Estudando as obras
de André Luiz

por Ana Moraes

 
Opinião Espírita
(Parte 2)
 

Damos continuidade nesta edição ao estudo sequencial do livro Opinião Espírita, obra lançada pela FEB em 1963, com textos de autoria de Emmanuel e André Luiz, psicografados, respectivamente, pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


Questões preliminares


A. O espírita deve viver de modo diferente dos outros?

Não deve, nem pode. Na visão de André Luiz, o espírita não viverá de modo diferente das demais pessoas; mas deve, convidado pela consciência, imprimir o traço de sua convicção espírita em cada atitude que tome. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

B. André Luiz nos dá algum exemplo da recomendação acima citada?

Sim. Ele nos oferece vários exemplos. Com relação aos que escrevem ao público, o espírita de verdade não redigirá para exibir a pompa do dicionário ou render homenagens às extravagâncias de escritores que fazem da literatura complicado pedestal para o incenso a si mesmos. Ele escreve enobrecendo. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

C. Como definir a expressão economia espírita, utilizada por André Luiz?

Conforme o pensamento de André Luiz, a economia espírita, seja no lar ou na casa de assistência coletiva, no campo ou no vilarejo, nas grandes cidades ou nas metrópoles, é a economia da fraternidade, que usa os dons da vida sem abuso e que auxilia espontaneamente sem ideias de recolher agradecimentos ou paga de qualquer espécie, por reconhecer que os outros necessitam de nós como necessitamos deles, uma vez que todos somos irmãos. (Opinião Espírita, cap. 5: Economia espírita.)


Texto para leitura


34. Traço espírita – O companheiro contado na estatística da Nova Revelação não pode viver de modo diferente dos outros, no entanto é convidado pela consciência a imprimir o traço de sua convicção espírita em cada atitude. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

35. Trabalha - não ao jeito de pião consciente enrolado ao cordel da ambição desregrada, aniquilando-se sem qualquer proveito. Age construindo. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

36. Ganha - não para reter o dinheiro ou os recursos da vida na geladeira da usura. Possui auxiliando. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

37. Estuda - não para converter a personalidade num cabide de condecorações acadêmicas sem valor para a humanidade. Aprende servindo. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

38. Prega - não para premiar-se em torneios de oratória e eloquência, transfigurando a tribuna em altar de suposto endeusamento. Fala edificando. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

39. Administra - não para ostentar-se nas galerias do poder, sem aderir à responsabilidade que lhe pesa nos ombros. Dirige obedecendo. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

40. Instrui - não para transformar os aprendizes em carneiros destinados à tosquia constante, na garantia de propinas sociais e econômicas. Ensina exemplificando. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

41. Redige - não para exibir a pompa do dicionário ou render homenagens às extravagâncias de escritores que fazem da literatura complicado pedestal para o incenso a si mesmos. Escreve enobrecendo. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

42. Cultiva a fé - não com o intento pretensioso de escalar o céu teológico pelo êxtase inoperante, na falsa ideia de caprichos e privilégios. Crê realizando. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

43. O espírita vive como vivem os outros, mas em todas as manifestações da existência é chamado a servir aos outros, através da atitude. (Opinião Espírita, cap. 3: Traço espírita.)

44. Economia espírita – O Espiritismo abrange com a sua influência regenerativa e edificante não apenas a individualidade, mas também todos os círculos de atividade em que a pessoa respire. É assim que o Espiritismo na economia valoriza os mínimos recursos, conferindo-lhes especial significação. (Opinião Espírita, cap. 5: Economia espírita.)

45. Vejamos o comportamento do espírita, diante dos valores considerados de pouca monta:

Livro respeitável - Não o entregará à fome do cupim. Diligenciará transferi-lo a companheiros que lhe aproveitem a leitura.

Jornal espírita lido - Não alimentará com ele o monte de lixo. Respeitar-lhe-á o valor fazendo-o circular, notadamente entre os irmãos entregues à fauna rural ou núcleos distantes ou ainda entre reclusos em hospitais e penitenciárias, sem maiores facilidades para o acesso ao conhecimento doutrinário.

Publicações de qualquer natureza - Não fará com elas fogueiras sem propósito. Saberá empacotá-las, entregando-as aos necessitados que muitas vezes conquistam o pão catando papéis velhos.

Objetivos disponíveis - Não fará dos pertences sem uso, elogio à inutilidade. Encontrará meios de movimentá-los, sem exibição de virtude, em auxílio dos irmãos a que possam prestar serviço.

Móvel desnecessário - Não guardará os trastes caseiros em locais de despejo. Saberá encaminhá-lo em bases de fraternidade para recintos domésticos menos favorecidos, melhorando as condições do conforto geral.

Roupa fora de serventia - Não cultivará pastagem para as traças. Achará meios de situar com gentileza todos os petrechos de vestuário, cobertura e agasalho, em benefício de companheiros menos aquinhoados por vantagens materiais.

Sapatos aposentados - Não fará deles ninhos de insetos. Providenciar-lhes-á reforma e limpeza, passando-os, cordialmente, àqueles que não conseguem o suficiente para se calçarem.

Medicamento usado mas útil - Não lançará fora o remédio de que não mais careça e que ainda apresenta utilidade. Cedê-lo-á aos enfermos a que se façam indicados.

Selos utilizados - Não rasgará sem considerações os selos postais já carimbados. Compreenderá que eles são valiosos ainda e ofertá-los-á a instituições beneficentes que os transformarão em socorro aos semelhantes.

Recipientes, garrafas e vidros vazios - Não levantará montes de cacos onde resida. Empregará todos os invólucros e frascos sem aplicação imediata na benemerência para com o próximo em luta pela própria sustentação.

Gêneros, frutos, brinquedos e enfeites sem proveito no lar - Não exaltará em casa o egoísmo ou o desperdício. Lembrar-se-á de outros redutos domésticos, onde pais doentes e fatigados, entre crianças enfraquecidas e tristes receber-lhe-ão por bênçãos de alegria as pequenas dádivas de amor, em nome de solidariedade, que é para nós todos simples obrigação. (Opinião Espírita, cap. 5: Economia espírita.)

46. A economia espírita não recomenda desapreço à propriedade alheia e nem endossa o esbanjamento. (Opinião Espírita, cap. 5: Economia espírita.)

47. Seja no lar ou na casa de assistência coletiva, no campo ou no vilarejo, nas grandes cidades ou nas metrópoles, é a economia da fraternidade, que usa os dons da vida sem abuso e que auxilia espontaneamente sem ideias de recolher agradecimentos ou paga de qualquer espécie, por reconhecer, diante do Cristo e dos princípios espíritas, que os outros necessitam de nós como necessitamos deles, uma vez que todos somos irmãos. (Opinião Espírita, cap. 5: Economia espírita.) (Continua no próximo número.)  


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita