WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Especial
Ano 1 - N° 6 - 23 de Maio de 2007

THIAGO BERNARDES
thiago_imortal@yahoo.com.br

Curitiba, Paraná (Brasil)


Os pronunciamentos do papa Bento XVI em sua visita ao Brasil
 

O papa Bento XVI esteve no Brasil nos dias 9 a 13 de maio para cumprimento de dois compromissos oficiais: a consagração pública da canonização de Frei Galvão, o primeiro santo nascido no Brasil, e a abertura da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

Em seus pronunciamentos durante sua estada no Brasil, o papa tocou em temas particularmente importantes para a Igreja, ressaltando posições tradicionais do Catolicismo.

Defendeu, então, a santidade da vida desde a concepção até seu fim natural – o que reafirmou a oposição da Igreja ao aborto e à eutanásia –, pregou a castidade, a fidelidade e a importância do matrimônio e também falou da necessidade de a Igreja ajudar a formar os políticos.

Selecionadas pela BBC Brasil -  http://www.bbcbrasil.com/ -, eis algumas das frases mais marcantes do pontífice, desde que chegou ao Brasil, no dia 9 de maio, até o dia 13, quando retornou a Roma:

Na missa de domingo em Aparecida (13/5)

"A missão de Cristo realizou-se no amor. Ele acendeu no mundo o fogo da caridade de Deus. É o amor que dá a vida: por isso, a Igreja é convidada a difundir no mundo a caridade de Cristo (...) A Igreja se sente discípula e missionária desse amor: missionária somente enquanto discípula, isto é capaz de deixar-se sempre atrair, com renovado enlevo, por Deus que nos amou e nos ama por primeiro. A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por 'atração': como Cristo 'atrai todos a si' com a força de seu amor, que culminou no sacrifício da Cruz (...)"

"Este é o rico tesouro do continente latino-americano; este é seu patrimônio mais valioso: a fé em Deus Amor, que revelou seu rosto em Jesus Cristo (...) Não é uma ideologia política, nem um movimento social, como tampouco um sistema econômico; é a fé em Deus Amor, encarnado, morto e ressuscitado em Jesus Cristo, o autêntico fundamento desta esperança que produziu frutos tão magníficos desde a primeira evangelização até hoje."

Na visita à Fazenda Esperança (12/5)

"É preciso edificar, construir a esperança, tecendo a tela de uma sociedade que, no estender-se dos fios da vida, perde o próprio sentimento de esperança."

"Justamente aqui na Fazenda da Esperança, onde estão tantas pessoas, principalmente jovens, que procuram superar o problema das drogas (…) testemunha-se o Evangelho de Cristo, no meio de uma sociedade consumista afastada de Deus."

"O Brasil possui uma estatística, das mais relevantes, no que diz respeito à dependência química de drogas e entorpecentes. E a América Latina não fica atrás. Por isso, digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai-lhes exigir satisfações."

No encontro com bispos na Catedral da Sé (11/5)

"As pessoas mais vulneráveis ao proselitismo agressivo das seitas, que é motivo de justa preocupação, e incapazes de resistir às investidas do agnosticismo, do relativismo e do laicismo são geralmente os batizados, não suficientemente evangelizados, facilmente influenciáveis, porque possuem uma fé fragilizada e, por vezes, confusa, vacilante e ingênua, embora conservem uma religiosidade inata."

"É verdade que os tempos de hoje são difíceis para a Igreja e muitos dos seus filhos estão atribulados. A vida social está atravessando momento de confusão desnorteadora. Ataca-se impunemente a santidade do matrimônio e da família (...)"

"Deve-se, por isso, trabalhar incansavelmente para a formação dos políticos, dos brasileiros que têm algum poder decisório, grande ou pequeno e, em geral, de todos os membros da sociedade (…) Ocorre formar nas classes políticas e empresariais um autêntico espírito de veracidade e honestidade. Quem assume uma liderança na sociedade deve procurar prever as conseqüências sociais, diretas e indiretas, a curto e a longo prazo, das próprias decisões, agindo segundo critérios de maximização do bem comum, ao invés de procurar ganâncias pessoais."

Na canonização de Frei Galvão (11/5)

"Declaramos e definimos como santo o beato Antônio de Sant'Anna Galvão. E o inscrevemos na lista dos santos. E estabelecemos que em toda a Igreja ele seja devotamente honrado entre os santos."

"Devemos dizer não aos meios de comunicação social que ridicularizam a instituição do casamento e a virgindade antes do casamento."

No encontro com jovens no Estádio do Pacaembu (10/5)

"Não poderá haver verdadeira felicidade nos lares se, ao mesmo tempo, não houver fidelidade entre os esposos. O matrimônio (…) é um grande dom que Deus fez à humanidade. Respeitai-o. Venerai-o."

"Deus vos chama a respeitar-vos também no namoro e no noivado, pois a vida conjugal que, por disposição divina, está destinada aos casados é somente fonte de felicidade e de paz na medida em que souberdes fazer da castidade, dentro e fora do matrimônio, um baluarte de vossas esperanças futuras."

Discurso de chegada (9/5)

"Estou certo de que em Aparecida, durante a Conferência Geral do Episcopado (Latino-Americano e do Caribe), será reforçada tal identidade, ao promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana."

Breve comentário sobre as palavras do papa

É evidente que, à luz da Doutrina Espírita, há vários pontos no discurso do papa que os espíritas não podem aceitar. A insistência em dizer que esta existência é única, como afirmou aos jovens no encontro do Pacaembu, e a idéia de que é a fé fragilizada e vacilante que faz o católico procurar outras religiões são, obviamente, equívocos que um teólogo do nível de Bento XVI não poderia cometer. 

O Espiritismo também não faz proselitismo. Kardec defendeu tal postura com ênfase, deixando claro que a Doutrina ensinada pelos Espíritos não veio para tirar ninguém de religião nenhuma, mas sim para aqueles que não têm religião ou, tendo-a, consideram-na insatisfatória. Esse é, certamente, o motivo por que alguém decide largar o conforto das catedrais e a proteção da religião majoritária para ir abrigar-se no seio de uma religião que não tem o poder supostamente concedido à Igreja de salvar os pecadores.

No mais, nada há a opor no discurso do papa quando enfatiza a importância do amor em nossa vida, quando chama a atenção daqueles que traficam com as drogas, quando defende a importância do matrimônio e da família e quando, por fim, combate com vigor as tentativas de liberalização do aborto e da eutanásia.

Na síntese feita pela BBC do Brasil, estranhamos a omissão de uma parte do discurso do papa dirigido aos jovens quando Bento XVI lhes falou sobre o sentido da vida, lembrando-lhes que todos nós devemos tornar relevante, com atitudes e ações, nossa passagem pelo mundo. Conselho elogiável, que poderia ter sido reforçado se o papa dissesse à juventude ali reunida que a finalidade da existência humana é, não apenas o aprimoramento moral e intelectual da pessoa humana, mas sua participação decisiva na obra da Criação, algo que está, inegavelmente, faltando neste país que se declara majoritariamente cristão e, no entanto, se revela o campeão das desigualdades econômicas e sociais.

As desigualdades econômicas e sociais, sabemos todos nós, são obra dos homens; nada têm a ver com o Criador. E, sendo assim, compete aos homens eliminá-las por meio de ações afirmativas e de leis mais justas, o que exigirá sem dúvida, não apenas a fé, mas a conversão do indivíduo em um cristão de verdade.

 

Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita