Estudando as obras
de Manoel Philomeno
de Miranda

por Thiago Bernardes

Sexo e Obsessão
(Parte 45)
 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares


A. Por que determinadas pessoas elegeram o Espiritismo como a ameaça a ser combatida?

O tema foi lembrado na palestra feita pelo médium Ricardo. Segundo ele, salvo algumas exceções, somos ainda na Terra pessoas primitivas e ignorantes, vítimas do egoísmo e das paixões mais grosseiras. Estamos, em face disso, convocados ao esforço de transformação pessoal para melhor, mas muitas lutas e entraves teremos que vencer para alcançarmos esse objetivo. Os que não desejam que isso se dê, porque se encontram sob o domínio da astúcia e da crueldade, elegeram o Espiritismo, na sua condição de adversário natural do materialismo, como a ameaça que deve ser combatida com denodo e sem cessar. O motivo é simples: o Espiritismo, pelos ensinamentos que transmite e pelas ações que desenvolve, interfere nos interesses dos inimigos do Bem, que não desejam que ocorra a renovação do planeta, fadado a alcançar o nível de mundo de regeneração”. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

B. Como a palestra feita pelo médium Ricardo foi recebida pelos Espíritos que se reuniram no recinto para ouvi-lo?

A receptividade foi muito boa. Enquanto ele falava, o auditório vibrava de emoção acompanhando o seu raciocínio. Os Espíritos desencarnados, mesmo o grande número de turbulentos e infelizes que foram recambiados e recebiam assistência conveniente, deixavam-se magnetizar pelo conteúdo da mensagem e experimentavam as vibrações das palavras impregnadas de segurança e de reflexões sábias. Enquanto isso, a Mentora da Casa, visivelmente concentrada e conduzindo o pensamento do seu médium, estava resplandecente em razão da sua vinculação com Esferas mais elevadas. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

C. No quadro descrito por Ricardo, a investida dos inimigos do Bem tinha também como alvo os espíritas?

Sim. Inspirando determinados grupos dentro do próprio movimento espírita, os adversários do Espiritismo voltam-se, sobretudo, contra os espíritas sinceros e operosos, que lhes constituem barreira à sementeira da perversidade e da luxúria, do desequilíbrio e da perversão, desejosos de erradicar a doutrina espírita da Terra, mediante o combate aos seus adeptos. Armadilhas soezes, instrumentos cruéis, técnicas refinadas, aparatos complexos, eis os recursos utilizados para vencê-los, atraindo-os e dizimando-os nos seus propósitos mais sadios, ou vencendo-os com as suas sortidas infelizes, mediante intercâmbio doentio e obsessivo, para os desanimar ou perverter. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

Texto para leitura

225. Espiritismo: a ameaça a ser combatida – Na palestra, o médium Ricardo lembrou aos seus ouvintes que nós que nos encontramos reencarnados na Terra, salvo algumas exceções, somos ainda pessoas primitivas e ignorantes, vítimas do egoísmo e das paixões mais grosseiras. Estamos, em face disso, convocados ao esforço de transformação pessoal para melhor, mas muitas lutas e entraves teremos que vencer, para alcançarmos esse objetivo. Os que não desejam que isso se dê, porque se encontram sob o domínio da astúcia e da crueldade, elegeram o Espiritismo, na sua condição de adversário natural do materialismo, como a ameaça que deve ser combatida com denodo e sem cessar. Afirmou o orador: "Em perfeita vinculação com a Erraticidade inferior, essas mentes que se refestelam na grandeza ilusória e esses sentimentos que se nutrem dos vapores mefíticos das Entidades odientas que os dominam, diante dos avanços do pensamento espírita armam-se de violência e de maldade para tentarem impedir que se consume o objetivo da renovação do planeta, fadado a alcançar o nível de mundo de regeneração”. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

226. Perseguições contra os seguidores do Mestre – O motivo por que agem assim é que, comprazendo-se no campeonato da insensatez e no intercâmbio contínuo com aqueles que lhes são afins, temem eles as conquistas da Doutrina Espírita e levantam-se, portanto, para o grande enfrentamento, no qual esperam o triunfo, em razão dos instrumentos de combate com que se equipam para a batalha que já deflagraram. Planos escusos e métodos arbitrários vêm sendo colocados em prática, objetivando aqueles que se entregaram à Causa do Bem e se tornaram seguidores do Mestre de Nazaré, a quem eles detestam e buscam vencer, nas suas alucinadas programações de doentias perseguições. Observou o palestrante: “Tem sido assim através da História essa luta que resultou na adulteração, interpolação e alteração das palavras de Jesus, na criação de rituais e hierarquias humanas, em guerras lamentáveis que foram declaradas em Seu nome, predominando a arrogância e o despudor que os caracterizava, de forma que a Sua mensagem chegou até os nossos dias profundamente alterada e os Seus exemplos suspeitos de legitimidade, como decorrência daqueles que se disseram seus herdeiros históricos... Interferindo psiquicamente nos bastiões da fé tradicional, deturparam-na, afastando-a das raízes em que pareciam fincar-se, constituindo-se uma doutrina mais humana que divina, com objetivos mais terrestres que espirituais...”. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

227. A luta hoje é mais cruel e mais sórdida – Após ligeira pausa, Ricardo prosseguiu: "De outras vezes, reencarnando-se em massa e adotando a crença religiosa tradicional, que envergonharam e degradaram mediante conduta obscena e vulgar, agressiva e anárquica, deixaram marcas de decadência e despudor que ferem os princípios éticos em que se assentam as verdadeiras construções da dignidade e do progresso humano. Na atualidade, em decorrência de a mensagem provir do Mundo espiritual, e não dos homens, não possuindo depositários terrestres infalíveis e sendo examinada pela sua linguagem universal, jamais pelo despautério de arrogantes e presunçosos líderes que gostariam de ser reconhecidos como os seus representantes, a luta é mais cruel, porque mais sórdida, de maneira sutil mas também frontal, de forma que os trabalhadores abnegados não tenham outra alternativa senão a opção pela perseverança no dever e pelo prosseguimento na ação libertadora”. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

228. Os ataques à Doutrina Espírita – O orador fez uma pausa muito oportuna, para a renovação do interesse dos ouvintes. O auditório vibrava de emoção acompanhando o seu raciocínio. Os Espíritos desencarnados, mesmo o grande número de turbulentos e infelizes que foram recambiados e recebiam assistência conveniente, deixavam-se magnetizar pelo conteúdo da mensagem e experimentavam as vibrações das palavras impregnadas de segurança e de reflexões sábias. A Mentora da Casa, visivelmente concentrada e conduzindo o pensamento do seu médium, estava resplandecente em razão da sua vinculação com Esferas mais elevadas. Logo após, no mesmo ritmo, o orador prosseguiu: “Ante a total impossibilidade de adulterar-se os excelentes conteúdos da Doutrina Espírita, não faltam em muitos indivíduos presunção e prosápia para informações incorretas, assacando acusações de que a mesma se encontra superada ante as conquistas do pensamento contemporâneo, em lastimável desconhecimento dos seus postulados que vêm sendo confirmados pelas Ciências, demonstrando a sua superior qualidade filosófico-científica a par dos relevantes ensinamentos ético-morais-religiosos”. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

229. O combate à feição religiosa do Espiritismo – Disse Ricardo que outras tentativas vêm sendo feitas, mediante pretensiosas anexações de ideias ou postulados pseudocientíficos, que a estariam completando, ou ainda pela diversificação de pensadores e praticantes, que dariam margem ao surgimento de correntes personalistas, à maneira de Fulano ou Beltrano. Simultaneamente, não cessam as tentativas de desfigurá-lo, retirando-lhe a feição religiosa que o vincula a Jesus, no qual se haurem a esperança e a paz que constituem elementos basilares para a felicidade. Olvidam todos esses insensatos que somente existe o Espiritismo – o que se encontra exarado na Codificação, nas Obras complementares e na Revista Espírita, enquanto a dirigiu e editou o insigne mestre Allan Kardec. Tais investidas, porém, normalmente não encontram amparo no pensamento espírita, e após o brilho momentâneo do entusiasmo dos seus criadores e adeptos fascinados, cedem lugar a novas propostas, qual ocorre em outras áreas da cultura humana. E o Espiritismo avança conquistando as criaturas para as suas hostes, tornando-as lúcidas, trabalhadoras do bem e cumpridoras do dever e, como isso, avançando na aquisição da felicidade. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

230. Armadilhas e técnicas refinadas contra os espíritas – Há, igualmente, afirmou Ricardo, uma outra forma de investida contra a Mensagem e seus obreiros, que não tem sido deixada à margem pelas falanges do mal. Inspirando esses grupos referidos, voltam-se, sobretudo, contra os espíritas sinceros e operosos, que lhes constituem barreira à sementeira da perversidade e da luxúria, do desequilíbrio e da perversão, do ódio e dos seus sequazes... Em todas as épocas da Humanidade, os idealistas verdadeiros, os heróis, os santos, os mártires, os cientistas e pensadores sofreram-lhes a perseguição, experimentaram-lhes a refrega, que culminava com o seu martírio, o afastamento das nobres lides a que se dedicavam. Agora reinvestem com vigor, considerando o desenvolvimento da Doutrina de amor e de libertação, desejosos de erradicá-la da Terra, mediante o combate aos seus adeptos. Armadilhas soezes, instrumentos cruéis, técnicas refinadas, aparatos complexos são utilizados para vencê-los, atraindo-os e dizimando-os nos seus propósitos mais sadios, ou vencendo-os com as suas sortidas infelizes, mediante intercâmbio doentio e obsessivo, para os desanimar ou perverter. Utilizando-se das próprias falhas do caráter de cada um, das suas dificuldades morais, dos conflitos e das heranças da conduta pregressa, estimulam-nos ao retorno às paixões, intensificando o cerco e atirando-lhes pessoas desequilibradas, que passam a aturdi-los com os seus apelos vis, a sua psicosfera mórbida, a sua presença desagradável e tóxica. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

231. A hora exige cuidado e vigilância – Na sequência de sua fala, Ricardo afirmou que, infelizmente, não têm sido poucos aqueles que se vêm comprometendo com os distúrbios que se permitem, para logo tombarem no remorso, no despertamento tardio e de consequências nefastas. Todo o cuidado, pois, é pouco, exigindo maior vigilância dos sinceros obreiros da Era Nova, que se devem revestir de paciência e de coragem para enfrentar os desafios perversos que se apresentam, dourados uns, afligentes outros, sempre com a mesma finalidade de distraí-los e afastá-los das fileiras do dever. Qualquer comprometimento negativo, na conjuntura, significa ameaça à reencarnação que marcha exitosa e pode periclitar nos seus resultados, em face da aceitação desses programas de desvirtuamento dos propósitos abraçados. Discussões inoperantes, rixas e impertinências, queixas e intrigas, maledicências soezes e calúnias bem elaboradas, vinganças covardes e mentiras que surgem da fantasia dos mais sonhadores e frívolos, são recursos utilizados pelos técnicos das Legiões das Trevas, aplicados nos Núcleos humanos e, especialmente, nas Entidades da Fé libertadora. (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.)

232. Jesus vela por todos – Mais do que nunca – advertiu o palestrante – se fazem necessários a compreensão fraternal, a solidariedade dignificadora, o trabalho de renovação interior, o concurso do perdão e da compreensão das falhas do próximo, a necessidade da oração e da paciência. “Trata-se de uma guerra, cujas batalhas esses Espíritos pretendem vencer, uma a uma, até o momento final. Olvidam, porém, que uma ou outra luta conquistada não consegue dar-lhes a palma da vitória, porque, por outro lado, Jesus vela, e as Entidades nobres, os Guias espirituais da Terra e dos seus filhos encontram-se vigilantes e operando também. Se ocorrem deslizes e delitos, quedas e defecções, é porque aqueles que incidem ou repetem os erros, distraem-se, não valorizando os deveres conforme lhes compete. Como não há violência na governança do amor, todos têm o direito de utilizar-se do livre-arbítrio, até mesmo para comprometer-se, mas terão ensejo de reparar, recomeçar e libertar-se." (Sexo e Obsessão, capítulo 23: Convites à reflexão e ao testemunho.) (Continua no próximo número.)

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita