Cinco-marias

por Eugênia Pickina

 
Comida de verdade...
 


Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.
Goethe


Os alimentos que colocamos em nossas bocas para nutrir nossos corpos ajudam-nos desde a tenra idade a permanecer resilientes e saudáveis.

Se no dia a dia comemos alimentos ricos do ponto de vista nutritivo, tanto demonstramos cuidado com nossos corpos, quanto cooperamos com a formação de hábitos positivos de nutrição para as crianças.

Nada sobrevive sem comida. Mas, há comidas que não são saudáveis, que “enchem a barriga sem alimentar”. Infelizmente, mais e mais famílias, no Brasil e no mundo, usam os processados e ultraprocessados para compor suas refeições, ignorando que estes últimos, sobretudo, prejudicam o bom funcionando do corpo, criam impacto social negativo e ameaçam a sustentabilidade do planeta.

O aumento no consumo de bebidas e alimentos ultraprocessados, por exemplo, é considerado um dos fatores que contribuem, no Brasil, para o aumento na prevalência de obesidade e doenças crônicas (e já na infância). Por isso, evitá-los sempre!

Toda vez que agimos com amor e atenção temos a chance de modificar um pouco o futuro da humanidade no bom sentido. Se o adulto norteia com carinho e respeito o modo como a criança estrutura, no cotidiano, o seu repertório alimentar, ensinando-a a tomar água e comer comida de verdade, embasará de um modo simples, mas assertivo a maneira como ela se relacionará com os alimentos no decorrer da sua vida, ajudando-a a ser, no mínimo, mais forte, menos vulnerável a doenças.

Conheço pais que querem que a criança coma alface, brócolis, mas eles próprios detestam hortaliças e vivem à base de macarrão instantâneo, bebidas energéticas, salgadinhos... Ora. É a atitude que educa a criança, nunca a palavra vazia. Aliás, os exemplos assimilados na infância estão na base de nosso caráter, feliz ou infelizmente.

Segundo o Guia Alimentar da População Brasileira o segredo para ter refeições mais saudáveis implica seguir uma regra simples: mais comida de verdade e menos processados e ultraprocessados no prato.

Aprendemos a comer bem em casa. Hoje ninguém negaria o fato de que muitas famílias estão carentes de comida caseira, de gente que não tem asco do fogão.


Notinha


Há algumas regras que ajudam a formação de bons hábitos alimentares na infância:

a) fazer as refeições sentado à mesa (nunca comer assistindo à televisão, olhando o celular, o tablet, mexendo em brinquedo);

b) conhecer o que está comendo – ensine a criança desde cedo o nome dos alimentos e a importância deles para o organismo do ser humano; não tente enganá-la para comer algo que não conhece, ou seja, nunca a manipule. Minha filha, por exemplo, tem sete anos. Ela não gosta de couve, mas quando eu faço, ela come porque sabe que essa hortaliça ajuda o seu corpo a funcionar melhor. Ela diz: “eu não gosto, mas meu corpo gosta e precisa.”

c) procurar ter cinco cores no prato. Porque são as vitaminas e nutrientes que dão cor aos alimentos. Ter um prato colorido significa ingerir uma variedade destes nutrientes diariamente.

d) experimentar novos alimentos – sempre! Com isso, ensinamos a criança a não se valer daquela atitude péssima de dizer “não gosto” sem nunca ter comido.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita