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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 51 - 13 de Abril de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Obreiros da Vida Eterna
André Luiz
(7
a Parte)

Damos continuidade ao estudo da obra Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1946 pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Aludindo à parábola lida, que focaliza o caso do rico e do mendigo Lázaro, padre Hipólito comentou-a de forma inteiramente nova. Que considerações fez ele sobre o tema?

R.: Antes de comentar a parábola referida, Hipólito perguntou: – "Qual de nós não terá sido, na Crosta do Mundo, aquele rico, vestido de púrpura e linho finíssimo', do ensinamento do Mestre?" E comentou o conhecido texto narrado por Jesus, fazendo-o de um modo inteiramente diferente dos comentários usuais sobre o tema. Todos os que ali estavam – lembrou Hipólito – já tiveram, em derredor, mendigos de afeto e socorro espiritual a mostrar-lhes, em vão, as chagas de suas necessidades. Chamavam-se eles familiares, parentes, companheiros de luta, irmãos remotos de humanidade... Eram filhos famintos de orientação, pais necessitados de carinho, viandantes do caminho evolutivo sequiosos de auxílio, que, improficuamente, se aproximavam implorando reconforto e alegria. "Em geral", lembrou Hipólito, "lembrávamo-nos sempre tarde de suas feridas interiores, indiferentes ao menosprezo da oportunidade sublime que nos fora concedida para ministrar-lhes o bem". Envaidecidos das próprias conquistas, encarcerados em clamorosa apatia, os agora infelizes amontoavam expressões de bem-estar, crendo-se superiores a todas as criaturas integrantes do quadro da passagem terrena. Prisioneiros das próprias criações inferiores, a morte precipitou-os no despenhadeiro purgatorial, semelhante ao tenebroso inferno da teologia mitológica. E, assim, envelhecida e rota a veste rica de oportunidade, todos se tornaram mais pobres que o último dos miseráveis que lhes batiam confiantes à porta do coração e para os quais poderiam ter sido beneméritos doadores da felicidade. Viajores do mundo, os que ali padeciam fugiam, quando encarnados, de todos os companheiros necessitados e estimavam, acima de tudo, o bom tempo, as ilhas encantadas de prazer, a camaradagem dos mais fortes, para depois atingirem a outra margem, humilhados e pesarosos, em terríveis necessidades do espírito, incapazes de prosseguir a caminho dos continentes divinos da redenção... (Obreiros da Vida Eterna, cap. 8, pp. 118 a 122.)

B. Por que, estando bem perto dos socorristas, os sofredores não se aproximavam para juntar-se ao grupo?

R.: O motivo disso é que entre a multidão compacta e o grupo de benfeitores espirituais havia um profundo fosso e, onde surgiam possibilidades de transposição mais fácil, reuniam-se pequenos grupos de entidades com sinistra expressão fisionômica, que exerciam severa vigilância sobre os infelizes, impedindo-os de se aproximarem dos socorristas. (Obra citada, cap. 8, pp. 122 a 129.)

C. Em meio à procissão de pedintes, havia também espíritas?

R.: Sim. Pelo teor das súplicas, via-se que ali estavam reunidos adeptos de variados credos religiosos, e os espiritistas não faltavam no triste concerto. Uma senhora, de porte respeitável, cabelos revoltos e fundas chagas no rosto, suplicou, chorosa: – "Espíritos do Bem, auxiliai-me! Eu conheci Bezerra de Menezes na Terra, aceitei o Espiritismo. No entanto, ai de mim! Minha crença não chegou a ser fé renovadora. Dedicava-me à consolação, mas fugia à responsabilidade! A morte atirou-me aqui, onde tenho sofrido bastante as conseqüências do meu relaxamento espiritual! Socorrei-me, por Jesus!" (Obra citada, cap. 8, pp. 129 a 131.)

D. As faixas luminosas lançadas pelos socorristas produziram algum resultado?

R.: Não, porque houve, diante dessa providência, uma odiosa represália dos verdugos desencarnados que fez com que esses esforços se tornassem inúteis. (Obra citada, cap. 8, pp. 131 e 132.)

Texto para leitura

46. Um discurso firme e sincero - Os adversários gratuitos não se limitaram ao vozerio perturbador. Bolas de substância negra começaram a cair, ao lado do grupo socorrista, partindo de vários pontos do abismo de dor. Zenóbia determinou então que fossem estendidas as redes de defesa, isolando o grupo da multidão de infelizes. Redes luminosas desdobraram-se à frente dos benfeitores espirituais: eram constituídas de material possuidor de elevada potência magnética, porque as bolas e setas atiradas ao grupo detinham-se ali, paralisadas por misteriosa força. Padre Hipólito pôde então iniciar seus comentários: - "Irmãos, que vos prepareis para a recepção da Luz Divina, é o nosso desejo fraternal!"  Na pregação aos infelizes, Hipólito lembrou que se reuniam ali várias centenas de infortunados, em precárias condições espirituais, que se entregavam, muita vez, ao desalento, à rebeldia e ao desespero. Perturbados e desditosos, não sabiam senão fabricar pensamentos de angústia destruidora, alegando que as Forças Divinas os haviam esquecido no vale fundo das trevas e transformando-se, assim, em perigosos gênios da sombra e do mal. Cruéis perversões interiores modificavam-lhes o aspecto fisionômico. "Não vos assemelhais às criaturas humanas que fostes, repletas de dons divinos, e, sim, a imagens vivas das regiões infernais, infundindo compaixão aos bons, receio e pavor aos mais tímidos", disse-lhes o palestrante, que acentuou que todos ali se encontravam perdidos em dolorosos desertos da ignorância, não por falta de amor da Providência Celeste, mas pela própria imprevidência no descaso com que receberam na Terra as oportunidades de ascensão espiritual. O padre falava firme, sem adoçar as considerações relativas à responsabilidade individual dos infelizes que o ouviam. As palavras injuriosas desapareceram, pouco a pouco. A franqueza de Hipólito triunfara. "Dominam-vos a inveja e o despeito, a maldade e o sarcasmo", acrescentou o palestrante, que lembrou que quase todos ali presentes recebiam o concurso amoroso dos benfeitores espirituais com indiferença, reagindo impenitentes e julgando que eles, os socorristas, eram criaturas privilegiadas dos Céus. Ao contrário disso – lembrou Hipólito –, os benfeitores trabalham, lutam, choram e sofrem: apenas diverge a sua posição em face da vida, visto que já iniciaram o luminoso aprendizado do reconhecimento a Deus, compreendendo a extensão dos próprios débitos e pondo-se a caminho do futuro redentor, através da retificação dos caminhos. (Cap. 8, pp. 118 a 120)

47. Interpretando a parábola de Lázaro e o rico - Aludindo diretamente à parábola que fora lida, Hipólito perguntou: – "Qual de nós não terá sido, na Crosta do Mundo, aquele rico, vestido de púrpura e linho finíssimo', do ensinamento do Mestre?" E comentou a conhecida parábola narrada por Jesus, fazendo-o de um modo inteiramente diferente dos comentários usuais sobre o tema. Todos os que ali estavam – lembrou Hipólito – já tiveram, em derredor, mendigos de afeto e socorro espiritual a mostrar-lhes, em vão, as chagas de suas necessidades. Chamavam-se eles familiares, parentes, companheiros de luta, irmãos remotos de humanidade... Eram filhos famintos de orientação, pais necessitados de carinho, viandantes do caminho evolutivo sequiosos de auxílio, que, improficuamente, se aproximavam implorando reconforto e alegria. "Em geral", lembrou Hipólito, "lembrávamo-nos sempre tarde de suas feridas interiores, indiferentes ao menosprezo da oportunidade sublime que nos fora concedida para ministrar-lhes o bem". Envaidecidos das próprias conquistas, encarcerados em clamorosa apatia, os agora infelizes amontoavam expressões de bem-estar, crendo-se superiores a todas as criaturas integrantes do quadro da passagem terrena. Prisioneiros das próprias criações inferiores, a morte precipitou-os no despenhadeiro purgatorial, semelhante ao tenebroso inferno da teologia mitológica. E, assim, envelhecida e rota a veste rica de oportunidade, todos se tornaram mais pobres que o último dos miseráveis que lhes batiam confiantes à porta do coração e para os quais poderiam ter sido beneméritos doadores da felicidade. Viajores do mundo, os que ali padeciam fugiam, quando encarnados, de todos os companheiros necessitados e estimavam, acima de tudo, o bom tempo, as ilhas encantadas de prazer, a camaradagem dos mais fortes, para depois atingirem a outra margem, humilhados e pesarosos, em terríveis necessidades do espírito, incapazes de prosseguir a caminho dos continentes divinos da redenção... E o palestrante, de forma incisiva, asseverou: "Sejamos razoáveis, meus irmãos, reconhecendo que esse inferno é construção mental em nós mesmos. O estacionamento, após esforço destrutivo, estabelece clima propício aos fantasmas de toda sorte, fantasmas que torturam a mente que os gerou, levando-a a pesadelos cruéis". (Cap. 8, pp. 120 a 122)

48. A procissão dos infelizes - Padre Hipólito mostrou, ainda, em sua palestra, que o remorso de nossas misérias íntimas, a negação voluntária da Providência, o ódio e a malquerença é que geram os poços abismais de sofrimentos torturantes, as penitenciárias sombrias e os desertos calcinantes que afligem os infelizes na vida post-mortem, ao passo que muitas de nossas vítimas de outro tempo escalaram, muitas vezes, altas posições no campo da espiritualidade maior, estando em condições hoje de interceder por seus verdugos, ou indiferentes, do passado. Mencionou em seguida a função da dor, advertindo, porém, que não basta rogá-la, para refrescar o coração dorido e dilacerado. É preciso, antes de tudo, regenerar o vaso receptivo da alma enferma, alijando a poeira venenosa da Terra, para que permaneça puro e reconfortante o rocio do Céu! É imprescindível o sofrimento de função purificadora. Os desvarios mentais, a que nos entregamos na Crosta, são energias que se manifestam, depois, com a intensidade das forças libertas, e daí a intraduzível angústia da fome, da sede, da aflição e da enfermidade que muitos dos infelizes no Além sentem, pela carência de conformação com as leis de Deus. O silêncio no ambiente era geral, indicando que padre Hipólito era ouvido com respeitosa atenção pelos sofredores ali congregados. E ele aproveitou para esclarecer: –"Nenhum de nós outros, os que apelamos para a vossa renovação, encontrou até agora a residência dos anjos. Somos companheiros em cujo coração palpita, plena, a Humanidade, com os seus defeitos e aspirações. Compreendemos, contudo, vosso tormento consumidor e trazemos a todos o convite de renúncia aos impulsos egoísticos, concitando-vos, ainda, ao reconhecimento devido ao Senhor e à penitência pelos nossos erros voluntários e criminosos do passado". Feita uma pausa natural na pregação, André Luiz pôde observar com maior atenção o quadro exterior. Longas filas de sofredores acorriam de todos os recantos, fitando o grupo socorrista, à claridade das tochas, a distância de 30 metros, aproximadamente. Estendiam-se em vasta procissão os infelizes e os tristes, parecendo guardar todas as características das enfermidades físicas trazidas da Crosta, no campo impressivo do corpo espiritual. Viam-se necessitados de todos os tipos: aleijões, feridas, misérias exibiam-se ali. Muitos estavam ajoelhados, pensando talvez que os socorristas fossem emissários de Deus em visita ao purgatório. E, em sua face angustiada, eram indescritíveis os padecimentos. (Cap. 8, pp. 122 a 124)

49. O fosso - As entidades sofredoras semelhavam-se a prisioneiros suspirando pela liberdade. Por que não corriam ao encontro dos socorristas? Essa era a indagação que André se fazia, mas logo ele pôde compreender: entre a multidão compacta e o grupo de benfeitores espirituais havia um profundo fosso e, onde surgiam possibilidades de transposição mais fácil, reuniam-se pequenos grupos de entidades com sinistra expressão fisionômica, que exerciam severa vigilância sobre os infelizes. Como se prolongara a pausa do pregador, uma entidade de aspecto horrível gritou, em meio de gestos odiosos: – "Não pedimos exércitos de salvação! Fujam daqui!"  Seguiram-se outras expressões de desagrado e impropérios das entidades malignas: – "Não desejamos redimir coisa alguma! Nada devemos! – Morram os pregoeiros da virtude falsificada!  – Perdem tempo! Estão redondamente enganados! Também temos programa e sabemos querer!"  Padre Hipólito retomou a palavra chamando-os à correção da atitude em face do Criador e da vida. "Calai a vaidade ferida e o orgulho humilhado que vos ditam observações ingratas e criminosas! Detende-vos no santuário da consciência e não exigireis visões e revelações que não conseguiríeis suportar", acrescentou o palestrante. As entidades endurecidas e perversas mostraram-se, contudo, frias e insensíveis, e fizeram-se ouvir outras vozes, em sinistro coro: – Basta! basta! – Fora! fora! (Cap. 8, pp. 124 a 127)

50. Nenhuma criança havia entre os infelizes - Apesar das demonstrações agressivas dos Espíritos perturbadores, notava-se que a dissertação de Hipólito fizera à multidão de infelizes enorme bem. Muitos deles vertiam pranto copioso. Outros revelavam no semblante angustiado o pavor que os companheiros empedernidos no mal lhes causavam. Curiosamente, não havia ali uma só criança; apenas adultos, jovens e velhos de todos os aspectos. André não entendia, porém, por que o padre Hipólito não respondia à altura as agressões verbais recebidas dos sicários da sombra, que denunciavam refinada cultura intelectual e vigorosa inteligência. Jerônimo, percebendo o perigoso estado d' alma de André, falou-lhe, discreto: – "André, extingue a vibração da cólera injusta. Ninguém auxilia por intermédio da irritação pessoal. Não assumas papel de crítico. Permanecemos aqui, na qualidade de irmãos mais velhos no conhecimento divino, tentando socorro aos mais jovens, menos felizes que nós. Revistamo-nos de calma e paciência. Responder a insultos descabidos é perder valioso tempo, na obra de confraternização, ante o Eterno Pai". Jerônimo pediu-lhe ainda modificasse a emissão mental, para que não lhe faltasse a cooperação construtiva, e guardasse a voz, não para condenar, mas para informar e edificar cristãmente. Aquelas advertências fizeram com que se reajustasse o campo emotivo de André, que compreendeu que os adversários do bem necessitavam, antes de tudo, de amparo e compaixão, por não haverem recebido ainda, como acontecera aos benfeitores, a bênção da fé viva, da conformação aos desígnios da Lei Eterna e do reconhecimento das próprias necessidades interiores, por incapacidade espiritual. Doía vê-los oprimindo míseras entidades que se ajoelhavam, suplicando ajuda e libertação; entretanto, razões ponderáveis existiriam, justificando a ligação entre algozes e vítimas. (Cap. 8, pp. 127 a 129)

51. Espiritistas no meio dos infortunados - Dentre os pedintes, pobre velhinha, estendendo seus braços esqueléticos na direção do grupo socorrista, suplicou que a retirassem do purgatório. Ela reconhecia seus erros, mas agora, arrependida, implorava proteção e prometia resgatar suas dívidas e procurar todos aqueles a quem ofendera durante a vida terrestre, a fim de humilhar-se e pedir-lhes perdão... De mãos postas, fitando os benfeitores angustiosamente, a entidade rogava: – "Não me desampareis! Não me desampareis!..."  Essa rogativa mudou de alguma sorte o quadro, e vários companheiros de infortúnio passaram a clamar por socorro aos mensageiros da Casa Transitória. Pelo teor das súplicas, via-se que ali estavam reunidos adeptos de variados credos religiosos, e os espiritistas não faltavam no triste concerto. Uma senhora, de porte respeitável, cabelos revoltos e fundas chagas no rosto, suplicou, chorosa: – "Espíritos do Bem, auxiliai-me! Eu conheci Bezerra de Menezes na Terra, aceitei o Espiritismo. No entanto, ai de mim! Minha crença não chegou a ser fé renovadora. Dedicava-me à consolação, mas fugia à responsabilidade! A morte atirou-me aqui, onde tenho sofrido bastante as conseqüências do meu relaxamento espiritual! Socorrei-me, por Jesus!" De todos os recantos soavam os apelos. Quando os rogos cresceram, partindo de tantas bocas, os verdugos empunharam látegos sinistros, espalhando vergastadas, quase que indiscriminadamente... A maioria dos pobres que se mantinham genuflexos debandou, em passos apressados quanto lhes era possível, regressando aos ângulos sombrios do vale fundo. Alguns, porém, suportavam os golpes, heroicamente, prosseguindo de joelhos e contemplando os socorristas, ansiosos. Foi aí que certo perseguidor, indicando o grupo de benfeitores, vociferou, com sarcasmo: – "Estão vendo? São benfeitores de gravata! Não se atiram à luta em favor de ninguém! Ensinam com lábios, mas, no fundo, são mensageiros do inferno, insensíveis e duros, como estátuas de pedra. Nenhum deles ousa atravessar a barreira para prestar-vos assistência e socorro!..." (Cap. 8, pp. 129 a 131)

52. As faixas de socorro - Zenóbia, temendo a reação do grupo em face do desafio dos Espíritos malévolos, recomendou a todos que se conservassem em calma para o trabalho eficiente. "Ninguém se conserva neste abismo de dor, sem razão de ser", acrescentou a diretora da Casa Transitória. E, convicta da necessidade de argumentação mais firme para demover os companheiros de serviço, lembrou a experiência do Gólgota. Que seria do Cristianismo se Jesus abandonasse a cruz, a meio caminho, para entrar em pugilato com a multidão? Eles ali estavam em tarefa consoladora e educativa. O serviço de punição dos culpados viria de mais alto. Em seguida, a diretora entrou em combinação com os auxiliares que havia trazido, desenrolando extenso material socorrista. Vários grupos de infelizes tentaram vencer o obstáculo, mas os verdugos golpeavam-nos cruelmente, empenhando-se em luta para precipitá-los ao fundo do fosso tenebroso, do qual fugiam as vítimas, tomadas de visível terror. Zenóbia determinou então que fossem lançadas faixas luminosas de salvação ao outro lado, no propósito de retirar-se o número possível de sofredores; contudo a ordem seguiu-se de odiosa represália. Os gênios diabólicos fizeram-se mais duros. Acorreram míseras almas, aos magotes, buscando agarrar-se às extremidades resplandecentes, descidas na margem oposta, como bordos de acolhedora ponte de luz; mas os golpes e pancadas multiplicaram-se e entidades perversas, em grande número, continham os prisioneiros, impedindo-lhes o salvamento, com manifesta intensificação de maldade. Como os esforços foram inúteis, Zenóbia determinou fosse recolhido o material utilizado para os trabalhos de salvação. E às rogativas chorosas das vítimas casavam-se agora as frases injuriosas dos verdugos, confrangendo o coração da equipe de socorro. (Cap. 8, pp. 131 e 132) (Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita