Estudando as obras
de André Luiz

por Ana Moraes

 
Opinião Espírita

(Parte 9)


Damos continuidade nesta edição ao estudo sequencial do livro Opinião Espírita, obra lançada pela FEB em 1963, com textos de autoria de Emmanuel e André Luiz, psicografados, respectivamente, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


Questões preliminares

 

A. De que forma nos virá, na estrada da vida, o crescimento e a elevação de nossa própria alma?

O serviço é a única via que nos facultará crescimento e elevação, compelindo-nos a estudar para progredir e a evoluir para sublimar os próprios sentimentos. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

B. Que pensar dos que praticam a tolerância apenas para estarem bem com todos?

A tolerância para com o próximo é sempre louvável, desde que não implique conivência com o erro, o crime, o malfeito. Lembra-nos André Luiz que a História indica que o iniciador do comodismo perfeito, na edificação cristã, foi Pilatos, que preferiu não examinar a grandeza de Jesus, a fim de não ter nem sofrer problemas. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

C. O devotamento ao bem é uma virtude desejável?

Claro. Na concepção de André Luiz, o espírita verdadeiro é conhecido por seu devotamento ao bem de todas as criaturas e pela coragem com que dá testemunho da sua transformação moral. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)


Texto para leitura


146. Fenômenos e nós – O homem quer ver para crer. Aspira à construção da fé. E para isso exige fenômenos. Entretanto, é um espírito imortal a exprimir-se através de uma caixa de fenômenos e não percebe. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

147. O cérebro é a maravilha que o abriga. Na cúpula craniana tem a cabine da vontade, controlando bilhões de células a lhe cumprirem as ordens. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

148. Como se ajustam lobos, sulcos e giros, como funcionam meninges, veias e líquidos para que governe as próprias sensações? De que modo se comportam os neurônios para que possa pensar é problema com que não se preocupa, quando reflete. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

149. Domina a linguagem sem pensar o esforço que lhe reclama das áreas corticais que lhe presidem a fala. Enxerga dando trabalho aos nervos ópticos sem cogitar disso. Ouve, por intermédio de complicados engenhos, mas não pondera quanto ao que essa preciosidade lhe custa. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

150. Mobiliza tubos, artérias, alambiques, aparelhos, canais e depósitos variados para beber e comer, assimilar os recursos da vida e desvencilhar-se das gangas residuais da alimentação; todavia, às vezes atravessa uma existência secular sem a menor consideração por semelhantes prodígios. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

151. Comumente reclama provas da sobrevivência da alma depois da morte, mas até hoje, embora conjecture, não sabe exatamente como é que veio à vida. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

152. Ninguém nega que fenômenos servem para acordar a mente, contudo é imperioso reconhecer que as criaturas humanas, na experiência diária, comunicam-se umas com as outras, através de montanhas deles sem a mínima comoção. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

153. Eis os motivos pelos quais os espíritos superiores, conscientes da responsabilidade que abraçam, colocarão sempre os fenômenos em último plano no esquema das manifestações com que nos visitam. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

154. Assim procedem porque a curiosidade inerte ou deslumbrada não substitui o serviço, e o serviço é a única via que nos faculta crescimento e elevação, compelindo-nos a estudar para progredir e a evoluir para sublimar os próprios sentimentos. (Opinião Espírita, cap. 31: Fenômenos e nós.)

155 - Santidade de superfície – Muitos companheiros da convicção espírita costumam afirmar que estão imbuídos de fé ardente, mas os inquisidores do passado que acendiam fogueiras pela imposição do "crê ou morre" também a possuíam. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

156. Dizem que cultivam ilimitada cautela para não tombarem no erro, mas todos os religiosos que desertam da luta humana alegam prevenção contra o pecado para fugirem das obrigações sociais. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

157. Adotam a tolerância invariável para com tudo, de modo a estarem completamente bem com todos, mas, ao que nos parece, a História indica que o iniciador do comodismo perfeito, na edificação cristã, foi Pilatos, o juiz, que preferiu não examinar a grandeza de Jesus, a fim de não ter, nem sofrer problemas. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

158. Agem unicamente sob o móvel das boas intenções e, por isso mesmo, não concordam com disciplina de método na prestação da caridade, mas todos os que complicam as vidas alheias, a pretexto de fazerem o bem, na hora do desastre, asseveram chorando que se achavam impelidos pelos mais puros intentos. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

159. Obedecem apenas aos impulsos do coração, mas os penitenciários, quando inquiridos sobre a motivação das faltas que o fizeram cair na criminalidade, esclarecem, de modo geral, que atenderam tão só aos ditames do sentimento. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

160. Consideram, de maneira exclusiva, o burilamento do cérebro, mas, do ponto de vista da inteligência hipertrofiada no orgulho, todos os promotores de guerra formaram e ainda formam entre as cabeças mais cultas da Humanidade. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

161. Os companheiros da seara espírita, contudo, sabem com Allan Kardec que o espírita é chamado a usar confiança e zelo, indulgência e bondade, pensamento e emoção, aliando equilíbrio e fé raciocinada, na base da reforma íntima, com serviço incessante aos outros. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.)

162. Por esse motivo, efetuando a própria libertação dos semelhantes das cadeias mentais forjadas na Terra em nome da santidade de superfície, o espírita verdadeiro é conhecido por seu devotamento ao bem de todas as criaturas e pela coragem com que dá testemunho da sua transformação moral. (Opinião Espírita, cap. 33: Santidade de superfície.) (Continua no próximo número.)


 

     
     

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 Revista Semanal de Divulgação Espírita