Espiritismo
para crianças

por Célia Xavier de Camargo

Ajuda espiritual
 
Beto chegou cansado à sua casa após as aulas. Sentou-se na sala, jogou a mochila no chão e espalhou-se sobre uma poltrona, exausto. Fechou os olhos e relaxou o corpo.

De repente, ouviu um barulho na sala. Era sua mãe procurando alguma coisa. Vendo o filho que chegara, ela indagou:

— Oi, filho! Chegou agora?

— Cheguei, mamãe. E estou muito, mas muito cansado mesmo! Hoje o dia foi de acabar com a gente! O que está procurando, Dona Judite? — indagou ele, brincando com ela, como ela sempre fazia quando estava brava ou preocupada.

— Um documento de que preciso muito e que não acho de jeito nenhum! Se não achá-lo, não sei o que vou fazer!...

Vendo a mãe tão preocupada, Beto respirou fundo, enchendo-se de coragem e levantou-se da poltrona, pondo-se a procurar também o tal papel. Da sala foram para os quartos, depois para a sala de jantar e, em seguida, para um lugar que tinham como “o lugar da bagunça”.

Nada feito. Não acharam. Olhando o relógio, a mãe achou melhor parar de procurar e ir fazer o jantar. Beto respirou fundo, agradecido. Não aguentava mais de tanto procurar, além do cansaço das aulas! Ufa! Ainda bem que a mãe desistiu de procurar.

Exausto, contra seus hábitos, Beto jantou e foi dormir. Gostava de ver televisão ou ler um livro antes de dormir. Mas, naquela noite, caiu na cama, fechou os olhos e adormeceu logo.

Mais tarde, ele acordou, deixou o leito e foi até a cozinha buscar um copo de água, pois estava com muita sede. Naquele momento, viu seu avô Felício, já desencarnado, que entrou na cozinha sorridente:

— Oi, meu neto querido! Tudo bem?

— Tudo bem, vovô Felício! Que bom o senhor estar aqui! Minha mãe está procurando um documento de que precisa muito e não achamos! Fiquei com pena dela, vovô! Ela está muito preocupada!

   

O avô Felício, que estava ali perto, disse:

— Beto, diga a sua mãe que o documento está guardado no armário do quarto que eu usava. Entendeu? Vou-lhe mostrar. Venha comigo!

E levou o neto até o quarto que ele ocupava enquanto estava encarnado. Abriu um armário e, num canto, junto com outras coisas, estava o documento tão importante, numa pasta verde.

— Então, avise sua mãe onde está o documento. Não esqueça, Beto!

— Não vou esquecer, vovô.

Eles se abraçaram e o avô foi embora satisfeito.

Na manhã seguinte, Beto acordou e levantou-se para ir à escola. Teve a sensação de ter tido um sonho com o avô Felício, mas achou que era bobagem. Ao entrar na copa para tomar café da manhã, viu a mãe e se lembrou:

— Mamãe! Esta noite eu tive um sonho com o vovô Felício!

— É mesmo? Como ele está?

— Muito bem. Parece até mais novo!

— E o que ele lhe disse?

— Nada. Conversamos alguma coisa, mas nada de importante!

De repente, ao pensar no que dissera, Beto levou a mão à testa, lembrando:

— Mamãe, era importante sim! O vovô veio me mostrar onde está o documento de que a senhora precisa!

— Você está brincando, Betinho?!...             

— Não, mamãe! É verdade! E eu sei onde está guardado o documento! Está numa pasta verde?

— Está sim! Onde? — indagou a mãe, mais animada.

— Venha comigo que eu lhe mostro, mamãe.

A mãe o acompanhou até o quarto que o avô ocupava enquanto encarnado. Beto abriu um armário e pegou a pasta verde, mostrando à mãe onde estava o documento.

— Graças a Deus! Bem que eu pedi ao meu pai que me ajudasse a encontrar o tal documento. Ele ouviu minhas preces! Obrigada, papai! — disse beijando o papel já amarelo.

— Você viu, mamãe?!... O vovô Felício estava preocupado em ajudá-la. E nós conversamos bastante. Ele disse-me que está muito bem e, sempre que pode, vem-nos visitar.

Naquela manhã quando todos acordaram, a mãe contou ao marido o que tinha acontecido, e no café da manhã fizeram uma prece de agradecimento ao vovô que tanto os ajudara através do sonho de Beto.

Nunca mais eles duvidaram da Vida Espiritual e de que nossos entes queridos, quando estão em condições de ajudar, estão sempre por perto, amparando-nos com muito amor.

 

MEIMEI

 

(Recebida por Célia Xavier de Camargo, em 3/4/2017.)

 

 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita