Brasil
por Paulo Salerno

Ano 11 - N° 535 - 24 de Setembro de 2017

 

 
Suely Caldas Schubert: “O verdadeiro amor é libertador”


Suely Caldas Schubert retornou mais uma vez ao Rio Grande do Sul. Agora para atender compromissos doutrinários nas cidades de Novo Hamburgo, Porto Alegre, Tramandaí, Taquara e Santa Cruz do Sul no período de 8 a 13 de setembro.

Em Novo Hamburgo, no dia 8, a conferência versou sobre o tema As Leis da Consciência, que Suely proferiu no Centro Espírita Fé, Luz e Caridade.

Dotada de uma memória privilegiada e aplicada estudiosa do Espiritismo, escritora espírita e médium, residente em Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais, Suely Schubert cativa os que a escutam ou a leem.

Suely destacou a importância da consciência para todas as criaturas humanas que, na medida em que evolui, vai ampliando o seu nível. Para o ser não espiritualizado há muitos questionamentos, bem como aos homens de ciência. O que é? Para que serve? Como se expressa? São interrogações ainda sem respostas para muitos. Por outro lado, há várias pesquisas sobre a temática. Buscam ampliar a compreensão, aprofundando a investigação, porém, debatem-se por não levarem em conta o Espírito imortal, a sua preexistência e a reencarnação.

Apresentando os registros de Lucas, cap. 17: 20 e 21, onde fica evidente a mensagem de Jesus ao afirmar que seu reino não vem com aparências exteriores e que está dentro de cada criatura humana, Suely foi ambientando o tema. Com base em O Livro dos Espíritos, em sua Parte III, das leis morais, a palestrante destacou que a Lei Natural é a Lei de Deus, e que o homem só é infeliz ao afastar-se dela. É uma lei eterna, imaterial, regendo todas as leis do Universo.

O sábio, frisou, estuda a lei da natureza, o homem de bem estuda e pratica as leis da alma, fazendo isso em várias existências. Em um campo são as leis físicas, no outro são as leis morais. A compreensão da lei divina está intimamente ligada ao grau de perfeição que o ser humano haja atingido, guardando a sua intuição quando reencarnado, pois que, a Lei de Deus está escrita na consciência.

Em tendo o homem a liberdade de pensar, é importante manter os pensamentos sob vigilância. Assim, quando há qualquer transtorno das faculdades, o livre-arbítrio se expressa com maiores limitações. Na medida em que o homem vai evoluindo sentir-se-á como uma individualidade, percebendo-se imortal, Espírito.

Com Joanna de Ângelis, a expositora colheu ensinamentos em o livro Jesus e o Evangelho - À Luz da Psicologia Profunda -, destacando que mesmo diante de leis injustas e imposições apaixonadas, aquele que já alcançou lucidez não deve criar embaraços ou temer injunções negativas, pois que, livre intimamente, nada de fora o atinge, exceto a sabedoria da Lei Natural que está na sua consciência.

Em outro ponto da mesma obra, Suely aponta que o ser aprimora seus conteúdos íntimos no processo de crescimento moral através das reencarnações, libertando-se de suas inferioridades, descondicionando-se e impulsionando-se para alcançar a consciência da razão e do discernimento, até atingir a Consciência Cósmica.

Comentando a questão 621 de O Livro dos Espíritos, que desvenda onde se encontra escrita a lei de Deus, Suely ressaltou, do livro Leis Morais e Saúde Mental, de Sérgio Lopes: “...na consciência a matriz da Lei Divina, essa colocação retira de qualquer livro, pessoa ou lugar, a posse privilegiada da verdade. Termina com as disputas religiosas e os conflitos de poder acerca das coisas divinas e situa a Doutrina Espírita como norte sinalizador para qualquer área do conhecimento apontando no próprio homem sua natureza essencial”.

Voltando ao abrigo de O Livro dos Espíritos, as informações foram brotando com destaque para o modelo e guia do homem – Jesus -, a Lei de Justiça, Amor e Caridade, sendo que esta deve ser observada em seu sentido verdadeiro, ou seja, benevolência para com todos, indulgência para as imperfeiçoes dos outros, e perdão das ofensas. O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que seja possível, como ensinou Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua maior pureza.

Emmanuel, em Missionários da Luz, destaca que: Ao Espiritismo cristão cabe, atualmente, no mundo, grandiosa e sublime tarefa. Não basta definir-lhe as características veneráveis de Consolador da Humanidade, é preciso, também revelar-lhe a feição de movimento libertador de consciências e corações.

Estudiosa e profundamente comprometida com o bem, a eloquente expositora incentivou ao estudo sério das obras fundamentais do Espiritismo, codificadas por Allan Kardec, bem como as subsidiárias e complementares. Finalizando com a mensagem Amorterapia, de Joanna de Ângelis, contida em o livro Desperte e Seja Feliz, Suely Caldas Schubert encerrou seu profícuo trabalho, contribuindo para o enriquecimento de tantos que a acompanharam com atenção.

Pensar o Espiritismo e pensar como espírita – No dia 9 de setembro, a conferencista falou na capital Porto Alegre.

Desenvolvendo um excelente trabalho doutrinário na Sociedade Espírita Luz, Paz e Caridade abordando o tema: O Evangelho e a Mediunidade, Suely destacou a orientação de Jesus: Dai gratuitamente o que de graça recebeste.

Preparando o público, a dedicada conferencista apresentou o registro de Mateus 10:1: E chamando seus doze discípulos, deu-lhes o poder sobre os espíritos impuros para expulsarem e para curarem toda a enfermidade e todo o mal. E no versículo 8 do mesmo capítulo se pode ler: Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: De graça recebestes, de graça dai.

Em O Evangelho segundo o Espiritismo, na Introdução, Suely pinçou a seguinte expressão de Allan Kardec, destacando as circunstâncias da vida privada e pública exaradas no código divino: Diante desse código divino, a própria incredulidade se curva. É terreno onde todos os cultos podem reunir-se, estandarte sob o qual podem todos colocar-se, qualquer que sejam suas crenças, porquanto jamais ele constituiu matéria das disputas religiosas, que sempre e por toda a parte se originaram Das questões dogmáticas. Esse código divino é o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça, acrescenta o insigne codificador. É um código de moral universal, sem distinção de culto. A Justiça Divina é equânime, afirma Suely.

Do capítulo XXIV, item 12, de O Evangelho segundo o Espiritismo, a eloquente oradora destacou as judiciosas observações de Allan Kardec, informando que a mediunidade é inerente a uma disposição orgânica do ser humano, tal como, a de ver, de ouvir, de falar. Essa faculdade é conferida sem distinção, propiciando luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, pobres ou ricos; aos retos, para os fortificar no bem, aos viciosos para os corrigir, atendendo as necessidades evolutivas. A mediunidade, porém, não implica, necessariamente, em relações habituais com os Espíritos superiores, mas uma aptidão para servir de instrumento aos Espíritos em geral. O bom médium, pois, não é aquele que comunica facilmente, mas aquele que é simpático aos bons Espíritos e somente deles tem assistência. (Allan Kardec)

Visando incentivar, passando da teoria à prática, dando o exemplo de Francisco Cândido Xavier, Suely salientou que a missão mediúnica do médium de Uberaba foi sempre mantida visando a iluminação espiritual da humanidade. Essa sintonia superior requer não apenas o conhecimento, mas, também, a constante vivência do amor ao próximo, tal como Jesus ensinou e exemplificou. As características mediúnicas de Chico Xavier foram debatidas, demonstrando a preciosidade do seu instrumental, destacando que essas mesmas características, também possui Divaldo Franco.

O legado de Chico Xavier, o apóstolo da mediunidade, é o do exercício da mediunidade com Jesus, orientada pela Doutrina Espírita, com fidelidade a Jesus e Kardec. Seus exemplos são corroborados pelas lições de amor e humildade; pela vivência da caridade legítima; pela comprovação da mediunidade; pela perseverança e disciplina, pela capacidade de autodoação; pelo desprendimento dos bens terrenos, poder e fama.

Sobre a disciplina, orientação dada por Emmanuel no início do mandato mediúnico de Chico Xavier, assim analisa a médium escritora mineira: o primeiro vértice da disciplina apregoada é o estágio da assiduidade e da pontualidade; o segundo é o estudo sério do Espiritismo; e o terceiro, a transformação moral. Assim viveu o apóstolo da mediunidade do século XX, exemplificando como todos os médiuns deveriam se portar para alcançar a simpatia dos bons Espíritos.

Com relação a missão dos médiuns, fazendo uma séria advertência, o destaque foi sobre o capítulo XXVIII, item 9, d’ O Evangelho segundo o Espiritismo, onde se lê: Os médiuns são os intérpretes incumbidos de transmitir aos homens os ensinos dos Espíritos, (...). Santa é a missão que desempenham, visto ter por fim rasgar os horizontes da vida eterna. Segue Kardec: Como intérpretes do ensino dos Espíritos, têm os médiuns de desempenhar importante papel na transformação moral que se opera. Os serviços que podem prestar guardam proporção com a boa diretriz que imprimam às suas faculdades, porquanto os que enveredam por mau caminho são mais nocivos do que úteis à causa do Espiritismo. Pela má impressão que produzem, mais de uma conversão retardam. Terão, por isso mesmo, de dar contas do uso que hajam feito de um dom que lhes foi concedido para o bem de seus semelhantes.

Em Jesus e Vida, de Joanna de Ângelis e psicografado por Divaldo Franco, no capítulo Mandato Mediúnico, encontra-se a advertência aos médiuns de que a mediunidade é um instrumento santo e que deve ser utilizada santamente, jamais esquecendo-se disso.

Finalizando, e deixando um roteiro seguro aos que desejam trabalhar na seara mediúnica com Jesus, Suely Schubert destacou as informações contidas em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XXVIII, itens 8 a 10. Como habitualmente faz, a oradora de escol leu, desta vez, a Mensagem do Coração, ínsito em o livro Momentos de Felicidade, de Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, consolidando o magnífico trabalho que avidamente foi absorvido pelos presentes, sensibilizando corações e mentes.

Amar é não ter que perdoar – No dia 10 de setembro, o Centro Espírita Fé, Amor e Caridade, de Tramandaí, recebeu Suely Caldas Schubert com alegria e entusiasmo para ouvi-la reflexionar sobre o tema: Desperte o dom de Deus que existe em ti.

Uma verdade se perpetua no tempo e nas circunstâncias em que se apresente. Essa premissa foi o objeto das reflexões apresentadas.

Discorrendo e analisando fragmentos da II Epístola de Paulo a Timóteo, e levando o público a se ambientar no conteúdo, Suely falou sobre fé, o despertar do dom de Deus que existe em cada um, a fortaleza do ser, o amor e a moderação com que Deus equipou seus filhos.

A médium e escritora mineira ressaltou que Paulo de Tarso, em um contato psíquico com Jesus, lhe sugeriu, dada a sua debilidade física, motivada por ingentes lutas até aquele momento, passasse a escrever as epístolas (cartas).

O dom de Deus se constitui nas virtudes que o homem vai desenvolvendo ao longo de suas existências, descobrindo-se através do autoconhecimento – questão 919 de O Livro dos Espíritos -, apreendendo a amar os seus semelhantes, como a si mesmo, tornando-se útil à humanidade, sendo solidário, fraterno, pacífico, acolhedor e amoroso.

Léon Denis, em O Problema do Ser, do Destino e da Dor, capítulo 15, destaca que o homem percorre um processo, desde a sua criação, construindo-se através dos tempos, ampliando suas faculdades, suas qualidades, suas aquisições intelectuais e morais, jamais as perdendo, ampliando-as através dos séculos.

Mais recente é a lição apresentada por Joanna de Ângelis no livro O Despertar do Espírito, página 106, onde a mentora destaca que o homem é portador da herança dos seus próprios atos, patrimônio de sua evolução permanente. Equivocando-se, deve recomeçar a experiência. Ao proceder com correção, vê-se quites com o compromisso assumido, incorporando a conquista ao seu patrimônio espiritual.

Na mesma obra, página 19, a mentora de Divaldo Franco destaca o caráter progressivo da evolução do ser humano. Há um lento e complexo processo de despertamento, até a autorrealização, composta pelo desenvolvimento e amadurecimento psicológicos de todas as potencialidades íntimas adormecidas em si, latentes no ser humano. As experiências e realizações ético-morais, estéticas, religiosas, artísticas e culturais somam-se a esse patrimônio, saindo da superficialidade das paixões do ego em direção ao Eu profundo.

Suely, destacada conhecedora das obras fundamentais do Espiritismo, e dotada de uma invejável memória, frisou a pergunta formulada por Allan Kardec, indagando onde está escrita a lei de Deus, quando, então, obteve a resposta sucinta dada pelos Espíritos: Na consciência.

Emmanuel, em Fonte Viva, capítulo 30, informa que o Espírito traz consigo o gene da divindade, estando a criatura no Criador e Este na criatura. Para que a luz divina se destaque da treva humana, será necessário que os processos educativos da vida trilhem o caminho dos milênios.

Voltando a Léon Denis, na obra acima citada, no capítulo IX, iremos encontrar a partícula divina a se expressar no próprio homem, interagindo consigo mesmo, com o seu semelhante e com o Universo, em pleno labor evolutivo, dando-nos a certeza de que tudo o que está no Universo está no homem, e ao mesmo tempo, tudo o que está no homem, também está no Universo. Através do corpo fluídico e do corpo material o homem encontra-se ligado à imensa teia da vida universal; e pela alma, a todos os mundos visíveis e invisíveis.

Nos capítulos XXI e XXV de O problema do Ser, do Destino e da Dor, Léon Denis apresenta as necessidades irresistíveis do Espírito em evolução adiantada. São elas: Necessidade de infinito; de justiça; de luz; de sondar todos os mistérios; de saber; e do sentimento do Belo e do Bem. Todo poder da alma resume-se em querer, saber, amar!

No capítulo 30 da obra Vinha de Luz, sob o título De alma Desperta, Emmanuel se expressa comentando a seguinte instrução de Paulo: Por isso te lembro despertes o dom de Deus que existe em ti. – Paulo. (II Timóteo, 1:6.). Para tal será indispensável muito esforço de vontade para que a criatura humana não se perca, indefinidamente, na sombra de seus impulsos primitivos. Será, então, mesmo nas menores atividades da luta humana, que o homem não esquecesse a necessidade de acordar o dom de Deus no altar do coração.

Advertindo, o preclaro mentor frisa e anuncia que, na estrada iluminativa, sem nenhuma dúvida, o homem sofrerá tentações, caindo muitas vezes, que passará por decepções e desânimos. Tais destaques são frutos colhidos na experiência daqueles que já trilharam e venceram os caminhos rudes da vida. É imprescindível, destaca o mentor, que, na caminhada, a criatura se mantenha desperto, reerguendo-se, reedificando-se, sempre que necessário, reacendendo a própria luz, embora fustigados pelas sombras do passado.

Finalizando o excelente trabalho iluminativo, Suely apresentou um fragmento da mensagem de Bezerra de Menezes, na psicofonia de Divaldo Franco, de 25 de setembro de 2011, na Creche Amélia Rodrigues, de Santo André/SP, e que se encontra na obra Em nome do Amor, página 164, dizendo que a balbúrdia esconde a dor, que a violência geradora de dor é o resultado das dores íntimas do ser aturdido, em perfeito acordo ao ensino de Jesus aos informar: Eis que Eu vos mando como ovelhas mansas ao meio de lobos rapaces. Exteriorizando a doçura e benevolência contida em seu coração amoroso, Bezerra dá o seu alento, envolvendo-nos em paz, dizendo: Mas virá um dia, completamos, que a ovelha e o lobo beberão a mesma água do córrego, juntos, sem agressividade.

Coroando a atividade de esclarecimento e enlevo, Suely leu, como prece final, a mensagem intitulada Oração, de José Silvério Horta, constante na obra Parnaso de Além-Túmulo, psicografada por Chico Xavier.

O Espiritismo fala para o futuro dos tempos – Tradicional casa espírita de Porto Alegre, o Instituto Espírita Amigo Germano recebeu no dia 11 de setembro a oradora, escritora e médium Suely Caldas Schubert, de Minas Gerais, para falar sobre a Lei de Justiça, de Amor e de Caridade.

Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, em sua Parte III, destaca que a Lei de Justiça, Amor e Caridade, dentre as demais catalogadas, é a mais importante, englobando todas as demais. Estudando essa lei, ante os tempos atuais, de transição planetária, Suely frisou que são perceptíveis as situações em que o homem se envolve, com lutas e dores acerbas, onde irrefletidamente dá vazão as suas paixões, agindo pelos impulsos dos instintos asselvajados, tornando-se em algoz de si mesmo, pois que, submetidos à lei divina, imutável e perfeita, colhe o fruto de suas próprias ações.

Em A Gênese, o ínclito codificador do Espiritismo, destaca que já não são mais as entranhas do planeta que se agitam, mas as da humanidade, numa busca, com esforço, em se depurar de suas paixões vis, construindo-se em uma criatura melhor, agindo com humildade, consciência de si mesmo, justo, fraterno e caridoso. Embora ainda haja movimentações geológicas, demonstrando que há alguma fragilidade, assim é o homem e suas conquistas exteriores, porém, ruge na intimidade do ser a energia transformadora, denotando a força interna em oposição à externa.

Agitado, o homem busca a sua transformação, descobrindo o sentido da vida, direcionando suas ações para o bem, operando uma revolução íntima, desvendando-se, buscando respostas satisfatórias para a sua existência, preparando-se para um futuro melhor.

Com raciocínio rápido e dona de uma voz clara e agradável, Suely discorreu sobre as três Revelações: Moisés, Jesus e o Espiritismo. Moisés representa a justiça, legislador exímio, com o concurso dos Espíritos, legou à humanidade os 10 Mandamentos, adequados ao grau de desenvolvimento da humanidade da época. Analisando o fato da revelação divina, Suely classificou como sendo um fenômeno de escrita direta, sendo Moisés um médium poderoso. Os 10 Mandamentos são, ao mesmo tempo, uma bússola e um freio ao homem, focando em ações do impositivo da negação.

O homem de bem é aquele que cumpre a lei de Justiça, Amor e Caridade na sua maior pureza. Discorrendo sobre a questão 875 de O Livro dos Espíritos, a escritora mineira destacou que a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Esses direitos estão determinados pela lei humana e pela lei natural, de alçada da consciência. Assim, Suely pôs em evidência o ensinamento do Cristo: Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo. No coração do homem imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitados os seus direitos.

A segunda revelação ficou personificada em Jesus, o Governador Espiritual do Planeta Terra. Sua mensagem é o Amor. O exemplo foi seu fanal que nem todos compreenderam. Outros, contudo, compreendendo a mensagem deram o testemunho. Jesus veio ensinar ao homem o que deveria ser feito, valorizando a vida espiritual em detrimento da vida material. Criado pelo Incriado, o homem possui em si o dom de Deus, isto é, o potencial criativo, desabrochando as virtudes. O homem de bem ama Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

A terceira revelação, não sendo personificada, foi apresentada a humanidade em 1857, cumprindo a promessa de Jesus: o Consolador que haveria de ficar com o homem pela eternidade. O Espírito de Verdade se fez ouvir, ditando o que fazer para que o homem, consolado, assumisse a suas próprias responsabilidades, porque, esclarecido assume a sua própria identidade perante o seu semelhante, utilizando-se de misericórdia, da caridade, que é o amor em ação.

Fora da caridade não há salvação, essa é a orientação de ouro para a verdadeira felicidade do homem na Terra, encaminhando-se, em segurança, ao mundo espiritual. A benevolência para com todos, a indulgência para com as imperfeições alheias e o perdão das ofensas se constituem no verdadeiro sentido de caridade, conforme entendia Jesus. A caridade não se restringe à esmola. O homem, optando por pedir esmola, tão somente, se degrada física e moralmente, embrutecendo-se. Nem sempre o mais necessitado é o que pede.

Encaminhando sua bela conferência para o final, Suely tomou emprestado de Calderaro, na obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografia de Chico Xavier, a seguinte expressão: O homem, para auxiliar o presente, é obrigado a viver no futuro da raça. Desta forma, o homem prepara hoje o seu futuro, ditoso pelas boas ações postas em prática, ou desventurado, se forem nefastas. Cada qual deve mudar sua mentalidade, criando um entendimento novo, amando a si mesmo, ao próximo e a Deus.

Lázaro, em O Evangelho segundo o Espiritismo, capítulo XI, item 8, destaca que a Lei de Amor resume a doutrina de Jesus toda inteira. É o sentimento por excelência. Transitando dos instintos aos sentimentos, o homem alcança o sublime amor, onde a personalidade é substituída pela fusão dos seres e as misérias sociais desaparecem.

À guisa de prece final, Suely Schubert, inspirada, narrou a Prece de Bezerra de Menezes, psicografada por Divaldo Franco, destacando a humildade e a necessidade da caridade. Aplaudida, logo colocou-se à disposição para cumprimentos, fotos e autógrafos, coroando o magnífico labor.

Na consciência está registrada toda a caminhada evolutiva realizada pelo ser humano – No dia 12, em Taquara, a palestrante falou no Centro Espírita Dom Feliciano.

A voz canora de Suely Caldas Schubert preencheu os espaços da entidade anfitriã, falando aos corações e mentes dos presentes que lotaram todas as dependências, e aos internautas que tiveram a oportunidade de acompanhar ao vivo a palavra lúcida e esclarecedora sobre Os Mecanismos da Justiça Divina. Estiveram presentes delegações de várias cidades da região, desde a Serra, o Vale do Sapateiro até o Litoral Norte.

Em geral, boa parcela das criaturas humanas possui dúvidas sobre a Justiça Divina, questionando-se, por exemplo, sobre o seu funcionamento, a equanimidade, se é justa, mutável, privilegiadora, contemplando alguns em detrimento de outros. Perguntam como a Justiça Divina se faz presente entre os desiguais, e quais são os seus mecanismos, etc., preparando os presentes para a abordagem esclarecedora.

Sobre o Reino de Deus, a eloquente oradora apresentou o ensinamento de Jesus, que respondendo aos fariseus, disse que esse reino não vem de modo visível, que não se vê aqui, nem ali, conforme registro de Lucas 17:20 e 21. Conduzindo os expectantes para um raciocínio lógico, Suely discorreu sobre o Código Divino comentado por Allan Kardec em a Introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo, onde se percebe que a sua abrangência contempla todos os cultos.

Esse Código Divino se constitui em uma regra de bem-proceder, abrangendo as circunstâncias da vida privada e pública. É, também, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundamentam na mais rigorosa justiça, sendo roteiro infalível para a felicidade vindoura. O Código desvela a vida futura, sem distinção de culto. Dedicada estudiosa do Espiritismo, Suely incentivou ao estudo das Obras Fundamentais da Doutrina Espírita, bem como as obras complementares e subsidiárias.

Sobre a fé, destacou que ela pode ser inata, isto é, faculta ao ser humano a aceitar com facilidade as verdades espirituais. Pode ser raciocinada, levando-se em consideração que para crer não basta ver; é preciso, sobretudo, compreender, já a fé inabalável é a que pode encarar de frente a razão em todas as épocas da humanidade, como ensina o Codificador Allan Kardec.

A cada um será concedido o resultado segundo as obras realizadas, conforme ensinado pelo Mestre, como medida de justiça, de acordo com os registros de Mateus 16:27. Assim, compreende-se que a lei de Ação e Reação, onde cada um está ligado pelo impositivo de atração magnética que lhe é próprio, circunscreve-o ao círculo de evolução onde se encontra. Como consequência das ações, pode, o homem, libertar-se, ou aprisionar-se, tornar-se vitorioso, ou derrotado, conforme suas tendências, boas ou más. Na medida que evolui, capacita-se para a felicidade. A Lei Divina possui seus alicerces na justiça indefectível, funcionando em igualdade para todos. (Ação e Reação, cap. 1 e 2, André Luiz/Chico Xavier)

Estando a Lei Divina escrita na consciência da criatura humana, conforme resposta obtida por Allan Kardec, deixa muitas criaturas aturdidas, desafiando a inteligência, o tirocínio e a percepção espiritual dos pesquisadores, dos físicos da consciência. Antônio Damásio (1944-), escritor e neurocientista português, detendo-se nesse estudo escreveu monumental obra O Mistério da Consciência. Na consciência está registrada toda a caminhada evolutiva realizada pelo ser humano, destacou a escritora mineira, pois que, o Espírito é o ser inteligente da criação divina.

Em Justiça e Amor, capítulo 4, de Camilo e psicografia de Raul Teixeira, pode-se anotar que a consciência dá ao indivíduo a capacidade de perceber a realidade da sua própria existência e o registro de suas ações, desejos, pensamentos e o direcionamento da vontade. É, também, a representação do próprio Espírito. A consciência é proporcional ao degrau evolutivo em que se encontra o ser. Ao conviver com os demais, progride individualmente, com consequência coletiva, geral.

O pensamento atua à feição de onda, assim o bem torna-se a expansão da luz e o mal a condensação da sombra. Na senda evolutiva, cada minuto de vida é importante para a renovação da criatura humana, redimindo-se, aprimorando-se, avançando, em acordo com André Luiz no livro Ação e Reação.

Emmanuel, no livro Pensamento e Vida, capítulo 11, destaca que o presente do homem é fruto do passado construído ao longo das reencarnações, avançando continuamente pelo caminho já percorrido, aproveitando-se da experiência adquirida. A Terra oferece as oportunidades conforme as necessidades de cada um.

Tocando os corações, sensibilizando as mentes e contribuindo para a valorização da vida, e aproveitando o mês convencionado – setembro -, para as campanhas de prevenção ao suicídio, Suely narrou a comovente e cativante história de Mário Sobral retratada na obra Memórias de um Suicida, de Yvonne do Amaral Pereira, destacando a Justiça Divina e seus mecanismos, evidenciando a lei de Ação e Reação.

Com base no capítulo V de O Evangelho segundo o Espiritismo, a dinâmica expositora destacou que Deus dá à Sua criatura os meios necessários e suficientes, ou seja, a voz da consciência e as tendências instintivas. As boas resoluções são a voz da consciência, com discernimento do bem e do mal, bem como, dá forças para resistir às tentações.

Joanna de Ângelis em Ilumina-te, capítulo 28, pela psicografia de Divaldo Franco, destaca que o reino dos céus dentro de cada um se estabelece através do autoconhecimento, e em Entrega-te a Deus, capítulo 24, a mentora frisa que a consciência constrói a forma do equilíbrio emocional.

Visando o despertar das criaturas, Suely evidenciou a necessidade de o ser humano atingir o padrão vibratório de Jesus, sendo necessário, acima de tudo, sentir nos padrões do Cristo, para pensar, observar, ouvir e agir com acerto, conforme Emmanuel em Palavras de Vida Eterna, capítulo 16.

Finalizando o brilhante trabalho, que a todos cativou, a oradora de escol apresentou o pensamento de Bezerra de Menezes, pela psicofonia de Divaldo Franco, que entre outras orientações, frisa a necessidade de o homem identificar-se com o Criador, evoluindo confiante no Amor. Mateus, 11: 28 a 30, registrando a mensagem do Cristo Consolador destaca que o jugo é suave e o fardo é leve, onde cada um recebe segundo suas necessidades evolutivas.

Fazendo a leitura da mensagem Render Graças, de Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, verdadeiro ode à gratidão, Suely Caldas Schubert encerrou sua conferência de cunho elucidativo e consolador, produzindo padrão de elevado teor, alcançando o imo de cada presente.

O Dom de Deus em nós é o Amor – No dia 13 de setembro, após percorrer as instalações da Associação Espírita Francisco de Assis e do Educandário Thales Theisen, em Santa Cruz do Sul, Suely Caldas Schubert proferiu no auditório da Associação Espírita a conferência Tende bom ânimo, Eu venci o mundo.

Dirigindo-se ao público atento e ávido de saber, bem como aos dirigentes, todos investidos da tarefa da própria transformação moral e da construção de um mundo mais harmônico e feliz, a expositora destacou que o local se constitui em uma escola de almas e de estudos espíritas, salientando o seu encantamento com a casa, sua beleza e ambiência de amor.

Analisando os capítulos 13 a 17 do Evangelho de João, a lúcida escritora mineira frisou a preocupação de Jesus para com seus discípulos, anunciando que sua permanência física entre eles seria breve, animando-os a amarem-se uns aos outros como Ele os amou, e que seriam conhecidos por muito se amarem. Também revelou que na casa do Pai há muitas moradas, sendo assim, iria prepará-las. Advertindo e consolando o Mestre solicitou que guardassem os seus mandamentos e que rogaria ao Pai o envio de outro Consolador, O Espírito de Verdade. Envolvendo os seus discípulos, naquelas horas derradeiras, Jesus mais uma vez reafirmou que seguindo os seus ensinamentos encontrariam a paz, pois que no mundo teriam aflições, exortando-os a terem bom ânimo, aditando que Ele vencera o mundo.

Apoiando-se nos ensinamentos de Emmanuel, em Palavras de Vida Eterna, capítulo 136, - Na vitória real -, Suely explicou que, naquele momento final de Jesus entre os homens, reconhecendo que se encontrava a poucos passos da morte, o mundo O julgava um vencido vulgar. Isso, segundo Emmanuel, se deve ao fato de que os construtores do aperfeiçoamento espiritual não estão na Terra para vencerem no mundo, mas para vencer o mundo em si mesmos, servindo ao mundo de uma forma maiúscula.

Bezerra de Menezes, na obra Em Nome do Amor, destaca a fase de transição em que se encontra a Terra, de um planeta de provas e de expiação para um de regeneração. O Espiritismo é ferramenta preciosa para esses momentos de transição, pois que oferece os nobres instrumentos do amor, da concórdia, do perdão, da compaixão. O momento de iluminação de consciências não pode ser adiado, a mudança para essa categoria mais elevada, de regeneração, será possível quando a humanidade da Terra mudar o seu padrão vibratório, elevando-o a uma escala superior.

A dor é colossal neste momento, cabendo a cada cristão o trabalho de ampliar o Reino de Deus entre as criaturas da Terra. O lídimo trabalhador de Jesus deve divulgar o Espiritismo empregando todos os meios e modos dignos ao seu alcance. Vale dizer, onde se encontre, viver retamente, cristãmente, prioritariamente. As dores, em todas as épocas e situações, possuem a faculdade de impulsionar o ser humano ao aprimoramento moral.

Os ensinamentos divinos não devem ser olvidados, com eles a criatura humana sublima, ascendendo aos níveis superiores, dignificando-se, exemplificando-os. Em Palavras de Vida Eterna, capítulo 16, Emmanuel se refere aos Padrões de Jesus. Para alcançar esse padrão será necessário sentir Jesus na intimidade da alma, praticando os seus ensinamentos, renovando-se, adotando como modo de vida o modelo do Cristo. Sentir os padrões do Cristo significa pensar, observar, ouvir e agir com acerto na realização da tarefa que o Cristo reservou a cada um. Assim, Suely reforçou a sentença cunhada por ela: Pensar o Espiritismo e pensar como espírita. Isto é o Cristo em nós através da Doutrina Espírita.

Em A Caminho da Luz, Emmanuel elucida que a missão do Espiritismo nestes momentos atuais de mudanças, de evolução, é salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos.

A realidade é a do Espírito, a paz é a do entendimento do Reino de Deus e de sua Justiça. Todos são chamados ao trabalho incessante da melhoria íntima, nos moldes de Jesus, amando, perdoando, sendo solidário, altruísta e fraterno. Deus é misericordioso, perdoemo-nos perdoando. A aurora de um novo dia, após noite tormentosa, se apresentará inexoravelmente, e com Jesus no coração o homem de bem fruirá as bênçãos de sua própria conquista espiritual, alcançando a redenção.

Após ler a mensagem Render Graças, de Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, preparando a finalização de seu profícuo trabalho, Suely Caldas Schubert, nesta atividade realizada em Santa Cruz do Sul, encerrou o seu roteiro iluminativo em terras gaúchas, levando aos corações e mentes dos que a ouviram com atenção as imorredouras sentenças de amor e de libertação apresentadas pelo Mestre Nazareno. Aplaudida de pé e profundamente sensibilizada, a médium e escritora mineira agradeceu o carinho e a afabilidade com que foi tratada. Por onde passou, Suely deixou o perfume do amor e a suavidade da caridade, ofertada em forma de conhecimento. O público, pela face dos presentes, apresentava-se estimulado a alcançar conquistas maiores no mundo íntimo, tornando-se em cocriador de um mundo melhor.

 
Nota do autor: 


As fotos desta reportagem são de autoria de Jorge Moehlecke.


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita