Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Casimiro Cunha

 
 

Na missão do bem

 

Se vais à missão do bem,

Destrói a sombra, a incerteza...

Repara as lições do Pai

No livro da Natureza.

 

A terra do lavrador,

Que produz e que prospera,

Não prescinde, em parte alguma,

Do arado que a dilacera.

 

A semente destinada

Às forças de luz da vida

Precisa morrer no fundo

Da cova desconhecida.

 

Se progride, em torno à casa,

O mato bruto, inclemente,

Ninguém dispensa o recurso

Da enxada benevolente.

 

Na colheita rica e farta,

Há golpes de segador...

A farinha delicada

Passou no triturador.

 

O pão singelo ou fidalgo

Que abençoa a refeição,

Foi cozido devagar

Ao calor de alta expressão.

 

Toda vinha de esperança,

De alegria, de fartura

Exige do vinhateiro

As chagas da podadura.

 

A mesa, o leito, a poltrona,

Que servem todos os dias,

Passaram pelos serrotes

De rudes carpintarias.

 

Ouve, amigo, e atende à luta!

Que seria do trabalho,

Se a bigorna escapulisse

Das vivas ações do malho?

 

Que seria da candeia

No instante justo de arder,

Se o óleo fadado à luz

Quisesse permanecer?

 

Se vais à missão do bem,

Não olvides, meu irmão,

Que o suor gera o serviço,

Em busca da perfeição.

 

Consome-te no dever,

Sê, tu mesmo, a claridade,

Jesus, para ser Senhor,

Foi servo da Humanidade.

 

 

Do livro Coletânea do Além, obra psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita