Extinto
Auta de Souza
Não me perguntes se te amei,
nem quanto
Meus pobres olhos hão por ti
chorado.
Ai! Não queiras saber se
foste amado
Entre sorrisos, se da dor no
pranto.
Não queiras não. Eu te
adorava tanto,
Que o meu amor em tempo já
passado
Maior era que o mundo e tão
sagrado
Como as ondas do mar sereno
e santo.
Hoje não te amo mais. Quero
desfeito
Todo um passado que me
trouxe ao peito
Dores eternas, lágrimas sem
fim...
Quanto chorei por ti! Às
vezes penso
Que além, no azul, talvez o
céu imenso
Em noites sem luar não chore
assim!
Auta de
Souza, poetisa potiguar,
nascida em 1876 e morta em
1901, é autora do notável
livro de poesias intitulado
Horto.