Brasil
por Paulo Salerno

Ano 11 - N° 560 - 25 de Março de 2018


 

Divaldo Franco: “O amor soluciona qualquer desafio”


No período de 12 a 14 de março de 2018, o peregrino de Jesus da atualidade, Divaldo Franco, esteve nas cidades de Campo Mourão, União da Vitória e Ponta Grossa desenvolvendo atividades doutrinárias, levando as luzes do Evangelho de Jesus dentro da programação de interiorização da XX Conferência Estadual Espírita que teve o seu ápice em Pinhais, nos dias 16, 17 e 18 de março, no Centro de Eventos Expotrade.

Como faz habitualmente todos os anos, Divaldo Franco retornou ao pujante Paraná, iniciando o seu périplo por Campo Mourão, no dia 12 de março, proferindo excepcional conferência sobre a imortalidade da alma para um público de 1.500 pessoas que lotaram o auditório do Celebra Eventos, na bela e hospitaleira cidade.

Presentes diversas lideranças espíritas regionais e estaduais (na foto com Divaldo), o evento foi divulgado pela TVA, emissora da Associação Espírita de Maringá, sendo essa sua primeira transmissão externa, gerando sinal para a FEBTV.

O Grupo Encanto (na foto com Divaldo), formado por trabalhadores da Sociedade Espírita Meimei e do Centro Espírita Caminheiros do Bem, ambos de Campo Mourão, com suas belas interpretações vocais e musicais, harmonizaram o ambiente, preparando-o para a conferência que se sucederia.

A vida é uma unidade; tanto no corpo como fora dele a criatura humana vive, indiscutivelmente. (Divaldo Franco)

Divaldo Franco, o trator de Deus, nas palavras do saudoso Chico Xavier, completando setenta anos de oratória espírita, chamando atenção para a imortalidade, narrou sintética história escrita pelo inglês William Somerset Maugham (1874-1965), novelista, contista e dramaturgo. Essa pequena história, inspirada em antiga lenda oriental, narra o encontro com a morte em um mercado de Bagdá. Aos que se interessarem por essa exuberante narrativa, poderá encontrá-la no capítulo 4, O Encontro Fatídico, na obra Divaldo Franco e o Jovem, uma compilação de Délcio Carvalho, da Editora LEAL.

Percorrendo o pensamento filosófico oriental e ocidental, notadamente dos gregos, Divaldo explanou o entendimento de diversas correntes de pensamento sobre a morte e a imortalidade do ser humano. Apoiando-se em fatos históricos, desenvolveu esclarecedora linha de raciocínio, destacando fatos e personagens que corroboraram a imortalidade e a comunicabilidade dos ditos mortos. A vida é uma unidade, tanto no corpo como fora dele a criatura humana vive, indiscutivelmente.

Jesus, apresentando aos homens a essência de sua natureza, destacou que a criatura humana é imortal, momentaneamente revestida de matéria densa e perecível – o corpo físico. Passando pela criação do Universo, apresentou o trabalho ingente de Allan Kardec estampado em A Gênese, em que o homem, imortal, desempenha um papel importante no contexto espiritual e material, inclusive no aperfeiçoamento dos corpos que lhe servem de vestimenta temporária.

No campo dos fenômenos espirituais, referindo-se a diversos protagonistas, Divaldo Franco evidenciou o grandioso trabalho desenvolvido por Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais tarde conhecido por Allan Kardec, que, despertando para as evidências das manifestações espirituais, investigou-as com profundidade, entregando à humanidade a Doutrina Espírita, por ele codificada.

A imortalidade da alma também se expressa pelas inúmeras constatações sobre o conhecimento precoce de grande número de crianças que, não possuindo tempo hábil, discernimento e maturidade, se apresentam com pendores excepcionais em diversas áreas do conhecimento, verdadeiros prodígios, hoje facilmente encontrados através das mídias sociais.

O Espiritismo é a resposta de Jesus à Humanidade sedenta de ternura e confiança, de amor e de caridade, de sorrisos e apertos de mãos. O planeta Terra, em franca regeneração, recebe seres de outras dimensões, aqui reencarnando em auxílio ao aperfeiçoamento do ser humano habitante do orbe. Facilmente se poderá encontrar Jesus acolhendo os indigitados através de abnegados e devotados servidores, pois que é pelas mãos desses que os sofredores e carentes de afeto e acolhimento espiritual e material são atendidos em nome Dele. Esses seres estão por toda a parte, perambulam pelas ruas carregando o peso do sofrimento que se expressa nos dois campos da vida, material e espiritual. O planeta regenerado será construído pelos que possuem sentimentos nobres, a caminho do vir a ser.

O mal que se faz a outrem é o mal que se faz a si mesmo. (Divaldo Franco)

Na graciosa União da Vitória, em 13 de março, Divaldo Franco, denominado por Suely Caldas Schubert como O Semeador de Estrelas, fazendo bom uso das ferramentas do Espiritismo e servindo Jesus onde é chamado, apresentou profícuo trabalho doutrinário no Complexo Esportivo da UNIUV – Centro Universitário União da Vitória -, com o tema O Amor como Solução.

Doando-se ao próximo, atendendo gentil e alegremente os que o procuravam para um cumprimento, uma confidência, um autógrafo, um consolo, Divaldo atendeu ao convite para uma pequena entrevista à TV Mill, afiliada da TV Cultura.

O mundo conhecido antes do nascimento do Mestre Jesus havia sido preparado para recebê-lo, inclusive com a substituição dos homens belicosos pelos filósofos e poetas. Espíritos nobres, formando uma cultura, de amplitude de conhecimento e de moralidade, prepararam as condições para o nascimento de Jesus, que, com seu comportamento, conhecimento e amor, mudou completamente a Humanidade.

No suceder dos fatos, Jesus escolheu seus servidores e, incansável, amoroso e acolhedor, tocou corações rudes e mentes obtusas, curou os doentes do corpo e da alma. Por amor transformou as criaturas que se apresentaram propensas às mudanças, dignificando-as com seu lúcido olhar. Chorou, compadecendo-se daqueles que, tendo seus corpos curados, mantiveram suas almas algemadas aos desvios e apelos do passado infelicitador dando vazão aos sentidos e paixões vis, esquecidos de que os corpos são perecíveis. Jesus veio curar o ser imortal, o Espírito, portanto, e resgatar a sua condição moral.

Dentre todos os pensadores, filósofos e poetas que se apresentaram no palco terreno antes de Jesus, somente Este falou de AMOR, cantando-o e vivenciando-o integralmente. O egotismo se torna nulo pelo amor que se devota ao outro através de ações de caridade, de perdão, de acolhimento.

Os séculos foram-se desdobrando sobre a humanidade, revelando déspotas e violentos, açambarcadores da paz, promotores do mal. Em sentido contrário, e alicerçados no amor crístico, seres enobrecidos, caridosos e harmoniosos apresentaram-se ante as lutas ingentes entre o bem e o mal, destacando que o homem é capaz de amar, de perdoar e de viver em paz.

O Espiritismo, contrapondo-se ao materialismo, prepara o homem para as grandes conquistas espirituais, libertando-o de atavismos, reafirmando a sua imortalidade e a sua característica espiritual. Allan Kardec, o nobre codificador do Espiritismo, através de seu profícuo trabalho científico e estudando os fenômenos extraordinários de então, estabeleceu que esse crescimento moral/espiritual se dará pelo trabalho, pela solidariedade e pela tolerância, expressões do amor.

Discorrendo sobre suas próprias experiências, Divaldo demonstrou que o amor é a solução para a transformação do ser, alçando-o ao patamar de equilíbrio espiritual e moral, libertando o ser virtuoso que jaz adormecido na criatura humana.

Na esteira da evolução humana, o homem, aproveitando-se de suas experiências transatas, ampliando sua inteligência, construindo o saber científico, tem sabido aprimorar seu modo de viver materialmente. Porém, no campo moral, essas mesmas experiências ainda não foram suficientes para alcançar patamares mais elevados de conduta ética. O Espiritismo, o Consolador Prometido, derrama sobre a humanidade as luzes do Cristo, reacendendo no homem a chama do amor por si mesmo, pelo próximo e por Deus. É a plenitude a ser alcançada por muitos dentre nós.

Divaldo Franco, que conheceu o Espiritismo com 16 anos de idade e iniciou a oratória espírita aos 18, apresentou suas experiências e ações no campo do amor ao próximo, servindo incondicionalmente a Jesus.

A Doutrina Espírita afirma que a missão de cada criatura humana é amar. Todo aquele que ama vive em plenitude, é feliz, possui alegria de viver, apesar das vicissitudes naturais da vida corporal. A mudança de pensamento, a adoção de uma conduta reta em acordo com o Evangelho de Jesus são premissas para a construção de um mundo melhor, tornando a Terra um orbe regenerado.

Concluindo seu brilhante trabalho, Divaldo Franco narrou comovente história onde criaturas lúcidas e amorosas propiciaram momentos de felicidade, ternura e de elevação espiritual, dignificando o ser humano. Aqueles que, sintonizados com as ideias apresentadas, tiveram seus corações tocados, sentiram as vibrações do amor. Sensibilizadas e luarizadas em bênçãos, as criaturas predispostas à vivência amorosa consigo e com os demais, motivam-se para fazer mais e melhor a favor do próximo, abnegadamente. As lágrimas vertidas por alguns foram suficientes para compreender o poder do amor.

O amor soluciona qualquer desafio. (Divaldo Franco)

Retornando a Ponta Grossa, como faz anualmente, Divaldo Franco proferiu elucidativa conferência sobre a gratidão, na noite de 14 de março.

O público, atendendo ao generoso convite das lideranças espíritas locais, lotou o auditório e um outro salão contíguo do Clube Princesa dos Campos.

Muito solicitado, Divaldo Franco concedeu entrevista para a Rede Massa, do SBT, em que externou sua perspectiva sobre o movimento espírita no exterior, as atividades desenvolvidas na Mansão do Caminho, o Movimento Você e a Paz, frisando que a grande tarefa do ser humano é tornar-se alguém melhor. O Brasil, em um processo de renovação, encaminha-se para se tornar muito melhor do que atualmente é. Indagado sobre si, disse que não pode alimentar expectativas de longo prazo, dada a sua idade de 90 anos. Cada ser humano deve preocupar-se em amar, em servir desinteressadamente. O amor soluciona qualquer desafio.

Divaldo Franco se fez acompanhar pelo seu dileto amigo Juan Danilo Rodríguez, natural de Ambato, no Equador. Espírita, médico, terapeuta holístico, psicólogo transpessoal, é fundador do Centro Espírita Francisco de Assis, na capital equatoriana. É, também, fundador da Fundação Luz Fraterna, dedicada ao tratamento da síndrome autista, propiciando, para esses, uma vida de mais equilíbrio e contato social, dignificando a criatura humana. Dr. Juan é autor do livro Alliyana, de cunho terapêutico, em que apresenta uma abordagem sobre o tratamento do autismo. Alliyana é uma palavra originária da língua quíchua, dos nativos do Equador, e tem como significado sarar. Para a cultura andina, sarar, curar é esclarecer. O Dr. Juan atualmente reside na Mansão do Caminho, onde desenvolve fervorosa e abnegada atividade voluntária. Em sintética entrevista, destacou o trabalho desenvolvido pelo Espiritismo, acolhendo e consolando os aflitos.

Encerrada a bela apresentação artística levada a efeito pelo coral Vozes de Francisco, e a formação da mesa diretiva, composta pelas lideranças espíritas locais, com a presença do presidente da Federação Espírita do Paraná, Adriano Lino Greca e do 1º vice-presidente, Luiz Henrique da Silva, o Dr. Juan Danilo se expressou agradecendo a honra de participar de significativo evento, apresentando o abraço do Centro Espírita Francisco de Assis, de Quito, e da Mansão do Caminho. Abordou brevemente o seu contato com Espíritos benfeitores que o instigaram a estudar o idioma português, bem como, em anterior orientação, foi instado a fundar o Centro Espírita Francisco de Assis.

Divaldo Franco, antes de iniciar sua conferência, fez sintética apresentação de Juan Danilo, destacando, além da obra acima citada, o livro Notas do Coração, já com tradução para vários idiomas. Frisou que Juan Danilo ama a Doutrina Espírita e o Brasil, é um servidor fiel de Allan Kardec, estando residindo atualmente na Mansão do Caminho, um exemplo de amor ao próximo.

Citando estudiosos da criatura humana, o fenomenal tribuno de Feira de Santana discorreu sobre a gratidão. Ela é terapêutica, produzindo saúde e bem-estar. A gratidão não significa retribuir a quem fez um bem, um gesto de generosidade, de auxílio. A gratidão significa fazer a outrem o que tenhamos recebido, ampliando desse modo a ação do bem, multiplicadamente. Esse sentimento é o amor em ação, reconhecendo a vida animada e inanimada.

O simples reconhecimento da causalidade primeira da vida no Universo, Deus, o grande autor de tudo o que existe, faz surgir no ser humano esse sentimento terno de gratidão ao Criador. Os estudiosos dessa área, em simetria com Jesus e Deus, lograram desenvolver conceitos facilitadores para uma compreensão aprimorada da gratidão.

Com duas comoventes e instrutivas histórias verídicas, Divaldo deixou claro que ser grato não é agradecimento e retribuição. A gratidão se multiplica pelas ações que se expressam ao fazer algo de bom ao semelhante. Jesus ensinou a gratidão ao sentenciar que os homens deveriam fazer uns aos outros o que gostariam que lhes fosse feito. O amor engrandece. A humanidade coleciona muitos nomes de indivíduos gratos, como Francisco de Assis, que, com sua simplicidade e generosidade, foi extremamente grato à vida, à natureza.

Os Espíritos nobres, ao fazerem o bem, o fazem em gratidão a Deus, que lhes permite agir no bem, sendo bons com todos. A gratidão imprime nos indivíduos um sentimento extraordinariamente forte que lhe torna impossível manter-se apático, à margem dos acontecimentos. A gratidão, além do bem-estar que produz, faz com que o indivíduo passe a perceber seu próximo com o sentimento do amor. Quando alguém lhe fizer um bem, agradeça e faça, então, o bem a outrem. A gratidão é generosa.

Discorrendo sobre a Doutrina Espírita, Divaldo frisou que a gratidão está em seus ensinamentos, nas orientações, nos esclarecimentos, pois que os nobres Espíritos legaram à Humanidade esse riquíssimo conteúdo em gratidão a Deus.

Jesus pronunciou a palavra AMOR, o Espiritismo, por sua vez, destacou a REENCARNAÇÃO, dois preciosos ensinamentos que facultam o despertar da gratidão ao Criador, à vida. Servir e amar, eis dois fundamentos libertadores do ser humano. Em vez de pedir a Deus, sejamos gratos por tudo.

Declamando o Poema da Gratidão, de Amélia Rodrigues, Divaldo encerrou a rica conferência, recebendo fortíssimos aplausos. Na sequência, porque todos se encontrassem vivamente tocados por emoções superiores e exteriorizando em seus rostos a gratidão, demoraram-se a sair do ambiente luarizado pelas bênçãos esparzidas.

 

Nota do Autor:


As fotos que ilustram esta reportagem são de Jorge Moehlecke.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita