Correio mediúnico

Espírito: Afonso Rubem Nunes

 

Reforma íntima


Somente o amor nos poderá permitir a libertação dos defeitos, vícios e imperfeições que nos acompanham de priscas eras. O amor, sim, mas o amor em movimento: a caridade.

Somente o amor em ação nos poderá abrir a porta da salvação. Através da caridade, a pouco e pouco, iremos vencendo o nosso egoísmo e o nosso orgulho, causas dos nossos insucessos e fracassos e mantenedores de nossa permanência nas trevas e descaminhos da vida. Entretanto, se começarmos a exercitar o amor, timidamente que seja, devagar, iremos trabalhando a nossa reforma interior.  

Temos muito que aprender, muito a corrigir e muito que realizar para podermos iniciar a nossa redenção. O nosso passado grita dentro de nós, clamando por correção. Nossas tendências, no entanto, ainda nos prendem a esse passado, trazendo-o para o presente, nessa repetição intérmina de erros e desacertos. Se, por alguns instantes, surge em nós a ideia de renovação, no tempo maior, nosso orgulho sufoca novamente, eliminando-a e alimentando os pendores antigos; por isso mesmo a necessidade da vigilância e da prece.

Vigiemo-nos e oremos. Supliquemos ao Pai das bênçãos a bênção da humildade. Sem ela, não teremos condições de nos conhecer, e sem nos conhecermos, jamais nos modificaremos. Humildes, começaremos a conhecer os nossos defeitos. Conhecendo-os, certamente que iniciaremos a nossa modificação, mesmo que o façamos timidamente a princípio.

Bem sabemos que somos nós próprios a causa do nosso insucesso na retomada de um novo rumo. Se ainda não vencemos, foi porque não nos sentimos suficientemente esclarecidos e fortes o bastante para começarmos a grande luta de nossa vida: a da nossa redenção.

Nossa vida tem sido um pervagar pelos caminhos da sombra. Ainda somos das sombras, por isso a luz nos aborrece. Entretanto, fomos criados luz para vivermos na luz e nos fazemos trevas para vivermos nas trevas. “Amaram mais as trevas...”.

A luta será grande, se quisermos realmente nos transformar em novas criaturas. E precisamos fazê-lo. A batalha será renhida. Não podemos adiá-la mais. Precisamos iniciá-la agora. Analisemo-nos muito e detidamente. Comecemos a reforma ou substituição dos defeitos menores, deixando os mais sérios por último. Defeitos menores serão certamente aqueles que somente a nós prejudiquem. Por último, aqueles que nos levam a prejudicar mais os outros. Expliquemos: Somos ainda muito fracos para combatermos os mais sérios. Se, no entanto, superar os menores, do menor ao maior, em pouco tempo esses defeitos serão vencidos e, enquanto estivermos entretidos em superar os defeitos menores, não teremos tempo para prejudicar a ninguém, pois estaremos absorvidos na eliminação de nossas deficiências. Quando nos vitoriarmos sobre essas deficiências, teremos condições de começar a luta maior de nossa vida, qual seja a de eliminarmos de vez as nossas más tendências, nossos pendores ruins, as nossas paixões malévolas, porque a nossa atenção não será mais distraída por defeitos menores.

Ademais, se não tivermos a força  para a superação do menor, como suplantaremos o mais sério? Necessitamos começar já a nossa batalha. O tempo urge, é verdade! Mas é igualmente verdade que ainda temos tempo suficiente para a nossa transformação interior.

Hoje nos encontramos no que vulgarmente se chama a “encruzilhada do destino”. É o momento de decisão. E decisão exige ação. Ninguém será capaz de permanecer inerte e inerme na hora presente. Nessa “encruzilhada do destino”, teremos que escolher o caminho a seguir. Sabemos que, até hoje, seguimos sempre o caminho das nossas tendências. Agora, também será assim. Daí a necessidade da substituição de valores, a fim de substituirmos os pendores, transformando-os de maus em bons. Se não nos modificarmos, seguiremos o caminho que as tendências indicarem, mas não ficaremos parados.

Aceitemos este fato: Vivemos momentos decisivos na história da Terra e de sua humanidade. Logo, nossas decisões terão de ser rápidas e sábias, para sermos capazes de tomar a decisão certa.

A nossa missão, no entanto, nos exige uma tomada de posição bem diferente da maioria do gênero humano, em face do nosso grande endividamento. Embora defeituosos como somos, teremos de nos corrigir em serviço, porque para nós já não haverá tempo para, sozinhos, nos preocuparmos tão somente conosco.

Teremos de nos preocupar primeiramente com os outros, os que estão sofrendo ao nosso lado e que, quase sempre, fazem parte do grande contingente humano de vítimas de nossa maldade. Assim, a nossa missão, hoje, será a de nos preocuparmos primeiro e exclusivamente com os outros, para, nos momentos de descanso, nos preocuparmos conosco. Dessa forma, não apenas refaremos o que erramos, como ainda deixaremos de pensar em nós, vencendo, a pouco e pouco, o egoísmo e a presunção de nos julgarmos os melhores. Bem ao contrário do passado: Primeiro nós, depois os outros.

O tempo do sofrimento maior chegou. A Terra toda sofre; sofrerá mais. E o Brasil não ficará fora. A desarrumação é geral, para que, em seguida, as nações se organizem em melhores condições, suficientemente preparadas para participarem do surgimento do novo mundo, da nova Terra. “Haverá novos Céus e uma nova Terra”. Aproveitemos o momento que passa para nos prepararmos para essa grande luta de nossa libertação. Seremos convidados. Estamos sendo convidados a participar de estudos e de atividades socorristas. Através dessas atividades assistenciais espirituais, realizaremos a nossa libertação, na justa medida em que participarmos da libertação de nosso semelhante. Na maioria das vezes, o nosso assistido de hoje foi, no passado o nosso grande prejudicado. Muitas vezes, ajudando o semelhante, estaremos tão somente nos reajustando com ele. Em pouquíssimas ocasiões ajudamos a quem não prejudicamos.
Aproveitemos a hora e transformemo-nos em novas criaturas, porque o momento é hoje, a hora é agora.

Que o Pai das Bênçãos nos abençoe, ilumine os nossos caminhos e nos conduza à libertação. Assim seja.


 

Mensagem psicografada pelo médium Expedito Luiz Leão, saudoso companheiro ora na espiritualidade.

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita