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por Temi Mary Faccio Simionato

 

Sexo e vida


“Sexo é um altar criado pelo Senhor, no templo, para o templo, manto da vida.”


A sede do sexo não se acha no corpo grosseiro, mas na alma, em sua sublime organização.

A sexualidade exagerada, como sabemos, aproxima-nos da natureza animal e a grande onda de sensualidade que a mídia nos impõe vem da manipulação, no interesse aos bens materiais e na criação de poços de poder e influências humanas por orgulho e vaidade.

A posse, o vício, os mais proibitivos jogos do amor são da carne, da matéria, e acarretam danos de alto grau moral, para a dignidade, a família, as pessoas envolvidas e a si mesmo no campo do espírito.

Sempre que a atração genésica for mais poderosa que o amor, surgem as crises de longo curso, retardando o progresso e o aperfeiçoamento da alma, quando não lhe embargam os passos na loucura ou nas frustrações, na enfermidade ou no crime e nas viciações.

Quando homens e mulheres ligam-se a parceiros de aventuras, buscando as emoções do sexo, ao desencarnarem, sentir-se-ão atraídos uns aos outros e, só então verão o desequilíbrio em que se precipitaram, iniciando a luta para o reequilíbrio. Qualquer desvio produz consequências funestas; infelizes daqueles que não se esforçam a tempo no combate às baixas paixões sexuais, e, a troco de prazer momentâneo, recebem séculos de dores.

Quase sempre, os que chegam ao além-túmulo sexualmente depravados, depois de longas perturbações renascem tolerando doenças agudas, crônicas, quando não se corporificam em desesperadora condição inversiva, amargando pesadas provas como consequência dos excessos delituosos a que se renderam.

O sexo não é somente um mecanismo de procriação, mas também um instrumento de renovação de energias. A existência terrestre permanece transbordando emoções relativas ao sexo, fazendo-se necessário refletir sobre a colheita de novos valores, atendendo o nosso próprio sentido da vida, sendo imprescindível o serviço de iluminação espiritual.

Em Evolução em Dois Mundos, no capítulo XVIII/Parte 1, André Luiz nos diz: “Isto ocorre porque o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas e desencarnadas se alimentam mutuamente na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso”.

Portanto, a banalização e o tratamento animalizado do sexo como uma necessidade fisiológica deve ser substituído com urgência, verificando até que ponto o conceito de necessidade fisiológica está compatível com a necessidade do Espírito de praticá-lo.

Na realidade, quando pensamos no ato sexual, devemos estar prontos e completamente conscientes de que é um ato de extrema responsabilidade, amor, doação, carinho, respeito, compreensão em bases de edificação. Assim, devemos abrir os nossos Espíritos, despindo as almas num encontro de afeto mútuo, mais do que despindo os nossos corpos físicos.

Sexo é espírito e vida, é energia criativa a serviço da felicidade e da harmonia do Universo. Por isso reclama responsabilidade e discernimento, onde e quando se expresse, estando junto a ele o amor a funcionar por leme seguro.

Aprendemos no Espiritismo que o homem deve amar a alma, mas cuidar também do seu corpo. Desatender às necessidades que a própria natureza indica é desatender a lei de Deus.

Busquemos, assim, a essência pura do amor, sacrificando o impulso momentâneo; lavemos as impurezas emocionais que nos maculam, e eduquemos o pensamento por onde transitam os primeiros gritos de emotividade desequilibrada.

Pelo pensamento disciplinaremos e governaremos nossos impulsos sexuais, exercendo o controle e mantendo nossa vida sexual dentro dos elevados limites fixados pela Providência. Amemos o dever idealista, inspirados pelas forças Superiores, oferecendo nossas energias à produção do bem, que nos libertará de todos os males.

Sexo é um altar criado pelo Senhor, no templo imenso da vida. Santificá-lo é santificar-se.

Fonte de água pura, não lhe viciemos o manancial.

Campo de renovação, respeitemo-lo.

 

Bibliografia:


FRANCO Divaldo. P. pelo Espírito Joanna de Ângelis – Momentos de Alegria - lição 16 – Ed. Leal - 2014 – Salvador.

FRANCO Divaldo P. pelo Espírito JOANNA DE ÂNGELIS – Espírito e Vida – Capítulo 57 – Ed. Leal – Salvador.

XAVIER Francisco C. pelo Espírito EMMANUEL – Vida e Sexo – páginas 10, 11. Ed. Feb. segunda edição – 2013 - Brasília.

PERALVA MARTINS – O Pensamento de Emmanuel – página 195 -Ed. Feb – 2011 - Edição 9 – Brasília.

RIGONATTI Eliseu – O Espiritismo Aplicado – páginas 76, 80 – Editora Pensamento - São Paulo – 1995 – Edição 14.

XAVIER Francisco C. e VIEIRA Waldo – Evolução em dois mundos -pelo Espírito ANDRÉ LUIZ – Capítulo 18 – Parte 1 – Ed. Feb – 2012 - Edição 25 – Brasília. 


 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita