Internacional
por Ênio Medeiros

Ano 12 - N° 572 - 17 de Junho de 2018

Divaldo Franco: “O ser humano prossegue com dificuldades para encontrar a paz”


No período de 22 a 26 de maio, o conhecido orador esteve na cidade austríaca de Viena e em Bratislava, capital da Eslováquia


Na noite do dia 22 de maio de 2018, atendendo ao convite dos amigos queridos do Verein für Spiritistische Studien Allan Kardec - VAK, de Viena, que neste ano completa trinta anos de existência, fundado com o auxílio e sob orientação de Divaldo Franco, e retornando à bela Áustria, o experiente orador iniciou a temporada de atividades deste ano abordando a temática das mudanças no mundo, contando com o valioso auxílio de Edith Burkhard, que verteu a conferência para o idioma alemão.

Inicialmente o dedicado amigo Dr. Juan Danilo, que acompanha todo o roteiro pela Europa, saudou os presentes em nome da Mansão do Caminho, asseverando que, em sendo uma obra do amor em ação, a Mansão vem desde a sua fundação contribuindo para que o mundo mude para melhor, educando para a vida.

A conferência em Viena

Divaldo Franco, o Arauto do Evangelho e da Paz, fez um convite para uma mudança radical nas vidas de cada presente, buscando um sentido novo para nortear os pensamentos e ações. Estudando o processo antropológico da evolução, desde o período primitivo, passando pelo racional e chegando ao intuitivo, em que o ser humano se encontra, pode-se constatar que a história se repete, e os seres humanos aturdidos buscam fugir para lugar nenhum. Embora as altíssimas conquistas tecnológicas terem sido alcançadas, elas não capacitaram os indivíduos a confraternizarem uns com os outros. “O ser humano prossegue com dificuldades para encontrar a paz”, diz o nobre amigo.

O ilustre orador apresentou exemplos seus, adquiridos nesta longa trajetória dedicada ao bem, e a servir com amor, narrando vivências que tocaram profundamente, sensibilizando e incentivando a perseverar nestes mesmos caminhos. Se ele entendeu o chamado do Mestre de Nazaré, porque eu não posso, também, tomar estes caminhos? É a indagação que surge em nossas mentes, ouvindo os relatos deste trabalhador de Jesus, de forma tão simples e objetiva.

É responsabilidade de cada um, esclareceu Divaldo, criar as condições para ter dias melhores, buscar o bem, colaborar para a felicidade alheia e encontrar os irmãos “invisíveis”, isto, por incrível que pareça, produz um grande bem.

A lógica do Espiritismo, esclareceu o Arauto do Evangelho, mudou a sua vida, e proporcionou-lhe não apenas ser feliz, mas também poder levar esta felicidade de amar e servir, apresentando a luz, a alegria para milhares de pessoas, e para aqueles espíritos que no princípio lhe pareciam ser o caminho para a loucura. Hoje eles lhe auxiliam nesta grande missão de levar o amor, o esclarecimento e a paz pelo mundo.

Encerrando o belo trabalho da noite, o Embaixador da Paz, desejou que o amor preencha todos os lugares vazios do coração, que este amor se sobreponha a todas as ingratidões sofridas, porque a vida é um hino de amor que impulsiona a criatura humana para a plenitude.

Aplaudido de pé e intensamente, todos retornaram aos lares levando a mensagem de alegria e de amor nas mentes e nos corações. O semeador prossegue semeando as sementes da boa nova com muita alegria, determinação e grande amor pelo próximo, pois que escolheu o seu sentido para a vida, servir e amar sempre, incondicionalmente.

A conferência em Bratislava

No anoitecer de 24 de maio de 2018, foi a vez de a Eslováquia receber Divaldo Pereira Franco em sua bela capital Bratislava, onde o Espiritismo é muito pouco conhecido e divulgado. Cerca de quarenta pessoas aguardavam com grande expectativa a oportunidade de rever o incansável trabalhador do Cristo. Os amigos do grupo Verein für Spiritistische Studien Allan Kardec - VAK, de Viena, dedicados e incansáveis, se esforçam para manter um pequeno grupo de estudos da Doutrina Espírita, e sempre que Divaldo se encontra em Viena, estes amigos buscam promover o encontro em Bratislava visando fortalecer, e ampliar se possível, as sementes do Espiritismo naquele solo onde as pessoas guardam as marcas do sofrimento imposto pelo regime comunista.

Inicialmente o amigo Dr. Juan Danilo, dirigiu-se aos presentes apresentando-lhes o magnífico trabalho desenvolvido pela Mansão do Caminho, em Salvador/BA, fazendo com que todos pudessem ter uma ideia do imenso trabalho de dedicação e amor realizado pela nobre instituição.

O querido orador Divaldo Franco, que contou com a tradução do devotado amigo Josef Jaculak, vertendo para o idioma tcheco a conferência, discorreu sobre os possíveis caminhos para a felicidade. O Arauto do Evangelho e da Paz salientou que somente aquele que ama é imensamente feliz. O ego, muitas vezes, inibe a criatura humana de amar. O grande problema psicológico da atualidade é a falta de amor. Em verdade, os indivíduos possuem medo de amar, a menos que se trate de desejo, pois que confunde o sentimento de amor com as necessidades biológicas da libido.

Adentrou-se, também, o lúcido orador, pelos caminhos da mediunidade, e discorrendo sobre as suas próprias experiências adquiridas ao longo de mais de sete décadas convivendo com os Espíritos, facultou aos presentes a possibilidade de conhecer o vasto campo da mediunidade. Os que ali estavam, em sua maioria, jamais, ou raramente, tiveram a oportunidade de ouvir algo com tanta lógica, com tanta riqueza de detalhes contidas nas narrativas.

Era possível notar na expressão facial dos nativos daquele país a alegria de poder estar ouvindo aqueles relatos enriquecedores, respondendo, por certo, às suas inquietações, desde há muito trazidas no íntimo. Que maravilha poder dar de beber a quem tem sede! Sede de conhecimentos, de vida, pois que esta é uma das características do Espiritismo, afinal, ele prova tudo o que diz.

A felicidade real afirmou Divaldo Franco, é a paz de espírito, é quando os indivíduos dominam as paixões inferiores, é quando domam os instintos animais e anelam, também, pela felicidade alheia, então sentem-se felizes, jubilosos. A Depressão foi outro ponto bem salientado pelo médium e orador espírita, particularmente no aspecto das influências espirituais negativas. Discorrendo sobre a reencarnação, questionou por que algumas pessoas são felizes na Terra, enquanto outras são desgraçadas, infelizes. Isto se dá pelos méritos alcançados na escala evolutiva de cada ser humano, tendo-se em vista que cada um recolhe a própria sementeira, e as reencarnações são oportunidades de construir trajetórias mais saudáveis e harmoniosas.

A imortalidade é vida, e alcançar a compreensão sobre ela é trabalhar para construir a própria felicidade. Conhecer torna-se um dever que todos devem abraçar. De alguma forma, afirmou o nobre seareiro do bem, os indivíduos estão procurando o sentido da vida, esse sentido é amar.

É interessante observar a forma alegre e jovial com que Divaldo aborda as temáticas propostas. Com sua enorme experiência, adquirida nestes mais de setenta anos de oratória, e de forma descontraída, faz com que todos relaxem através do riso, conduzindo, seguidamente, o público para tal mister. Através das várias décadas levando o espiritismo pelo mundo, Divaldo Franco sabe e conhece os variados costumes, o idioma, a alimentação, o clima em que a criatura humana está inserida, mas que em sua essência, ela é a mesma em toda parte do Globo. Ela chora, sofre e carrega seus conflitos e ansiedades, sem variar.

O “Trator de Deus”, como também é conhecido Divaldo Franco, expõe a mensagem do amor, fala às mentes, dirige-se à alma, e toca realmente os corações. Ao final, as pessoas retiraram-se bem diferentes de quando ali chegaram. Agora suas fisionomias estavam leves, descontraídas, alegres. Foram momentos de júbilo, de felicidade.

O seminário Luz nas Trevas

De volta a Viena, após falar aos espíritas da Eslováquia, Divaldo Franco ministrou no dia 26 de maio, a convite dos amigos do Verein für Spiritistische Studien Allan Kardec - VAK, o seminário Luz nas Trevas. Cerca de cem pessoas lotaram o auditório para ouvi-lo.

Ali estavam pessoas oriundas de Portugal, França, Luxemburgo, República Tcheca, Espanha, Áustria, Suíça e Brasil. O experiente orador, discorrendo sobre tão palpitante tema, teve o auxílio sempre eficiente da querida amiga de muitos anos Edith Burkhard, vertendo o conteúdo do seminário para o idioma alemão. Para que todos conhecessem a Mansão do Caminho e suas atividades, bem como a trajetória de Divaldo Franco e o trabalho do ilustre orador convidado, foi apresentada uma série de vídeos elucidativos e atuais.

O querido amigo Dr. Juan Danilo deu início às atividades apresentando as boas vindas, formulando convites para o aprendizado da Doutrina Espírita e a sua aplicação na vida cotidiana de cada indivíduo. Juan discorreu sobre os pensamentos e as dificuldades com a qualidade do pensar. Citando Jesus, que havia enunciado que a felicidade não é deste mundo, destacou que a era do ego transcendente está se iniciando, rumando para a solidariedade, deixando para trás a solidão, e buscando desenvolver a capacidade de amar.

Ato contínuo, Divaldo Franco passou a apresentar reflexões, estimulando os presentes a pensar, notadamente quando há a necessidade de realizar esforços para entender a iluminação, salientando ser necessário muita coragem para construir o autoconhecimento. Cada ser humano tem em si um pouco de psicólogo, especialmente para avaliar aos outros, porque os indivíduos, naturalmente, projetam no outro as próprias imperfeições.

A autoiluminação é um belo desafio, é um convite à viagem mais difícil, a viagem para dentro de si mesmo, pois o grande desafio da criatura humana é a própria criatura, que enquanto não se voltar para o mundo íntimo, continuará deduzindo que maus são os outros, que errados estão sempre os outros. A visão psicologia do homem hodierno é de que o erro está sempre do outro lado.

Tudo o que o ser humano tem, afirmou o querido orador, é muito transitório pois, ou fica escravizado pelo que possui, ou o perde, então, a vida se torna um vai e vem sem fim. Não é importante ter uma religião para se iluminar, porque após iluminar-se o ser entra na espiritualidade, que está acima de qualquer religião, que, em verdade, são metodologias para vincular-se a Deus.

Divaldo Franco, ilustrando a rica abordagem, narrou a bela e comovente história de Adam Rickles, de formação judia ortodoxa, e Joey, seu filho, que por não concordar com o pai resolveu sair de casa. É uma história onde os fatos, como que guiados por mãos invisíveis, vão se sucedendo, propiciando grandes momentos angustiantes que levaram os protagonistas a reflexionarem, ensejando o reconhecimento da ingratidão, do arrependimento, até a culminância do perdão e da gratidão.

Emocionando a atenta plateia, afirmando ainda, baseado na história narrada, que as aparentes coincidências, são milagres do amor, ao que Carl Gustav Jung iria chamar de Sincronicidade. O amor é a alma da vida, assim, todos devem estar atentos aos pequenos gestos de amor que dão sentido novo a vida, e faz com que o ser humano se renove.

Desnecessário dizer quanto foi possível aprender ouvindo as narrativas de Divaldo Franco, que hoje se converte em um “poço” de experiências, nesta longa existência em contato com milhões de pessoas. Suas narrativas recheadas de histórias reais, de experiências próprias, de vivências, auxiliam no entendimento das temáticas abordadas. Tocando os corações e as mentes, dava a impressão de se estar diante de um espelho, ou até imaginar que o animado orador conhecia as problemáticas dos que o escutavam, pois as questões levantadas pelo incansável e dedicado orador possuíam o dom de traduzir perfeitamente o quadro existencial de cada um, naqueles aspectos habilmente abordados.

Foi um dia especial. Ao encerrar o seminário que transcorreu durante todo o dia, o infatigável trabalhador de Jesus relatou sua alegria pelos trinta anos ininterruptos de atividades doutrinárias espíritas em Viena, lançando sementes de amor, de compaixão no solo dos corações amigos que lhe concedem a honra de ouvi-lo.

Agradecendo o carinho com que é sempre recebido, a amizade que lhe nutrem, Divaldo Franco, o Arauto do Evangelho e da Paz, despediu-se e logo recolheu-se sob os auspícios do querido amigo Josef Jaculak, pois que as primeiras horas de domingo, 27 de maio, já irão encontrar Divaldo rumando para Helsinque, na Finlândia. Divaldo Franco é o Semeador que jamais se permitiu escolher o solo onde deposita as sementes do amor, em nome do Mestre Nazareno.

 

Texto e fotos: Ênio Medeiros. 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita