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por Nubor Orlando Facure

 
Na “dimensão espiritual”


A Doutrina Espírita acrescenta a “dimensão espiritual” no entendimento da natureza humana, ressaltando a sua complexidade.

Reunimos aqui, aleatoriamente, algumas das suas lições.

O corpo físico é vestimenta transitória que dá, ao Espírito, instrumento para se manifestar no mundo em que vivemos.

Reencarnando em vidas sucessivas, temos oportunidade de renovar experiências, redimir faltas, reavaliar acertos e erros e projetarmos compromissos futuros.

Nada ocorre por acaso, Deus é criador e seus prepostos orientam nossos destinos.

Estamos todos inseridos no projeto de progresso incessante que nos elevará ao nível de Espíritos Superiores.

O “princípio inteligente” com o qual inauguramos a vida percorreu as diversas escalas evolutivas se empenhando na aquisição de reflexos, de instintos, de automatismo e de racionalidade até atingir a condição humana que desfrutamos hoje.

A evolução da mente sugestionou e dirigiu as necessidades da evolução do corpo.

A Espiritualidade Superior introduziu as mudanças necessárias para o sucesso do projeto humano realizando intervenções nos dois planos da vida.

Nossos talentos ou aptidões para o bem ou para o mal são frutos do nosso próprio mérito.

A perseverança aprimora o artista, o estudo constrói o gênio, a serenidade modela o santo, persistir no vício estaciona, prejudicar o próximo escraviza à falta cometida, fugir da lição adia a corrigenda.

Tanto a aparência que cada um de nós revela, como o ambiente que a vida nos localiza, são situações momentâneas, adequadas às nossas necessidades.

Um lavrador que se exaure na terra pode estar vivendo a lição da simplicidade e da paciência.

Um político em evidência pode estar experimentando o compromisso do poder.

Um líder religioso pode estar aprendendo a perseverança na fé.

A família que nos acompanha, com dedicação ou com dificuldades e exigências, representa créditos ou proteção, contas a pagar ou correções a aceitar em nós mesmos.

Somos expressões parciais e acanhadas das múltiplas vivências que já experimentamos em outras existências. Talentos valiosos e deficiências diversas estão, frequentemente, imersos na lei de esquecimento transitório que nos protege.

Na reencarnação, a misericórdia divina nos favorece a bênção do recomeço ignorando nosso passado de culpas.

Para a Doutrina Espírita, não cabe qualquer ideia de superioridade de raça, de gênero, de profissão ou de prestígio social. O que nos credencia é o bem que fizermos ao próximo e a transformação para melhor que acrescentarmos a nós mesmos.

Cada criança acumula a somatória das personalidades que desenvolveu no transcurso de milênios e a inocência dos primeiros anos é oportunidade de redirecionar comportamentos, transformar sentimentos e adquirir novos valores.

Pais e irmãos, profissão e casamento, fortunas e privilégios são empréstimos transitórios que exigirão prestação de contas.

“A vida nos dará o que buscarmos e nos cobrará o que recebermos.”

“A genética sinaliza, mas não realiza o que for do nosso compromisso.” Na verdade, “somos herdeiros de nós mesmos”, é nosso passado que nos representa no palco da vida. Nem genes nem sobrenomes serão passaportes para livrar-nos de sentimento de culpa, de tempo perdido ou de perdão que recusamos dar.

Nossas dificuldades refletem nossas necessidades e com o esforço de hoje é que garantimos a recompensa de amanhã.

A Ciência oficial ainda não se deu conta da “dimensão espiritual” e o quanto ela interage em nossas vidas.

Aqueles que enterramos nas últimas despedidas do túmulo permanecem vivos e compartilham conosco uma intimidade que não suspeitamos.

Nossa fisiologia sensorial não tem sensibilidade para registrar suas presenças, mas nossa atividade mental irradia no mesmo espectro de sintonia. Compartilhamos com eles o mesmo universo de ondas mentais.

Vivemos permanentemente como emissores e receptores projetando e recebendo todos os pensamentos que vibram com os mesmos objetivos que os nossos.

Parentes e amigos, inimigos e adversários, companheiros no bem e comparsas no crime se associam aos nossos propósitos.

Suas vozes ressoam em nossos pensamentos, suas sugestões induzem nossas escolhas, sua proteção nos ajuda a superar as dificuldades e sua perturbação nos retém no desespero.

Comungamos com os “mortos” mais frequentemente que com os “vivos”.

“Vivemos com uma nuvem de testemunhas”, no dizer de Paulo (Hebreus 12:12) e somos responsáveis por essa “parceria consentida” que nos sustenta para o bem ou para a ignorância.   

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita