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por Temi Mary Faccio Simionato

 

As grandes tribulações planetárias


“Hoje quem causa os cataclismos somos nós e não a natureza, estamos vivendo a maior crise ambiental da história da humanidade.” -
André Trigueiro


Com a partida de Jesus da Terra, acelera-se a decadência do Império Romano, começando longo período de guerras, de perseguições e morte dos discípulos, porque muitos algozes acreditavam prestar inestimável serviço ao Império apontando supostos hereges e matando os portadores da Boa Nova.

Estes instantes dolorosos assinalariam a renovação planetária. As calamidades que adviriam, provocadas pela maldade dos homens, são tantas, que se não houver a intervenção da Providência Divina, nada mais será respeitado na Terra. Porém a Providência é vigilante e no momento oportuno colocará um fim à loucura dos homens. Antes de chegar esse momento de transição, a violência, a sensualidade, os escândalos e a corrupção atingirão níveis jamais pensados, enquanto as enfermidades degenerativas, os vícios, os desvarios sexuais clamarão por paz, pelo retorno da moral.

Os flagelos como inundações, epidemias, secas levam à dor e ao sofrimento grande parte das populações, porque o egoísmo, traduzido no privilégio das minorias, impede que recursos avançados da ciência sejam aplicados de forma a eliminar ou diminuir seus danosos e dolorosos efeitos. Entretanto, à medida que a ciência vai progredindo, o homem os vai dominando, isto é, pela pesquisa das causas, pode prevenir-se. No entanto, há flagelos como temperaturas altíssimas ou muito baixas que o homem ainda não pode controlar, mas, por sua negligência, poderá agravá-los. 

Observamos que as guerras fraticidas sucedem-se em todos os tempos, semeando a orfandade e a viuvez, a dor e a desolação, tudo atentado contra o preceito cristão devido ao egoísmo, à posse, à vaidade, à ganância dos homens, ocasionando pestes, fome, terremotos em diversos lugares, porém, para que a humanidade progrida, não são necessárias as guerras, pois a evolução se processa sem provocar abalos e sem produzir ruínas. Entretanto, como os homens não querem obedecer à Lei de Progresso, acabam se apegando demais às instituições e às ideias do passado, produzindo atritos, degenerando-se em conflitos de onde advém o caráter penoso das transições.

Vemos nações armando-se de todos os meios possíveis e inimagináveis, gerando engenhos mortíferos e terríveis e dificilmente pode-se prever as consequências de uma guerra nuclear que abalará o mundo, conforme prognosticado no Apocalipse, capítulo oito, versículos sete a doze, segundo o apóstolo João, ocasionando a destruição de apreciável parcela da humanidade.

Às vezes, é necessário que o mal chegue ao excesso para se tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas. A civilização organizada para a guerra e vivendo para a guerra há de cair inevitavelmente, mas o futuro nascerá dos seus escombros para um novo ciclo da humanidade, sem os extremismos antirracionais.

O Livro dos Espíritos nas questões 735 e 743 afirma claramente que “Entre os flagelos produzidos exclusivamente pelo homem sobreleva a guerra e esta desaparecerá da face da Terra quando a humanidade compreender a justiça e praticar a Lei de Deus, podendo entender que, quando a destruição excede os limites da necessidade, se torna uma violação da Lei Divina”. 

Gandhi também nos lembra que “A Terra pode oferecer o suficiente para satisfazer as necessidades de todos os homens, mas não a ganância de todos os homens”. E Dalai Lama judiciosamente elucida que “A destruição da natureza resulta da ignorância, da cobiça e ausência de respeito para com os seres vivos do planeta. Muitos habitantes da Terra: animais, plantas, insetos e até mesmo micro-organismos que já são raros ou estão em perigo podem tornar-se desconhecidos das futuras gerações. Temos a capacidade, a responsabilidade e precisamos agir antes que seja tarde”.

O Mestre afirmou que ocorreria a multiplicação da iniquidade a tal ponto que enfraqueceria a fé de muitos. Na realidade, a violência e a iniquidade reinaram e reinam em todas as épocas da humanidade. Para o Espiritismo tudo isto está relacionado com as vidas sucessivas, explicado na Lei da Reencarnação. Segundo Mateus, é apenas o começo (Mateus,13:40-43.)

Vemos fenômenos sísmicos aterradores sacudirem o orbe com frequência, despertando a solidariedade de outras nações. Enquanto armas ditas inteligentes ceifam milhares de vidas a serviço da guerra, em revoluções intermináveis, outras tantas buscam a paz, ajudando as vítimas dos desvarios humanos. São esses paradoxos da vida em sociedade que a grande transição tem lugar no planeta, para que haja a transformação.

Percebemos que as tragédias naturais como tsunamis e terremotos têm como objetivo acelerar a evolução da humanidade; constatamos que é preciso que tudo seja destruído a fim de que possa renovar-se, ou seja, não é Lei de Destruição, mas sim de transformação.

Quando a humanidade estiver madura para subir um degrau, pode-se dizer que são chegados os tempos marcados por Deus, como pode-se dizer também que eles chegam para a maturação dos frutos e sua colheita.

Vivemos atualmente uma época de transformação denominada Período de Transição, que nos apresenta aceleradas transformações na estrutura geológica e atmosférica do planeta, assim como convulsões sociais e morais, e acelerado desenvolvimento tecnológico e científico.

As tempestades passarão e o céu reaparecerá em sua limpidez.  A obra divina se expandirá em um novo surto. A fé renascerá nas almas e novamente se irradiará, mais fulgurante sobre o mundo regenerado, o pensamento de Jesus. 

Não nos restam dúvidas de que são condições portadoras de inquietude. Todavia, a Terra não deverá transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.

O Evangelho do Mestre ainda encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, o império da força conspirarão contra o Evangelho, mas o tempo virá em que sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas, é para a sua luz eterna que a humanidade se voltará tomada de esperança. Então, novamente, se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e, através das planícies, dos montes, dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a vida.

Mahatma Gandhi afirmou: “O Sermão da Montanha é o resumo do Cristianismo”, destacando: “sejamos nós a mudança que queremos ver no mundo”.

 

Bibliografia:


KARDEC, Allan – A Gênese – 28ª edição – Rio de Janeiro – RJ – Editora FEB – 1985 – capítulos: 17, itens 10, 15 e 47; capítulo 18, itens 1, 8, 9, 10, 20, 27 e 28.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita