Um minuto
com Chico Xavier

por Regina Stella Spagnuolo

 
Chico Xavier, o líder espiritual de milhares e milhares de pessoas, o homem que mudou totalmente a imagem dos sensitivos, dos paranormais e até mesmo de gente de outras religiões, foi entrevistado certa vez pelo repórter Nei Gonçalves Dias(*):

FILOSOFIA DE VIDA

- Se você pudesse resumir numa frase a sua filosofia de vida, o que você diria?

CHICO - Diria que no mundo, a nosso ver, não apareceu, por enquanto, nenhuma frase resumindo uma filosofia correta de vida como aquela pronunciada por Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” Isto é, amar sem esperar ser amado, e sem aguardar recompensa alguma. Amar sempre.

O CAMINHO REAL DA FELICIDADE

- E o conselho definitivo às pessoas, qual você daria?

CHICO - Se pudéssemos aconselhar alguém sobre a solução do problema da felicidade diríamos que o trabalho em nossa vida deve ser constante. Que só devemos repousar como pausa de refazimento das nossas próprias forças, que o espírito de férias, o espírito do repouso, do descanso, devia ser considerado como pausa unicamente para a restauração de nossas energias, porque trabalhar servindo, trabalhar fazendo o bem, é realmente o caminho real da felicidade, que é a felicidade legítima para cada um de nós.

MORTE E RESSURREIÇÃO

- E o que um homem como Chico Xavier pensa da morte? Ele teria medo de morrer?

CHICO - Morrer em si não dá medo. Geralmente sentimos na posição de quem entende o processo de desencarnação. Mas na maioria das vezes, nós, segundo informações dos Amigos Espirituais, não chegamos a sentir a presença da morte, porque eles nos dizem, que todos os dias nós fazemos o exercício da morte através do sono, e da ressurreição pela manhã quando despertamos e levantamos o nosso corpo.

AMIZADE GRATIFICANTE

- 150 livros! Um recordista de publicação e venda no Brasil. Quanto dinheiro Chico Xavier ganhou com isso?

CHICO - Graças a Deus reconheço que esses livros nunca me pertenceram. Eles pertencem àqueles que os editam ou os escrevem através das minhas mãos. Isto desde 1927. Quanto mais tempo passa, mais me conscientizo desta realidade. De modo que os livros não me trouxeram dinheiro e nem me dão dinheiro, mas me trouxeram aquilo que considero muito acima do dinheiro, que é a amizade de muitos amigos, um verdadeiro tesouro de amor que tenho dentro de minha vida, que fez realmente a minha felicidade, porque eu me sinto feliz com os amigos que Deus me deu.

ENGANANDO A SI MESMO

- Uma última pergunta para esse homem responder: Que castigo mereceria quem fosse capaz de enganar os humildes, de se aproveitar da fé dos despreparados?

CHICO - A palavra castigo, para nós, deve estar circunscrita nos processos de justiça, ou aos problemas chamados penalógicos. Porque quem engana, não apenas aos humildes, o que engana a qualquer pessoa, está enganando a si mesmo. Porque mais hoje, mais amanhã, a pessoa que engana acaba logrando a si própria.


(*)
Reportagem-entrevista do Programa “Fantástico” da TV Globo, Rio de Janeiro, levado ao ar na noite de 15/5/1979. Transcrita do Anuário Espírita 1980, IDE, Araras, SP, p. 105/110.


Do livro Entender Conversando, de Francisco Cândido Xavier e Emmanuel.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita