Estudando as obras
de Manoel Philomeno
de Miranda

por Thiago Bernardes

Sexo e Obsessão (Parte 39)

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Sexo e Obsessão, obra de autoria de  Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada originalmente em 2002.

Questões preliminares

A. Ante o assédio dos malfei-tores desencarnados que cerca-ram a Instituição espírita, qual foi a atitude de madre Clara de Jesus?  

Madre Clara de Jesus orou rogando o socorro divino. Sua voz, doce e vibrante, assinalada pela compaixão em favor dos agressores, exteriorizava-se em música de amor, suplicando o auxílio do Mestre Inconfundível e das Suas falanges abnegadas. Ainda não terminara a ora-ção, quando um volumoso jato de luz, mais iridescente que a claridade do amanhecer, desceu de Regiões Elevadas, e, dentro dele, numerosos Espíritos de semblante grave chegaram, respondendo ao apelo da diretora preocupada. Eles lentamente avançaram na direção dos visitantes perturbadores, que, percebendo-lhes a superioridade moral e a força espiritual que irradiavam, em gritaria infrene debandaram novamente, atropelando-se uns aos outros, enquanto as animálias desorientadas tombavam umas sobre as outras, e a sombra densa que os acompanhava era clareada pela exteriorização dos recém-chegados. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

B. Madre Clara de Jesus diz que os maus Espíritos, em sua ação nefasta, levam momentânea vantagem sobre os Benfeitores espirituais. Como entender tal afirmação? 

Ela assim se manifestou porque os maus se utilizam de quaisquer recursos, mesmo os impróprios, enquanto os recursos utilizados pelos Benfeitores são os do amor. É nesse sentido que eles levam momentânea vantagem, em se considerando que os Benfeitores não se valem de processos escusos e contam, invariavelmente, com a bênção do tempo e a resolução da própria criatura a quem se dispõem a ajudar. Eles contam, porém, sempre e sem cessar, com o auxílio do Mestre Jesus, como se viu na resposta imediata dada à rogativa feita pela madre. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

C. É correto afirmar que o sexo tem sido um espinho cravado nas carnes da alma humana?  

Sim. Esse é, por sinal, o pensamen-to de madre Clara de Jesus. Segundo ela, gerações sucessivas de seres predispostos ao progresso têm experimentado derrocada, em face das exigências mal compreendidas do desejo e da utilização sexual. É por isso que o sexo, perturbado, vezes sem conta, nas suas funções, responde por inúmeros destram-belhes da emoção, da mente e do organismo, gerando consequências afligentes ao largo das sucessivas reencarnações. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.)
 

Texto para leitura

192. Uma resposta imediata à oração de madre Clara de Jesus – Ante o assédio dos malfeitores desencarnados, madre Clara de Jesus abriu os braços em atitude de súplica e exorou o socorro divino. Sua voz, doce e vibrante, assinalada pela compaixão em favor dos agres-sores, exteriorizava-se em música de amor, suplicando o auxílio do Mestre Inconfundível e das Suas falanges abnegadas. Ainda não ter-minara a exoração, quando um volu-moso jato de luz, mais iridescente que a claridade do amanhecer, des-ceu de Regiões Elevadas, e, dentro dele, numerosos Espíritos de sem-blante grave chegaram, responden-do ao apelo da diretora preocupada. Lentamente avançaram na direção dos visitantes perturbadores, que lhes percebendo a superioridade moral e a força espiritual que irra-diavam, em gritaria infrene debandaram novamente, atropelan-do-se uns aos outros, enquanto as animálias desorientadas tombavam umas sobre as outras, e a sombra densa que os acompanhava era clareada pela exteriorização dos recém-chegados. À medida que se afastavam em desordem, qual ocorre nas batalhas terrestres com a retirada dos vencidos, eram estabe-lecidos limites bem guardados em torno da Casa de ação cristã, e voluntários espirituais se postavam, defendendo o acesso, que continuou sem qualquer problema. Em segui-da, a sábia administradora entre-teceu considerações oportunas, buscando esclarecer a todos acerca da delicada situação: “As tenazes do mal são de perversa constituição. Quando os seus áulicos se percebem em confronto com os legionários da Verdade, equipam-se de recursos odientos e passam a ameaçar e agir, de forma que voltem ao poder, sem quaisquer prejuízos em torno das prerrogativas que se permitem na sua profunda estupidez ante as Leis da Vida, que pensam manter viola-das por tempo indefinido. Espe-cialmente, aqueles que são os inspi-radores das desordens sexuais, por nutrirem-se das energias das suas vítimas de ambos os planos da exis-tência, tornam-se furiosos e inves-tem com toda audácia contra os que pensam poder vencer, firmados na alucinação do seu falso poder. Inúmeras vezes têm investido contra a Humanidade, utilizando-se da fra-queza moral dos seres humanos para envolvê-los em seduções ne-fastas, contagiando-os com os seus fluidos degenerados e levando-os, não poucas vezes, ao paul das orgias e loucuras onde chafurdam”. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

193. Com o Mal jamais devemos imiscuir-nos – A madre mostrou-se incisiva: "Não podemos negociar com o Mal nem imiscuir-nos com os maus. Por essa razão, o sábio Nazareno que lhes conhecia as urdiduras e o abismo de impiedade em que se atiraram, ensinou-nos a solicitar ao Pai amoroso que nos livre do mal, porque ainda não possuímos a necessária condição para enfrentá-lo com equilíbrio, sem o perigo de contágio. Porque os maus se utilizam de quaisquer recursos impró-prios e os nossos são os do amor, levam momentânea vantagem, em se considerando que não nos permitimos competir mediante os mesmos escusos processos, contando invariavelmen-te com a bênção do tempo e a resolução da própria criatura a quem nos dispomos ajudar”. Após ligeira pausa, a madre prosseguiu: “Seremos convocados a graves situações, nas quais o testemunho será o nosso sinal cristão, resistindo às forças cruéis da perseguição inclemente e ampliando os horizontes da lídima fraternidade que deve viger entre os indivíduos. Voltar-se-ão, esses irmãos enfermos, contra os bons trabalhadores da Seara de Jesus, criando situações embaraçosas e atirando pessoas sem escrúpulos, fáceis de conduzir, nos seus braços, a fim de os envolverem na urdidura das suas tramas, para depois os arrebanharem nas suas implacáveis proposições. Toda a vigilância e misericórdia que nos estejam ao alcance serão necessárias para uma boa aplicação, gerando recursos defensivos em caráter de prevenção, como também vitalizadores para romper com as ciladas que se apresentarão com frequência. Contaremos, todavia, sem-pre e sem cessar, com o auxílio do Mestre Jesus, que experimentou a crueza da hediondez humana, em sucessivas conspirações para colherem-no impiedosamente. Ele sempre esteve em sintonia com o Pai, vencendo os Seus inimigos, que são os incontáveis e contumazes ad-versários da Humanidade que se liberta lentamente da animalidade, buscando a espiritualização”. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

194. Como lidar com o sexo – Segundo a madre, o sexo tem sido um espinho cravado nas carnes da alma humana, dilacerador e con-tundente espículo que gera muito sofrimento: “Gerações sucessivas de seres predispostos ao progresso têm experimentado derrocada, face às exigências mal compreendidas do desejo e da utilização sexual. Perturbado, vezes sem conta, nas suas funções, responde por inúme-ros destrambelhes da emoção, da mente e do organismo, gerando consequências afligentes ao largo das sucessivas reencarnações. Todavia, é o veículo da perpetuidade da espécie, gerador e estimulante de ideais de beleza, na Arte, no pensamento, na Ciência, na Tecno-logia, como fonte de estímulos que impulsionam para a conquista do progresso. Deve, portanto, ser transformado em flor e fruto de bênçãos, sempre que direcionado para as magnas finalidades a que se destina, ficando, à margem, a bruta-lidade e o primitivismo que lhe deram origem nos recuados tempos das primeiras manifestações... Na Terra dos nossos dias, tem-se torna-do trator vigoroso, utilizado de forma indevida quase sempre, por isso mesmo arrastando multidões que se bestializam intoxicadas pelos seus vapores e pelas promessas enganosas de gozo infindo”. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

195. Com Jesus a luta é honra que não podemos descurar – A Benfeitora reflexionou por um pouco, e depois concluiu: “Hipnotizadas pela alucinação do prazer, centenas de milhões de criaturas humanas, ainda vivenciando as faixas da sensação sexual, deixam-se escravizar pelos impulsos mal direcionados e tornam-se vítimas de carrascos da sua paz, que as seviciam com os seus instrumentos de perversão, exercendo domínio sobre suas mentes e sentimentos. Reencarnam e desencarnam num vaivém que pa-rece interminável, até quando expiações pungentes e martirizantes interrompem o ciclo do ir-e-vir quase sem proveito. É o que ocorrerá nos próximos anos com os irmãos ora recolhidos pelo amor de Jesus-Cristo e dos Seus mensageiros que os recambiam ao corpo anate-matizado pelas aflições, de modo a reajustarem o perispírito e volverem aos ideais de vida e de harmonia. Entretanto, legiões voluptuosas re-nascerão no mundo das criaturas terrestres, procurando retratar e repetir os excessos que se têm permitido e as estruturas sórdidas quão nefastas da cidade impiedosa, com que seduzirão os indecisos, dominarão os semelhantes e amea-çarão a estabilidade de muitos combatentes do Bem e do progresso. Cuidemos para não lhes cair nas ciladas nem nos deixarmos arrastar por seus encantos mentirosos e seduções venenosas, seguindo pela porta estreita, enquanto os nossos espinhos se arrebentarão em flores de caridade e de amor, de ação benemérita e de dever, como filhos biológicos, ideais de dignificação humana, realizações edificantes e de sabor eterno. Jesus é Vida, e com Ele a luta é honra que não podemos descurar”. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) 

196. Que ocorrerá quando da grande transição do planeta? – Concluídas as sábias informações, não é difícil considerar os volumosos desafios que estavam destinados aos bons trabalhadores do Evange-lho, de forma que pudessem perma-necer fiéis aos postulados do dever, vivenciando-os, de maneira a confirmar-lhes a excelência, recurso único eficaz para desbaratar as construções do Mal e dos seus pugnadores. Certamente, durante muito tempo a nobre Instituição iria sofrer as investidas da crueldade e da astúcia, utilizando-se da fragilidade dos seus membros; contudo, como vimos, os recursos valiosos do Alto desceriam sempre quando necessários, a fim de que não faltassem o pão de luz nos seus celeiros de amor, nem as valiosas bênçãos da coragem e dos valores morais para os enfrentamentos inevitáveis. Diz Manoel Philomeno que reencarnações em massa iriam trazer aqueles infelizes ao proscênio terrestre, a fim de que tivessem chance de evoluir, arrastando, com suas paixões, verdadeiras multidões afins, de cuja maneira sairiam das regiões do vandalismo para novos tentames que os conduziriam a outras Estâncias, onde dariam curso ao pro-gresso. No momento da grande transição do planeta travar-se-ia a luta final em sucessivas batalhas, conforme a Lei de destruição, facultando a renovação inevitável. (Sexo e Obsessão, capítulo 20: A ruidosa debandada.) (Continua no pró-ximo número.)


 

     
     

O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita