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Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 8 - 6 de Junho de 2007

AIGLON FASOLO
aiglon@nemora.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)

Sobre as pesquisas psíquicas
na ex-União Soviética

(Parte 3)

Em julho de 1968, a revista francesa Planete registrou importante conferência sobre ESP realizada em Moscou em fevereiro daquele ano. Muitos dos mais notáveis cientistas da URSS ocupados em pesquisas sobre o paranormal estavam lá. "Explosiva!", foi o comentário de Planete. "A ciência soviética parece haver tomado a frente nas pesquisas sobre a parapsicologia!" Nessa reunião, importantes cientistas russos revelaram trabalhos amplíssimos, atualíssimos, sobre telepatia, que então se faziam em muitos centros.

Infelizmente, essa conferência foi truncada por manobras, aparentemente do neo-estalinismo russo, e as duas pesquisadoras que escreveram o livro não puderam assistir no momento a parte mais importante, que era um filme sobre as habilidades psíquicas da maior paranormal russa, Nelya Mikhailova.

Isso, infelizmente não apareceu no noticiário ocidental. Porém, com a boa-vontade da Embaixada Tchecoslovaca e o empréstimo de um projetor de 35 mm em uma de suas salas foi possível a exibição.

Os projetores zuniram e, finalmente, pudemos ver o famoso filme de Mikhailova sobre o PK.

Vimos na tela uma mulher de quarenta e um anos, ainda jovem, cheia de corpo, atraente, de rosto franco e olhos escuros e expressivos. Dir-se-ia quase que ela poderia ser parente do cosmonauta Yuri Gagarin, com os seus traços tipicamente eslavos – pômulos salientes e nariz arrebitado. Trazia os cabelos escuros penteados para trás, formando um coque, uma blusa de rendas sem mangas e uma saia simples.

A Sra. Mikhailova estava sentada a uma mesa grande, redonda e branca, diante de uma janela de cortinas de rendas. Disseram os russos que ela já fora examinada por um médico, que a submeteu à ação dos raios-X para certificar-se de que não havia objetos nem ímãs escondidos em sua pessoa, nem fragmentos de shrapnel alojados em seu corpo em conseqüência dos ferimentos recebidos na guerra. Mas não encontraram coisa alguma.

Os cinco homens da turma de cinegrafistas, mais os cientistas e repórteres se aproximaram. Naumov colocou diante de Nelya uma bússola adaptada a uma pulseira, um cigarro em posição vertical, uma tampa de caneta, um cilindrozinho de metal semelhante a um saleiro, e uma caixa de fósforos em que se via representada uma espaçonave lunar – versão figurativa do espaço externo em confronto com o espaço "interno". Os objetos, brilhantes, contrastavam com a mesa clara, como uma natureza morta de Dali à beira do sobrenatural.

Os olhos escuros de Mikhailova concentraram-se na bússola – o objeto mais fácil para iniciar o aquecimento preliminar. O PK é mais fácil com objetos que rolam, dizem os pesquisadores ocidentais. Com relógios e bússolas não há fricção estática. Mikhailova leva, às vezes, de duas a quatro horas para revelar os seus poderes sobrenaturais, disse Naumov em seu comentário, enquanto assistia ao filme mudo. Nelya manteve os longos dedos paralelos à mesa, uns quinze centímetros acima da bússola e entrou a agitar as mãos num movimento circular. O esforço lhe acentuou as covinhas do rosto. Passaram-se vinte minutos. O seu pulso, acelerado, batia 250 vezes por minuto. Ela virava a cabeça de um lado para outro, os olhos fitos na agulha da bússola. As mãos se moviam como se estivesse dirigindo uma orquestra invisível. E, logo, como se os átomos da agulha da bússola estivessem sintonizados com ela, a agulha estremeceu. Lentamente, começou a girar em sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, girando como o ponteiro grande. Depois, toda a bússola, com o invólucro de plástico, a correia de couro e tudo o mais, principiou a rodopiar.

À medida que toda a bússola andava a roda, como um carrossel, as linhas debaixo dos olhos de Mikhailova se escureceram e as rugas da testa se aprofundaram, com a intensidade do esforço. Ela caiu para trás, exausta.

– A quantidade de poder que ela possui também depende das condições atmosféricas – observou Naumov. – O seu poder de PK diminui quando o tempo se enfarrusca.

No filme, Naumov espalhou o conteúdo de uma caixa inteira de fósforos sobre a mesa, a uns trinta centímetros, mais ou menos, de distância de Nelya. E depôs um cilindrozinho de metal não magnético e uma caixa de fósforos perto deles.

– Ela é seletiva – explicou Naumov. – É capaz de mover um ou dois objetos do grupo.

Mikhailova tornou a descrever círculos com as mãos acima dos objetos. O esforço fazia-a estremecer. Debaixo do seu olhar todo o grupo de fósforos se moveu, como numa corrida de toras num rápido rio de energia. Ali perto, o cilindro metálico também se mexeu. Ainda misturados como se estivessem formando uma jangada, os fósforos chegaram até a borda da mesa e, um por um, caíram ao chão. Naumov pôs outro punhado de fósforos e uma caixa de metal não magnético dentro de um grande cubo de plexiglass. O cubo destinava-se a eliminar a possibilidade de correntes de ar, fios ou arames. As mãos de Mikhailova afastaram-se alguns centímetros do cubo de plexiglass e os objetos começaram a saltar de um lado para outro no interior do recipiente plástico. Fosse qual fosse aquela energia, o certo é que ela penetrava com facilidade o plexiglass.

Mikhailova estava esgotada. Já perdera um quilo e meio naquela meia hora. Dir-se-ia que estivesse convertendo em energia a substância do próprio corpo. Muitos médiuns ocidentais também acusaram essa perda de peso durante as experiências de PK.

Como é que Mikhailova consegue viver com fatos como esses ocorrendo constantemente à sua volta?

– Até há poucos anos eu não sabia que era capaz de mover as coisas à distância – disse ela. – Fiquei muito perturbada e nervosa nesse dia. Eu caminhava na direção de um guarda-louça no meu apartamento quando, de repente, um jarro que estava no guarda-louça chegou até a borda da prateleira, caiu e quebrou-se.

"Depois disso, todos os tipos de mudança começaram a acontecer no meu apartamento", conta ela. Objetos pareciam "atraídos" na sua direção, como se o inanimado se houvesse animado. Dir-se-ia que ela tivesse um trasgo em casa. Habitualmente, dizem os cientistas, as atividades de trasgos são causadas por um jovem da família – quase sempre na época da puberdade. Os objetos parecem mover-se por conta própria – portas e janelas se abrem e fecham, luzes se acendem e apagam sozinhas, as leis da gravidade dão a impressão de haver-se invertido.

Mas, à diferença da maioria das pessoas atormentadas por um trasgo, Nelya compreendeu, de chofre, que a "força" vinha dela. Descobriu que podia controlá-la. Podia fazer que as coisas acontecessem pelo simples fato de querê-lo. Podia concentrar e focalizar à vontade essa energia extraordinária. Em casa, com a família, carregando o neto no colo, fez um brinquedo distante aproximar-se. Enquanto uma amiga a manicurava, ela fez que um vidrinho de esmalte se movesse sem tocá-lo com as mãos, em que o esmalte ainda não secara. O cachorro da família também via, pasmado, os objetos perto da sua dona começarem a girar. O marido, fascinado, fez um filme amador com base nos seus estranhos poderes de PK.

"Acho que herdei essa capacidade telecinética de minha mãe", diz Mikhailova. "E também a transmiti a meu filho." (Continua no próximo número.)   


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita