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por Rogério Coelho

 

Os significativos silêncios de Jesus


O silêncio faz grande falta na civilização contemporânea


“E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais sacerdotes, e os anciãos e os escribas...” 
- Marcos, 14:53.


Jesus afirmou[1] que ainda tinha muito a nos dizer, mas nós não suportaríamos tais informações que ainda transcendiam superlativamente nosso apoucado entendimento naquela recuada época.   Sem embargo, Ele deixou esparzidas as sementes que mais tarde o “Consolador” iria fazer frutificar...

Durante o execrável episódio de Seu julgamento venal e injusto, Ele fez menção ao “perispírito” e ao “Espírito Imortal”, mas nem mesmo as altas e cultas autoridades que O julgavam puderem entender... 

Ele disse[2]“Eu destruirei este templo (corpo somático) construído por mãos de homens, e em três dias edificarei outro, não feito por mãos de homens” (perispírito e Espírito).

Em clara referência à obtusidade das “digníssimas” autoridades eclesiásticas e civis, completa o evangelista[3]“e nem assim o Seu testemunho era conforme”.

Outra coisa não pôde fazer Jesus senão calar-Se ante tanta ignorância e falta de horizontes espirituais... Atitude idêntica precisou – também – tomar ante a covardia e burriquice de Pilatos.

Hoje, aqueles significativos e graves silêncios do Mestre estão sendo quebrados pelo Espiritismo, uma vez que a humanidade – agora – consegue (pelo menos se espera), metabolizar alimento mais substancioso...

A Doutrina Espírita, que outra coisa não é senão o Cristianismo Redivivo, veio cumprir a promessa do Mestre dos mestres feita há dois mil anos. Não obstante, conforme nos lembra a nobre mentora Joanna de Ângelis[4], o silêncio ainda é – muitas vezes – necessário.  E completa:  “(...) o silêncio faz grande falta na civilização contemporânea. Fala-se em demasia e, por conseguinte, fala-se do que não se deve, não se sabe, não convém, apenas pelo hábito de falar...”.

Em seguida, aconselha com a sua indiscutível autoridade de mestra: “(...) faze silêncio diante de observações pejorativas, de assuntos prejudiciais, matando, ao surgir, a informação malsã. Assim, quando te tragam opiniões infelizes, reclamações, queixas que põem mal diante de ti o ausente, seja ele quem for, não te deixes contaminar pelo morbo da palavra insensata.

Há pessoas que se autonomeiam fiscais do próximo e não se detêm a examinar a conduta, deste modo, reprochável. Raramente, falam bem ou referem-se ao lado bom das pessoas e dos acontecimentos...

(...) Jesus calou-Se muito mais do que falou. Os Seus silêncios sábios são o atestado mais expressivo do Seu amor pela humanidade.  Assim, pensa n’Ele quando chamado a falar insensatamente, e imita-O”. 


 


[1] - João, 16:12.
[2] - Marcos, 14:58.
[3] - Marcos, 14:59.
[4] - FRANCO, Divaldo. Momentos de coragem. 5. ed. Salvador: LEAL, 2004, cap. 7.

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita