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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 9 - 13 de Junho de 2007

AIGLON FASOLO
aiglon@nemora.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Sobre as pesquisas psíquicas na
ex-União Soviética
(4ª parte)

RússiaNelya Mikhailova não surgiu como médium consumada de PK no cenário científico soviético. Alguns anos antes, estivera convalescendo de uma doença num hospital de Leningrado. Para passar o tempo, dedicou-se ao bordado. Certo dia, quando a enfermeira lhe trouxe uma sacola de meadas de várias cores, Nelya, sem olhar, enfiou a mão na sacola. Queria uma linha vermelha, outra amarela e outra verde. Quando retirou a mão do fundo da sacola, eram essas as cores que estava segurando. Num relance, compreendeu que as escolhera entre muitas meadas misturadas dentro da sacola, sem as ver. De uma forma ou de outra, a sua mão reconhecera as cores.

Voltando para casa, viu um artigo de jornal a respeito de Rosa Kuleshova, que, dizia-se, era capaz de "ver" as cores com as mãos. "Também posso fazer isso!" pensou Nelya, agitada. Precisando submeter-se a um exame médico, mencionou a idéia aos seus médicos, os Drs. S. G. Feinburg e G. S. Belyaev. É uma das típicas ironias da ciência que o Dr. Feinburg, cético confirmado a respeito da "visão sem olhos" e da capacidade psíquica em geral, acabasse sendo um dos primeiros confirmadores da existência de tais aptidões.

O descobrimento dos seus novos talentos não tardou a levar Nelya a um dos maiores fisiologistas da Rússia, o Dr. Leonid Vasiliev. O Dr. Vasiliev realizou meticulosas experiências sobre a sua capacidade e fez que ela demonstrasse os seus dotes paranormais diante de dezenas de cientistas. Em 1964, convocou-se uma conferência especial de notáveis cientistas para assistir à demonstração de Mikhailova e, de acordo com o número de janeiro de Smena, a conferência foi um sucesso.

O Dr. Vasiliev entrou a fazer conjeturas sobre como poderia ocorrer a visão cutânea. Se as mãos de Mikhailova podiam "ver", era possível que estivessem emitindo alguma espécie de energia "X". Ora, se havia uma energia, ela talvez pudesse fazer outras coisas além de ver sem olhos. No meio de uma experiência de visão cutânea com Mikhailova, Vasiliev se lembrou de que um famoso pesquisador grego, o Dr. A. Tanagras, descobrira que um dos seus pacientes era capaz de fazer girar a agulha de uma bússola mantendo as mãos acima dela. Na inspiração do momento, Vasiliev arranjou uma bússola, colocou-a diante de Nelya, e animou-a a tentar. Ela nunca experimentara fazer isso antes e, naturalmente, não tivera a oportunidade de preparar-se com antecedência para o teste. Estendeu as mãos sobre a bússola e ali as conservou. A agulha moveu-se. O Dr. Vasiliev descobrira uma talentosa portadora de PK! Daí por diante executou uma série de experiências de PK. Logo descobriu que Mikhailova, por meio do PK, era capaz de mover também outros objetos a distância. Nelya Mikhailova, a mocinha que estivera na frente de batalha durante o cerco de Leningrado, via-se agora na frente de outra luta, para descobrir novos potenciais do ser humano. Fez inúmeras demonstrações de PK para cientistas. Em certa ocasião, pesquisadores universitários lhe pediram que modificasse o curso da areia numa ampulheta. Em lugar de mudar o curso da areia, consoante os relatos, ela mudou, a distância, a própria ampulheta.

No verão de 1969 chegaram ao Ocidente notícias de uma fonte fidedigna de que novos trabalhos sobre PK e Nelya Mikhailova continuavam a realizar-se na Rússia. O trabalho envolve intensas investigações dos campos que lhe cercam o corpo. Diz-se que os soviéticos encontraram outras pessoas, além de Nelya Mikhailova, dotadas de talentos semelhantes.

Pesquisas sobre PK, de natureza não revelada, estão sendo levadas a cabo em Tbilisi, na Geórgia. Fora disso, cientistas soviéticos afirmam estar investigando o pronunciamento de um biologista francês, segundo o qual, através do PK, os seres humanos podem influir no ritmo de degenerescência radioativa. Esse cientista, que prefere permanecer anônimo, se bem seja muito conhecido na literatura parapsicológica, pediu a adolescentes que tentassem acelerar ou retardar a decadência radioativa da matéria. E, segundo afirma, o contador geiger mostrou que eles foram bem sucedidos numa série de testes. É interessante que ele tivesse escolhido crianças, um grupo freqüentemente associado a exibições do gênero trasgo. Mas os russos estão provavelmente mais interessados na afirmativa de que o enigmático PK pode influenciar a matéria básica. Talvez Nelya também possa afetar a matéria radioativa.

Nelya parece ser uma médium versátil, como Eusapia Paladino e outros médiuns famosos de antanho. Afirma-se que ela é telepata, clarividente, psicométrica e dotada de PK. Os soviéticos, porém, não a encaram como artista ou como personalidade de exótica plumagem. Vêem em Nelya um meio para descobrir princípios. As questões importantes a seu respeito não devem centralizar-se na médium propriamente dita, mas em descobrimentos científicos como o do Dr. Sergeyev – de que os campos biológicos flutuantes estão, aparentemente, relacionados com o PK. Os comentários dos esquadrões de combate à fraude e as denúncias de "ímãs em lugares íntimos", totalmente impertinentes, não têm qualquer relação com a pesquisa em neurofisiologia. Nelya tem sido um meio para ajudar os cientistas a elucidarem esses novos caminhos. E não é muito fácil ser um meio. Existem os ataques pessoais, soezes, de noticiaristas como Lvov, que acarretam uma fuzilaria de cartas e chamados telefônicos desagradáveis. Além das perseguições públicas, Nelya também é submetida a uma grande tensão física durante os testes de PK.

Mas Nelya Mikhailova cresceu lutando; cresceu durante o cerco de Leningrado, numa das piores situações de privação e tensão que o mundo já conheceu. Não há razões para crermos que venha a atirar a toalha no tablado enquanto os cientistas acreditarem que podem descobrir mais coisas sobre o potencial e a maravilha ainda não compreendida do ser humano, amarrando-a como um astronauta e prendendo-a num laboratório cheio de máquinas. (Continua no próximo número.)


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita