Editorial 

Ano 11 - N° 527 - 30 de Julho de 2017

 

É preferível rejeitar dez verdades...


Leonardo Marmo Moreira discorre sobre o tríplice aspecto do Espiritismo –  ciência, filosofia e religião – no artigo Entendendo o Tríplice Aspecto do Espiritismo, em que analisa mais detidamente o aspecto científico e suas consequências filosóficas. Dele destacamos alguns excertos, adiante comentados.

“Os Espíritos comunicantes também fornecem inumeráveis e contundentes evidências de que seus respectivos estados de felicidade relativa ou de seus níveis de sofrimento pessoal dependem diretamente do tipo de vida que tiveram na Terra, envolvendo suas escolhas, trabalhos, trajetórias, falhas morais e realizações espirituais.” (Leonardo Marmo Moreira, no artigo citado.)

Kardec nos diz que as comunicações de Espíritos vulgares ou comuns – sem elevação moral e de capacidade intelectual mediana ou até obtusa – são de uma riqueza de informação notável, porque mostram, por assim dizer, a vida comum, os quefazeres do mundo espiritual, além de “ilustrar” a lei de ação e reação.

“A vivência pessoal de todos os ‘mortos’ que se comunicam com os ‘vivos’ por meio dos médiuns demonstra a existência de Princípios Universais, tais como a ‘Lei de Progresso’ e a ‘Necessidade da Reencarnação’, nesse processo ininterrupto de aperfeiçoamento do Espírito Imortal.” (Leonardo Marmo Moreira.)

Acompanhando o desenrolar do fenômeno medianímico, numa comunicação particular, o diálogo revela as consequências dos atos transatos e nos dá a informação particular de leis universais. É mais uma riqueza de informações que uma observação atenta pode apreender, como diz Kardec.

“Ademais, o corpo científico-filosófico do Espiritismo, quanto mais estudado e compreendido, deve repercutir em consequências morais da mais alta religiosidade/espiritualidade para cada adepto.” (Leonardo Marmo Moreira.)

Para compreender o aspecto moral-religioso é fundamental a reflexão sobre o caráter científico e filosófico do Espiritismo. Somente com base esclarecida e meditada, base essa robusta e bem orientada, reconhecem-se as consequências religiosas e morais da doutrina codificada por Kardec.

“Entendendo, com bases lógicas, a realidade, reflexionamos sobre a vida e sobre nós mesmos profunda espiritualidade e objetividade, podendo estudar textos antigos de Jesus e de outros Espíritos iluminados à luz da Doutrina Espírita em busca de um amadurecimento espiritual constante.” (Leonardo Marmo Moreira.)

O Espiritismo, diz Kardec, é a chave que nos faculta a compreensão da doutrina de Jesus. Se ilumina o entendimento da doutrina do Cristo, igualmente clareia diversas manifestações da espiritualidade e, por conseguinte, da religiosidade.

“A recomendação de Erasto, em ‘O Livro dos Médiuns’, de que ‘é preferível rejeitar dez verdades do que aceitar uma única mentira, uma única teoria falsa’ segue sendo esquecida por muitos escritores, expositores e dirigentes que atuam no movimento espírita. A Doutrina Espírita prefere um avanço conceitual mais lento, gradual e seguro do que arroubos sem nenhum respaldo na ‘evidência do fato’, ou seja, sem bases científicas. Sobre ‘as utopias, nós esperaremos que elas se concretizem nos fatos naturais’, como é ensinado no texto da Codificação Kardequiana.” (Leonardo Marmo Moreira.)

Causa-nos estupefação presenciar o fenômeno da acolhida irrefletida de teóricos improvisados que trazem novidades sem base alguma no conhecimento adquirido e bem fundamentado. Incluem-se aí, especialmente, os romances ditos mediúnicos cheios de novidades que o leitor incauto toma como verdade, mesmo quando singulares, assim como as teorias absurdas sobre quem foi quem, as predições detalhadas sobre o futuro do nosso orbe, o advento do mundo de regeneração e quejandos.

Santa inocência ou ignorância? Em verdade não podemos afirmar, mas, seguramente, ausência de base doutrinária.

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita