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por Rogério Coelho

 

O poder do justo

 

Jesus realizou prodígios e afirmou que muito mais poderíamos nós (se quisermos)


"Quem ajunta  amigos, amontoa  amor. Quem amontoa amor, acumula poder." - Emmanuel[1]


Ensina Allan Kardec
[2]: "nem sempre o título de rei implica o exercício  do  poder temporal.  Dá-se esse  título,  por  unânime consenso,  a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à  primeira plana numa ordem de ideias quaisquer, a todo aquele que domina  o seu  século e influi sobre o progresso da humanidade... E  essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela  posteridade, revela preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real”.

Pela decepção e testemunho de uma rainha de França,  assiste toda razão ao Mestre Lionês para chegar  a  essa conclusão[3]: "(...)  rainha entre os homens,  como  rainha julguei  que penetrasse no Reino dos Céus! Que desilusão!... Que humilhação, quando, em vez de ser recebida aqui  qual  soberana, vi,  acima  de  mim,  mas muito  acima,  homens  que  eu  julgava insignificantes  e  aos quais desprezava, por  não  terem  sangue nobre!"

Somente a abnegação, a humildade e a Caridade em todos os seus desdobramentos, a benevolência para com todos, o perdão das ofensas, poderão granjear-nos lugar no Reino dos Céus.

Como  Jesus é  possuidor  de  todas   essas qualidades (e muitas outras virtudes que ainda desconhecemos),  é  que os  que  O  ouviam exclamavam[4]: "Ele  fala  como quem tem autoridade, e não como os escribas”.

Pelo que nos é dado observar em todas as épocas da humanidade - inclusive hodiernamente - não fica difícil verificar o quanto as criaturas cobiçam o poder e a  autoridade.  Entanto, raríssimas são as portadoras da verdadeira autoridade e do poder real, mesmo entre as nascidas em berço de ouro e tendo "sangue azul" nas veias.

Devemos ambicionar  nossa  efetivação   como "Cooperadores de Deus", e, para isso, faz-se necessário a conquista dos "tesouros dos Céus", inalienáveis, imarcescíveis, atemporais...

Jesus realizou prodígios e afirmou que muito mais poderíamos nós (se o quiséssemos).

À medida que nos amoldamos às Superiores Diretrizes no exercício da vera quão desinteressada Caridade, vamos  angariando a simpatia dos Numes Tutelares e,  quanto  mais ampliamos  esse  leque, mais numerosas serão as  intercessões  do Mais  Alto  a  nosso  favor, o que  nos  facultará  a  verdadeira autoridade e o poder de fato.

Agindo com justiça e bondade, nossas rogativas  subirão nas asas leves da prece, sem entraves,  sob  o pálio da simpatia e da gratidão, porque, segundo Emmanuel, na obra mencionada em epígrafe, "o justo  -  em verdade, onde estiver - é sempre  um  Cooperador  de Deus”.

Daí registrar Tiago[5]: "a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos”.  

 

[1] - XAVIER, F. Cândido. Fonte Viva. 10.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, cap. 150.

[2] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. II, item 4.

[3] - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2009, cap. II, item 8.

[4] - Mateus, 8:29.

[5] - Tiago, 5:16.

 


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita