todas as criaturas, na Terra, por enquanto vivem encadeadas umas às outras, sob vigorosa pressão de forças mentais que lhes suscitam atitudes e palavras, sem que elas saibam. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.)

160. Daí procede a obrigação do conhecimento de nós mesmos. A Doutrina Espírita nos recomenda a fé raciocinada para que, desde a existência terrestre, possamos compreender que é lícito admirar o pensamento alheio e até segui-lo, quando a isso nos decidamos, mas é preciso pensar por nós, a fim de que não venhamos a cair irrefletidamente no resvaladouro do erro ou no visco da obsessão. (Sol nas Almas: capítulo 17 – Pensar por nós.) (Continua no próximo número.)


 


 
 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita