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por Silas Lourenço

 

Espiritismo, atualidade e posteridade


“O Espiritismo, magnificamente codificado por Allan Kardec, nos veio abrir os vastos horizontes da vida, demonstrando-nos, com verdadeira precisão, a imortalidade.” Cairbar Schutel.

O Espiritismo é sem dúvida a terceira revelação. E sendo Obra Divina é objeto de fé religiosa. Cremos, estamos convictos e plenamente convencidos de suas Verdades. Mas não é só isso. O gênio humano de Allan Kardec ordenou e sistematizou os ensinamentos dos Espíritos de tal forma que ainda hoje o trabalho com mais de 160 (cento e sessenta anos) é insuperável, podendo ser afirmado sem qualquer receio de erro que o Mestre de Lion foi o maior pesquisador do infinitamente invisível, seja entre os encarnados ou entre os desencarnados. Porém, como decorrência da própria Doutrina por ele codificada, não se pode olvidar o caráter sublime da missão por ele desenvolvida.

Allan Kardec inicia em 1857 uma fase de descobertas que não cessarão jamais, porque o Plano Espiritual é eterno e infinito.

Disse Léon Denis: “Há duas coisas na doutrina dos Espíritos: uma revelação do mundo espiritual e uma descoberta humana, isto é, de uma parte, um ensinamento universal, extraterrestre, idêntico a si mesmo nas suas partes essenciais e no seu sentido geral; da outra, uma confirmação pessoal e humana, que continua a ser feita segundo as regras da lógica, da experiência e da razão”. Isso dito na sua magistral obra O Problema do Ser do Destino e da Dor, na opinião deste articulista, o sexto livro obrigatório do espírita consciente.

Essa parte de confirmação referenciada pelo Filósofo do Espiritismo é o que podemos acompanhar nas obras complementares de outros missionários como o próprio Léon Denis, Cairbar Schutel dentre muitos, e de médiuns também missionários como Yvonne do Amaral Pereira, Chico Xavier, Divaldo Franco e também muitos outros, sem deixar de mencionar por óbvio os milhares de operadores que diariamente nos trazem as comprovações do Plano Espiritual. A ciência também progride a passos largos na direção da confirmação da revelação oferecida pelo Pai Celestial através dos Espíritos e da mediunidade.

O Espiritismo, ao demonstrar precisamente a imortalidade, traz no seu bojo a constatação da transitoriedade da vida humana encarnada em face da eternidade da vida do Espírito. Também decorre numa corrente de nexos causais irrefutáveis, quais são os aspectos mais relevantes da vida humana, se impondo como elemento máximo a caridade, o que levou o Codificador a estabelecer como maior máxima do Espiritismo: “Fora da Caridade não há salvação”.

A vida humana, passageira e fugaz, assume importância relativa, muito diminuída em face da vida espiritual.

Como oferecer maior valor a certa importância em dinheiro, em face de um problema de saúde consigo ou em pessoa da família? De que vale o poder conquistado a peso de ouro e por vezes por uma eleição fraudulenta, se o poder é insuficiente para reverter o destino de um povo?

São questões que somente fazem sentido se observadas com a ótica do porvir proporcionada pelo Espiritismo, se consideradas do ponto de vista material chegam às raias da ingenuidade. Mas é exatamente essa a questão. Ou vivemos integralmente o Espiritismo, porque acreditamos na vida futura, ou estaremos apenas mascarando nossas vidas, com severas consequências posteriores.

A caridade, bem compreendida, deve nortear nossos atos, pois fora dela estaremos irremediavelmente condenados à estagnação espiritual, repetindo, repetindo experiências, até que, vencidos pelo tédio, avancemos.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita