Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

  

Certa ocasião, Chico toma conhecimento de uma carta que lhe é enviada por Wantuil de Freitas, escrita por... Deduz-se se que o missivista programava levar alguém até ele, para que este recebesse notícias de entes queridos daquela pessoa. Chico fala de suas experiências nesse campo e nos enseja profundas reflexões:

“(...) Em anexo, restituo-te a carta do nosso..., que me enviaste, em caráter confidencial. Muito grato pela tua bondosa confiança.

O conteúdo da missiva muito me comoveu e embora respeite com veneração a consulta do nosso estimado..., a experiência ensina-me a pensar de outro modo.

Convidar alguém para vir aqui ou promover medidas tendentes a convencer esse alguém que ele está sendo convidado a vir, seria envolver-nos em promessas que não podemos cumprir. A comunicação dos entes amados deve ser absolutamente espontânea e, sendo assim, se o nosso amigo de São Paulo (citado pelo .......) merece esse conforto pessoal, não precisaremos procurar determinado médium, porque lá mesmo, na Capital Paulista, os nossos Benfeitores do Alto dispõem de recursos mediúnicos para fazê-lo.

Muitos amigos nossos têm trazido aqui pessoas de alta condição social como se eu as tivesse convidado para receber mensagens desse ou daquele parente desencarnado, e como as mensagens não vêm com facilidade, na maioria das vezes, o resultado para todos nós é o desapontamento e a mágoa maior. De semelhantes iniciativas, que nunca promovi, tenho colhido lições amargas, inclusive a de ter apanhado bofetões no rosto, por quatro vezes diversas, nestes meus trinta anos de mediunidade ativa, agressões essas que partem de pessoas naturalmente obsidiadas ou enfermas, para as quais não pude receber a palavra de afeições queridas do Além. Assim julgo, de vez que, se não estivessem doentes, teriam tido outro procedimento, porquanto nunca chamei qualquer pessoa a PL e de todas as que já vieram nunca pedi favor algum, nem mesmo o da compreensão.

Creio seja melhor aconselharmos ao... entregar o amigo a que ele se refere a Nosso Senhor Jesus-Cristo, por intermédio da oração silenciosa, pois só Jesus pode interferir num caso assim em que o enfermo espiritual está premiado por tantos dotes de inteligência e recursos materiais.

Que Deus nos proteja e abençoe a todos e nos ajude a ver o nosso irmão de São Paulo procurando a Doutrina Espírita, como qualquer um de nós, sem ser por ela cortejado, o que lhe agravaria os problemas de ordem moral."


Do livro Testemunhos de Chico Xavier, de Suely Caldas Schubert.

 
 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita