Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Casimiro Cunha

 

Simplifica


Clamas que o tempo está curto;

Contudo o tempo replica:

"Não me gastes sem proveito,

Simplifica, simplifica...”

 

É muita conta a buscar-te...

Armazém, loja, botica...

Aprende a viver com pouco,

Simplifica, simplifica...

 

Incompreensões, chicotadas?

Calúnia, miséria, trica?

Não carregues fardo inútil,

Simplifica, simplifica...

 

Encontras no próprio lar

Parente que fere e implica?

Desculpa sem reclamar,

Simplifica, simplifica...

 

Se alguém te injuria em rosto,

Se te espanca ou sacrifica,

Olvida a loucura e segue...

Simplifica, simplifica...

 

Recebes dos mais amados

Ofensa que não se explica?

Esquece a lama da estrada,

Simplifica, simplifica...

 

Alegas duro cansaço,

Queres casa imensa e rica;

Foge disso enquanto é tempo,

Simplifica, simplifica...

 

Crês amparar a família

Pelo vintém que se estica...

Excesso cria ambição.

Simplifica, simplifica...

 

Dizes que o mundo é de pedra,

Que as provas chegam em bica;

Não deites limão nos olhos,

Simplifica, simplifica...

 

Recorres ao Mestre em pranto

Na luta que te complica

E Jesus pede em silêncio:

Simplifica, simplifica...

 

Do livro Assembleia de Luz, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita