Questões vernáculas

por Astolfo O. de Oliveira Filho

Da lista de erros frequentes no uso do idioma português, eis mais seis exemplos:

1. Diga-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

O correto: Diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

Explicação: As formas verbais devem ter correlação com a pessoa a que se refere o texto: no caso, a 2ª  pessoa do singular.

2. O banco concedeu à minha empresa um vultuoso empréstimo.

O correto: O banco concedeu à minha empresa um vultoso empréstimo.

Explicação: O adjetivo “vultoso” – de vulto, de grande importância, muito grande – é o que se aplica em frases desse tipo.

3. Viva as férias! Podemos agora fazer a viagem sonhada.

O correto: Vivam as férias! Podemos agora fazer a viagem sonhada.

Explicação: Vivam as férias, vivam os campeões – eis o certo, porque estamos lidando com o verbo “viver”. Não confundir a forma verbal “viva” com a interjeição “viva”, palavra invariável, presente em frases como estas: Viva! Vovó chegou... Viva! O perigo passou...

4. Um dia um homem disse que aonde estiver nosso tesouro aí estará o nosso coração.

O correto: Um dia um homem disse que onde estiver nosso tesouro aí estará o nosso coração.

Explicação: A palavra “aonde” é empregada quando se utilizam verbos de movimento, a exemplo de ir e chegar. Exemplos: Aonde foi o João?

5. O acidente foi feio, mas não houve vítimas fatais.

O correto: O acidente foi feio, mas não houve vítimas.

Explicação: É um equívoco dizer “vítimas fatais”. A vítima sofre a morte, mas não a produz. O que pode ser fatal é o acidente, é a pancada, o choque, a batida. Exemplo: Ontem ocorreram na BR 369 dois acidentes fatais.

6. Não pude assistir o filme que você me sugeriu.

O correto: Não pude assistir ao filme que você me sugeriu.

Explicação: O verbo assistir, com o sentido usado no texto, pede objeto indireto. Ele é transitivo direto quando significa prestar assistência a uma pessoa. Exemplo: O filho assistiu o pai durante toda a doença.



 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita