Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

As bagagens  
 
Um casal de velhinhos caminhava por uma estrada. Ambos estavam muito trôpegos e cansados. Andavam um pouco e já se sentiam cansados, desejando descansar. Depois, eles voltavam a caminhar, mas o peso das mochilas que levavam era muito grande e eles se cansavam bastante. Então, Pedro disse para a esposa:

— Joana, o que acha de nos livrarmos da nossa carga? Está muito pesada e não estou aguentando mais!...

Joana pensou um pouco e considerou:

— Pedro, mas o que faremos sem a nossa bagagem? São roupas, calçados e coisas de que precisamos! Não podemos deixá-las pelo caminho!...

Então Pedro, que falara primeiro, deu uma sugestão:

— Joana, quem sabe podemos deixar nossas bagagens num tronco de árvore? Já observei que, nessa região, existem muitas árvores com buracos no tronco! O que acha?

— É uma boa ideia, Pedro! Vamos procurar uma árvore com buraco. Assim, poderemos guardar nossas coisas até voltarmos.

Assim combinado, eles prosseguiram e, ao encontrar uma árvore com um oco grande, colocaram seus pertences e, mais aliviados, caminharam sem problemas.

Sem o peso, prosseguiram no caminho e logo chegaram à cidade de destino. Tinham ido visitar um irmão que não viam há muito tempo. Após vê-lo e saber que estava bem, eles se despediram e voltaram pelo mesmo caminho.

Ao chegarem à região onde tinham deixado suas bagagens, eles puseram-se a examinar cada árvore com cuidado. Até que acharam a árvore onde tinham colocado seus pertences. Enfiaram a mão no buraco, mas não encontraram nada!

— Tenho certeza que deixamos nossas coisas aqui dentro, Pedro!

— Sim! Eu também tenho certeza de que a árvore é esta, Joana! Que faremos?

Sem saber o que fazer, eles sentaram-se à beira da estrada e puseram-se a pensar. Precisavam daquelas roupas! Não tinham dinheiro para comprar outras! Que fazer?

Nesse momento, viram chegar um homem que parou para saber o que estava acontecendo com eles para estarem tão tristes, ao que eles responderam:

— É que, ao passarmos por aqui, estávamos muito cansados e resolvemos deixar nossos pertences no oco de uma árvore. Mas agora não tem mais nada! Alguém nos roubou?!...

Então, o recém-chegado sentou-se perto deles e explicou:

— Eu moro aqui perto. Acontece que aqui passam muitos ladrões e eu vi vocês guardarem pacotes dentro da árvore. Mas como sei que os ladrões estão sempre atentos, corri e peguei seus pertences, levando-os para minha casa. Assim, ao vê-los retornar, vim avisá-los de que está tudo bem guardado comigo.

Vamos até minha casa e entrego-lhes as bagagens.

O casal acompanhou o senhor até a casa dele e logo estavam com as roupas em suas mãos. O novo amigo perguntou se queriam jantar e eles, como estavam com fome, aceitaram.

Após jantarem, pegaram suas coisas e, agradecendo ao amigo que salvara suas roupas, eles abraçaram-no e despediram-se dele, satisfeitos e agradecidos.

Ao vê-los afastar-se, o homem disse:

— Não esqueçam! Não se pode confiar em locais abertos! Sempre existem os que desejam beneficiar-se da nossa falta de cuidado e, talvez não encontrem alguém que possa guardá-las até a volta dos donos.

— Você tem toda razão, meu amigo! Somos muito gratos pela sua bondade, cuidando das nossas bagagens para nós.       


MEIMEI


(Recebida por Célia X. de Camargo, em 22/5/2017.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita