Joias da poesia
contemporânea

Espírito: Gastão de Deus Vítor Rodrigues

 

Agapantos

 

Enfim vencido... Na última canseira,

Cimo espinhoso de suplícios tantos,

Busquei, ansioso, a estrada de agapantos,

Que me fora visão da vida inteira.


Tudo, porém, era neblina e poeira,

Misturadas de preces e acalantos,

Nênias da morte, hinários sacrossantos,

E a noite, a imensa noite derradeira...


Nos auges da aflição que me constringe,

Cai, entretanto, a máscara da esfinge...

Oh! Sepulcro, onde a sombra em que te cevas?...


Refaz-se a luz que em lágrimas transponho,

E vejo, além, as flores do meu sonho,

Como estrelas radiando sobre as trevas...

 

Nota da Redação: Agapanto é o nome dado a várias plantas da família das amarilidáceas, do gênero Agapanthus, com rizomas grossos, folhas com formato de tiras longas e inflorescências em forma de umbela numa haste mais alta que as folhas.


Do livro Antologia dos Imortais, obra mediúnica psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita