Internacional
por Ênio Medeiros

Ano 12 - N° 569 - 27 de Maio de 2018

Divaldo Franco na Suíça: “A felicidade é uma ave ligeira que sempre voa de um lado para o outro”


Na manhã de 19 de maio de 2018, em Winterthur, na Suíça, Divaldo Franco iniciou o seminário anual de Pentecostes. Neste ano o tema foi “Seja Feliz Hoje”. Inicialmente foi projetado um vídeo sobre a vida e a obra de Divaldo Franco, em seguida a plateia foi agraciada com a bela voz de Mauricio Virgens, interpretando Ave-Maria, antecedendo a fala do querido orador.

Divaldo Franco, o Trator de Deus, segundo Chico Xavier, iniciou afirmando que a felicidade é uma ave ligeira que sempre voa de um lado para o outro, e quando pensamos possuí-la, ela escapa de nossas mãos e vai pousar mais adiante. Após esta introdução, o querido amigo Dr. Juan Danilo saudou os presentes e os internautas em nome da Mansão do Caminho, discorrendo sobre a doação e o amor que é dispensado a todos que buscam aquela veneranda instituição educacional, afirmando que amar e servir é, sem dúvida, o caminho para ser feliz.

Reassumindo a exposição, Divaldo optou por trazer narrativas de experiências próprias, apresentando a belíssima história do menino indiano Tamil, e de seu encontro com Sathya Sai Baba (1926-2010), guru indiano e um dos mais famosos e influentes líderes religiosos de seu país, evidenciando o amor em ação, e de como sementes do bem geram frutos de felicidade, tocando profundamente a todos. Realmente, e sem a menor dúvida, cada indivíduo pode plantar estas sementes de amor, porque é capaz, se assim o desejar.

A felicidade não são as breves alegrias, mas é a sementeira para toda a vida, por isto Jesus afirmou não ser a felicidade deste mundo, mas ela começa neste mundo através da semeadura. O homem moderno está rico de teoria e vazio de realidade. Desenvolveu, aprendeu e sabe trabalhar os instrumentos delicados da tecnologia, mas não consegue equacionar as suas próprias emoções.

Aprofundando o tema, o nobre conferencista, citando o médico psiquiatra e professor Emilio Mira y Lopez (1896-1964), adentrou-se pelo campo dos quatro gigantes da alma, a Rotina, a Ansiedade, o Medo e a Solidão. Trabalhou cada um destes gigantes, evidenciando-os na vida de qualquer ser humano, apresentando exemplos ricos, permitindo que cada um se colocasse nas situações expostas, de forma cristalina, contribuindo para que todos saíssem enriquecidos com grandes aprendizados para a vida.

Tudo o que for plantado hoje, amanhã estará florindo, espinhos ou flores. Ao plantar rosas, mesmo que os espinhos firam as mãos, o perfume sempre compensará. A felicidade é um estado natural de Deus com cada criatura. Pode-se ser feliz hoje, afirmou Divaldo. Trata-se de uma questão mental, é um estado de alma, cada ser humano pode reverter estados negativos através do pensamento e criar este estado de plenitude, de felicidade.

Finalizando o primeiro dia do seminário, bem-disposto e humorado, mesmo após ter falado por seis horas com pequenos intervalos, Divaldo incentivou a todos, relatando alguns diálogos seus com a benfeitora Joanna de Ângelis sobre as relações da criatura humana e o sofrimento. Esses diálogos sempre o motivam a amar e, por extensão, motivou os presentes, asseverando que ninguém se arrependerá por perdoar e amar.

É incrível e quase inexplicável, mas o Trator de Deus, no auge de sua “adolescência”, ainda convidou aos que o escutavam para uma atividade de perguntas e respostas a ser efetivada após duas horas e meia de intervalo, na sede do GEAK, em Winterthur. Quem é que aguenta acompanhar este ritmo?

Encontro com trabalhadores – Na noite de sábado, 19 de maio de 2018, Divaldo Franco, atendendo ao convite dos amigos do Centro de Estudos Espíritas Allan Kardec – CEEAK, de Winterthur, na Suíça, participou de um encontro informal com os trabalhadores espíritas, uma oportunidade de elucidativas reflexões.

A exposição do tema ficou sob a responsabilidade do querido amigo Juan Danilo que discorreu sobre o inesquecível diálogo de Pedro com Jesus, questionando sobre o número de vezes que deveria perdoar as ofensas, adentrando-se na tão debatida questão do perdão, ainda pouco vivenciada. A proposta psicológica do perdão, afirmou Juan Danilo, é a mesma da reencarnação. Facilmente o indivíduo fica sem a relativa paz adquirida em razão da sua fragilidade moral, pelo passado de equívocos que carrega.

Descobrindo mais e melhor a sua realidade espiritual, a criatura humana deixa de reagir tanto e começa a agir um pouco mais pela compreensão alcançada, por mínima que seja. A reforma íntima, afirmou, requer um olhar aprofundado nas ferramentas que a codificação da Doutrina Espírita oferece. A fé raciocinada, a oração e o autoconhecimento são ferramentas oferecidas pelo Espiritismo.

Encerrando sua exposição, Juan Danilo afirmou que errar faz parte da vida dos indivíduos, porém, jamais deve desistir, afinal está caminhando, evoluindo, e todo aquele que caminha está sujeito a tropeços, buscando sempre se educar. Muito aplaudido pelos presentes que o receberam com alegria efusiva, o expositor os cativou através de sua abordagem simples e profunda.

Na sequência, Divaldo Franco passou a responder as questões formuladas sobre assuntos diversos. Suas respostas, enriquecidas com relatos riquíssimos, sensibilizaram pela beleza dos detalhes. A experiência de Divaldo é impressionante. Construída através de uma vida dedicada à divulgação e à vivência do Evangelho de Jesus, Divaldo Franco é um manancial caudaloso de conhecimento enriquecido por uma longa jornada que lhe permite falar ao coração. Assim foi encerrada a noite, após um longo dia de atividades. E o semeador? Saiu a semear...

Conclusão do seminário – Na manhã do dia 20 de maio de 2018, domingo, dando prosseguimento com o seminário de Pentecostes, em Winterthur, na Suíça, Divaldo Franco iniciou discorrendo sobre a vida e a obra de Sócrates, o pai da filosofia, que também lecionava o autoconhecimento. Allan Kardec, afirmou Divaldo, utilizando-se da base dos conhecimentos Socráticos, e perguntando aos Espíritos sobre a forma mais eficaz para a evolução do ser humano, obteve semelhante resposta, indicando as diretrizes apontadas por Sócrates: o conhece-te a ti mesmo.

Mergulhando nos ensinamentos contidos nas obras básicas do Espiritismo, o Arauto do Evangelho trouxe inúmeras reflexões, através da filosofia, proporcionando uma ampla compreensão nestes intrincados caminhos da evolução. Hoje, com o avanço da ciência, a humanidade já dispõe do Holograma, e o homem, embora desejando uma filosofia do toque, da matéria, os Espíritos oferecem uma filosofia de ideias.

O que vemos não é como vemos, diz a física moderna, somos enganados por nossas sensações. Através destas sensações chega-se às emoções, que por sua vez, conduzirá a criatura humana a alcançar a intuição, eis aí a evolução do pensamento. Avançamos para a autoterapia, os médicos do porvir somente nos auxiliarão a bem direcionar o pensamento.

A filosofia da felicidade está centrada no amor, afirmou Divaldo. Viva, portanto, intensamente cada momento de sua vida, de forma que, ao encerrar esta etapa, possas repetir Confúcio: Quando chegaste, todos sorriram e tu choravas. Vive de tal forma, que ao retornares, quando todos chorarem tua partida, tu possas sorrir, pela paz de consciência conquistada por uma existência reta.

Citando o grande psiquiatra austríaco Viktor Frankl (1905-1997), criador da logoterapia, e que se tornou um símbolo da solidariedade, sobrevivendo aos campos de concentração nazistas, reforçava a necessidade de se ter um sentido psicológico, uma meta transpessoal na vida, evitando o vazio existencial. Divaldo ainda narrou a bela história do colar de diamantes, evidenciando que, em muitas oportunidades e ocasiões, o homem somente atribui real valor para o que possui quando perde. Observação: Para os detalhes desta bela história, consulte a obra O Colar de Diamantes, de Divaldo Franco, compilada por Délcio Carvalho.

O incansável trabalhador de Jesus, com bom ânimo, ainda respondeu diversas perguntas formuladas pelos presentes, dividindo sua enorme experiência de vida, afirmando que todos podem ser felizes desde a hora que desejar. Ao encerrar o seminário, era visível a emoção que envolveu a todos, tocados no íntimo pelas narrativas, pelo carinho deste peregrino do Cristo. Os efusivos aplausos que recebeu foram de gratidão, reconhecimento e de estímulos para prosseguir, intimorato, neste roteiro de luz pelo continente europeu.

Conferência derradeira – Na manhã de segunda-feira, 21 de maio de 2018, encerrando as atividades doutrinárias na Suíça, Divaldo Franco realizou uma conferência, lotando o auditório, após o encerramento do seminário de Pentecostes. O dedicado trabalhador, apresentando as conclusões de Jung, fez judiciosas referências às sombras, às tendências negativas, à predominância do ego e, fazendo um exame das imperfeições humanas, asseverou ser necessário estabelecer a ligação entre o EGO e o SELF. Esse eixo, EGO-SELF, por onde os indivíduos transitam, somente será alcançado quando for atingido o estado numinoso de consciência, a plenitude.

Divaldo traçou um paralelo entre as bem-aventuranças e o episódio de Massada, um imponente planalto escarpado, situado no litoral sudoeste do Mar Morto. O local é uma fortaleza natural, com penhascos íngremes e terreno acidentado e que passou a história por não se render aos romanos, matando-se uns aos outros, todos as novecentas pessoas que ali se encontravam. Sempre teremos a imensa paisagem da humanidade formada pelo bom, pelo bem, pelas bem-aventuranças e, pelo outro lado, há a presença do mal, da morte, da ignorância, de Massada.

Discorreu, ampla e profundamente, sobre a figura incomparável do Mestre de Nazaré, apresentando-O de forma simples, para que todos pudessem compreender e trazer definitivamente Jesus para perto de si, como a um amigo com o qual se pode sempre contar. Referindo-se e analisando o paradoxo das religiões, que pelo fanatismo religioso provocou o maior número de guerras na humanidade, em contraste com os fatores econômicos e sociais, sempre em menor incidência, inclusive nos dias da atualidade, por absoluta falta do exercício do amor apregoado pelo Cristo. Auxiliando na compreensão dos ensinamentos de Jesus, e à luz da Doutrina Espírita, interpretou diversas vivências do Mestre Galileu sob a óptica da psicologia profunda.

Ao final do encontro, o querido orador, Divaldo Franco, apresentou palavras de conforto para aqueles que estão longe da sua Pátria, sofrendo saudades, confortando-os moralmente, incentivando a vitória sobre si mesmo, apresentando Jesus muito próximo, possível de ser alcançado, pois que é o amigo dos que sofrem.

Aplaudido intensamente, e de pé, o trabalhador do Cristo encerrou a jornada pela Suíça, despedindo-se de todos, porque a labuta prossegue e Viena, na Áustria, já o aguarda. Segue, assim, o “jovem” agricultor de Jesus, porque a semeadura no solo ainda árido dos corações não pode parar, e ele sabe bem disto, divulgando a mensagem do consolador de forma sistemática, com alegria e destemor.
 
 

Texto e fotos: Ênio Medeiros.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita