Estudo das Obras
de Allan Kardec

por Astolfo O. de Oliveira Filho

 

Revue Spirite de 1861

Parte 12
 

Damos prosseguimento nesta edição ao estudo da Revue Spirite de 1861, mensário de divulgação espírita fundado e dirigido por Allan Kardec. Este estudo é baseado na tradução para o idioma português efetuada por Júlio Abreu Filho e publicada pela EDICEL. As respostas às questões propostas estão no final do texto sugerido para leitura. 


Questões para debate


A. A força do Espiritismo tem duas causas preponderantes. Quais são elas?

B. O que de mais belo existe no Espiritismo?

C. Kardec era favorável à existência de grupos espíritas pequenos?


Texto para leitura


206. Após censurar os desmandos de Roma, Dante (Espírito) adverte: “Ó homens que vos dizeis cristãos, vendo o vosso apego aos bens perecíveis deste mundo, dir-se-ia que realmente não contais com os da eternidade. Roma! que te dizes imortal, possam os séculos futuros não buscar o teu lugar, como hoje é procurado o de Babilônia!” (PP. 333 e 334)

207. Pascal (Espírito), comunicando-se em Sens, diz que o mal desaparecerá da face da Terra se a caridade aqui reinar. Em face disso, propõe-nos: “Começai por dar exemplo, vós mesmos; sede caridosos para com todos, indistintamente; esforçai-vos por tomar o hábito de não mais notar os que vos olham com desdém; crede sempre que eles merecem vossa simpatia e deixai a Deus o cuidado de toda justiça, porque a cada dia, em seu reino, ele separa o joio do trigo”. (P. 336)

208. A Revue noticia o auto de fé de Barcelona, ocorrido em 9 de outubro de 1861. (PP. 337 a 340)

209. Kardec, após aludir à repercussão que o episódio teve na Espanha, onde foi deplorado por diversos jornais, diz que essa data deve ser para os espíritas um dia de festa, e não de luto. Em mensagem transcrita na Revue, Saint Dominique explicou: “Nada é feito inutilmente em vossa Terra nesse sentido; e nós, que inspiramos o auto de fé de Barcelona, bem sabíamos que, assim agindo, contribuiríamos para um grande passo à frente”. (P. 340)

210. Kardec fala sobre sua visita aos espíritas de Bordéus, onde o Espiritismo penetrava em todas as camadas da sociedade, e transcreve na Revue a saudação que lhe foi feita na cidade por um menino de cinco anos e meio, de nome Joseph, filho do Sr. Sabò, grande líder espírita da cidade. (PP. 343 a 346)

211. Os discursos do Sr. Sabò, do Dr. Bouché de Vitray e de Kardec foram transcritos na Revue. (PP. 346 a 364)

212. Doutor em Medicina, Bouché de Vitray diz em seu discurso que o testemunho da autenticidade de nossa doutrina remonta à noite dos tempos e que os livros sagrados, base do Cristianismo, a relatam. (P. 349)

213. Com o Espiritismo – diz Dr. Vitray – os moços abandonam as ilusões da primeira idade e os homens maduros aprendem a levar a vida a sério, vendo-se formar Centros espíritas em todos os pontos do globo. (P. 351)

214. Em sua mensagem aos confrades de Bordéus, Kardec diz não ser médium, no sentido vulgar da palavra, e considera tal fato uma felicidade, que muito o ajudou no desempenho de sua tarefa no Espiritismo. (PP. 356 e 357)

215. A força do Espiritismo tem, segundo Kardec, duas causas preponderantes. (P. 357)

216. A primeira é que ele torna felizes todos os que o conhecem, compreendem e praticam. A segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum homem que possa ser derrubado, porque seu foco está em toda parte. (PP. 357 e 358)

217. Mataram o Cristo, mataram seus apóstolos e, no entanto, a ideia cristã triunfou, vencendo até a perseguição dos Césares onipotentes. Por que, então, o Espiritismo, que não é senão o desenvolvimento e a aplicação da ideia cristã, não triunfará de alguns trocistas ou de antagonistas que não lhe puderam opor senão uma negação estéril? (P. 358)

218. Ora, até o presente que opõem os seus adversários? “Troças e negações – diz Kardec – que, em boa lógica, jamais passaram por argumentos.” (P. 358)

219. Após afirmar que o Espiritismo é estranho a toda questão dogmática, Kardec assevera que o mais belo lado do Espiritismo é o lado moral, e é por suas consequências morais que triunfará, pois aí está sua força. (P. 359)

220. Os inimigos do Espiritismo, entende Kardec, são de duas ordens: de um lado, os trocistas e os incrédulos. De outro, os interessados em combater a doutrina. Estes não buscam a luz. (P. 360)

221. Se as opiniões estão divididas sobre alguns pontos da doutrina, como saber de que lado está a verdade? “É a coisa mais fácil”, responde Kardec. “Para começar, tendes por peso o vosso julgamento e por medida a lógica sã e inflexível. Depois, tereis o assentimento da maioria.” (P. 361)

222. Eis um outro critério da verdade que Kardec considera infalível: “Desde que a divisa do Espiritismo é Amor e Caridade, reconhecereis a verdade pela prática desta máxima, e tereis como certo que aquele que atira a pedra em outro não pode estar com a verdade absoluta”. (P. 361)

223. Kardec afirma, sem vacilar, que em caso de dissidência ele se separaria abertamente dos que desertassem da bandeira da fraternidade, porque, aos seus olhos, esses não podem ser olhados como verdadeiros espíritas. (P. 361)

224. Kardec diz, na sequência, ser impraticável formar numa cidade grande uma sociedade espírita única, abrangendo todos os espíritas da localidade. E advoga claramente a ideia da criação de grupos múltiplos e menores. (P. 362) (Continua no próximo número.)  


Respostas às questões


A. A força do Espiritismo tem duas causas preponderantes. Quais são elas?

A primeira, diz Kardec, é que ele torna felizes todos os que o conhecem, compreendem e praticam. A segunda é que ele não repousa na cabeça de nenhum homem que possa ser derrubado, porque seu foco está em toda parte. (Revue Spirite de 1861, pp. 357 e 358.)

B. O que de mais belo existe no Espiritismo?

O mais belo lado do Espiritismo é, segundo o Codificador do Espiritismo, o lado moral, e é por suas consequências morais que ele triunfará. (Obra citada, p. 359.)

C. Kardec era favorável à existência de grupos espíritas pequenos?

Sim. Ele achava que seria impraticável formar numa cidade grande uma sociedade espírita única, abrangendo todos os espíritas da localidade. E advogava claramente a ideia da criação de grupos múltiplos e menores. (Obra citada, p. 362.)


 

     
     

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