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Entrevista
Ano 1 - N° 50 - 6 de Abril de 2008

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)
 

Alaor Borges Júnior:

“Nosso desafio maior será sempre viver o que pregamos”

Médium uberabense lança obra ditada por Yvonne A.
Pereira, que se consagrou na mediunidade com
obras como Amor e Ódio e
Dramas da Obsessão

Nascido em Bebedouro (SP) e radicado em Uberaba (MG) há mais de 40 anos, Alaor Borges Júnior (foto) é enfermeiro, médium psicógrafo, orador espírita e coordenador de grupos de estudos doutrinários.

Fundador do Lar Espírita Irmã Valquíria e com amplo trabalho social na cidade, lança mais um livro agora assinado pela conceituada médium Yvonne do Amaral Pereira. Seu primeiro contato com o Espiritismo ocorreu em 1981, a partir do desabrochar das faculdades mediúnicas no então jovem de formação católica.


Na entrevista que se segue, Alaor fala sobre seu trabalho e sua obra. 

– Você acaba de lançar, pela Mythos Editora, mais um livro mediúnico de sua psicografia e assinado pelo Espírito Yvonne Pereira. Como foi a recepção da obra? 

Repleta de aprendizados e também de dificuldades, não no que diz respeito propriamente à recepção mediúnica, que foi tranqüila, mas muitas perseguições ocorreram na tentativa de abortar aquele ideal. Foi iniciada e interrompida  por um período, devido à circunstâncias que estavam além de nossa capacidade em contorná-las. Foi uma experiência ímpar e nos pegou de surpresa, pois quando nossa benfeitora, de nome Irmã Valquíria, nos convidou para escrever uma nova obra, não imaginávamos que se tratava de um romance, de maneira que não houve tempo para que nossas idéias se organizassem, e percebemos com clareza a independência dos pensamentos  da querida irmã Yvonne.  

– Quais outros livros você já tem publicados? E há outros para publicação? 

Semeadores da Verdade, de Espíritos diversos, publicado pela editora espírita Paulo e Estevão, da cidade de Uberaba, e Abra e Leia, trovas de autoria do espírito Jair Presente, publicado pela editora Fonte Viva, da cidade de Belo Horizonte. Sim, temos mais três outros livros no prelo e outros para futuras edições. 

– Fale de sua experiência na psicografia. Quando começou e como? 

As faculdades mediúnicas desabrocharam no ano de 1981, e depois de peregrinarmos por algumas casas espíritas, e nos instalarmos numa, iniciamos o processo de educação da mediunidade de psicofonia, que mais tarde foi interrompida pela espiritualidade. Então surgiu espontaneamente a psicografia, à qual demos início numa instituição espírita no dia 5 de maio do ano de 1982. Vivenciamos nos primórdios desta faculdade experiências fascinantes, como escutar os Espíritos discursarem sobre temas evangélicos e pegar em nossa mão no momento da escrita. Atuamos habitualmente na condição de médium semimecânico.        

– Como palestrante, como você registra a inspiração dos bons Espíritos em sua fala? 

Muito intensa, pois percebo que os pensamentos fluem com naturalidade, as idéias são leves e se conectam. A sensação que tenho é a mesma vivenciada no momento do transe mediúnico. Parece que eles vasculham minha mente à procura de recursos que às vezes tenho, doutras não. 

Quando e como surgiu o Lar Espírita Irmã Valquíria?       

O Lar Espírita Irmã Valquíria foi fundado por nossa iniciativa em 16 de novembro de 2002, motivados que fomos pelas dificuldades em realizar noutra instituição o plano de trabalho que nossa benfeitora estava propondo, que, segundo ela, iria nos proporcionar  a oportunidade de repararmos antigos erros de vida pretérita, deixando claro que éramos um médium em trabalho de resgate espiritual. Como tantas outras instituições, temos atividades de sopa fraterna e peregrinação (visita a lares carentes) semanalmente, aos quais levamos pães e leite e cestas básicas mensalmente; palestras com distribuição de lanches e refrigerantes aos nossos assistidos; reuniões de estudos com os pais, evangelização infantil; reuniões públicas; reuniões de estudos com enfoque no tema da mediunidade; passes; entrega de cestas básicas no mês de dezembro, entrega de enxovais e psicografias de cartas destinadas aos familiares... 

– Como surgiu seu contato com o Espírito Yvonne Pereira? 

Antes de editar o livro Maria Clara, da editora espírita Paulo e Estevão, da cidade de Uberaba, cuja autora espiritual é a senhora Yvonne  usando o pseudônimo de Frederico Francisco, a médium Sra. Eliane, nossa amiga pessoal, nos solicitou um prefácio para a obra por nosso intermédio. Aguardamos longos meses e ele só veio depois da desencarnação dessa amiga, vítima de acidente automobilístico em nossa cidade. Então, numa noite, antes que viesse o prefácio, num desdobramento consciente que habitualmente temos, nos encontramos com um grupo de espíritos, dentre eles D. Yvonne e possivelmente Charles, que trajava uma roupa iluminada e usava um turbante na cabeça, e eles me disseram que a partir daquele dia eu faria parte da equipe deles. Conversamos sobre outros assuntos dos quais não tenho lembranças. O prefácio veio assinado por Charles e posteriormente, após muitos anos, o livro assinado pela generosa Yvonne. 

– Nas reuniões de estudos ou de intercâmbio mediúnico de que participa, o que mais lhe chama a atenção? Quais as principais dificuldades percebidas e as maiores alegrias vividas? 

Nas de estudo, noto o desconhecimento doutrinário por parte de alguns companheiros, aceitando tantas vezes propostas e orientações externas que visam desfigurar a pureza dos pensamentos de Jesus e de Kardec. Nas de intercâmbio mediúnico, noto o esforço por parte dos desencarnados para se identificarem, tendo que se limitar devido às nossas limitações na condição de médiuns, tantas vezes devido à ausência de estudos, principalmente de O Livro dos Médiuns. As dificuldades são devidas aos pensamentos heterogêneos.

As maiores alegrias surgem e se repetem todas as vezes que retorno à casa espírita para dar continuidade nos meus singelos deveres no campo no qual milito com muito amor e disciplina. 

– Qual é sua percepção do movimento espírita atual? 

Embora ele nem sempre reflita a pureza da proposta do Espiritismo, nossa visão é otimista. O Espiritismo é uma doutrina nova, é natural que determinados ajustes se façam necessários no movimento espírita. Temos notado com grande alegria muitos confrades comprometidos com a verdadeira proposta da Doutrina Espírita, ao lado também de alguns que fazem barulhos, às vezes por desconhecimento doutrinário, doutras vezes devido ao personalismo exacerbado. Já foi dito pelos Espíritos que o mal se propaga porque os bons são tímidos. Embora tímidos e discretos, nós espíritas temo-nos  prevalecido de todos os recursos da mídia  para divulgarmos nossos princípios, mas o desafio maior será sempre viver o que pregamos. Um pouco de ousadia em prol da causa de Jesus é até saudável. 

– Como você sente o público em suas palestras?       

Repleto de questionamentos e conflitos, necessitando de diretrizes acertadas para os próprios passos, tanto quanto nós mesmos. Frágil tantas vezes, adequando-se a orientações de pseudo-líderes, abdicando do uso do bom senso que o Espiritismo tanto enfatiza. Hoje é medida urgente ensinarmos aos nossos irmãos a se imunizarem contra o chamado guiismo, o que será possível investindo nas reuniões de estudos doutrinários, o que dispensará um contato mais prolongado com os Espíritos para a eles fazermos perguntas quando sabemos perfeitamente onde está a fonte das respostas.        

– Conte-nos sua experiência mais marcante como médium, visando ao nosso próprio aprendizado.                

Após receber uma carta psicografada de uma jovem assassinada e endereçada à mãe, motivado por uma percepção mediúnica de aspecto negativo fiz um comentário que levou a mãe a intensificar ainda mais seu desequilíbrio e a cair em prantos. Então tenho aprendido que temos que tomar muito cuidado com que falamos e, no que diz respeito à mediunidade propriamente dita, nem tudo que o médium escuta ou vê deve ser relatado.

A propósito, um orador espírita certa vez relatava ao Chico que iria fazer uma palestra enfocando o tema suicídio, e pretendia causar impactos com comentários negativos e apavorantes. Então Chico lhe perguntou o que de positivo estaria passando para as mães aflitas que tivessem “perdido” um filho naquela situação. Hoje entendo quanto é amplo o sentido de desenvolver-se mediunicamente. Trata-se de um aprendizado constante; cada dia uma lição nova. 

– Suas palavras finais. 

Habituemo-nos a seguir nossas intuições. A consciência está programada para apontar direções. Desatendê-la é martirizar-se voluntariamente. Harmonizar-se com ela, este é nosso maior desafio. Tomando como parâmetro o que dissemos acima, temos plena certeza de que estaremos na direção certa com os nossos propósitos.

Lembramos, segundo relato de nossa mãe, que ao nascer, no ano de 1964, devido às características que nosso corpo apresentava (nossa mãe nunca entrou em detalhes  a respeito), a parteira, que provavelmente portava determinada sensibilidade, afirmou à nossa mãe que seríamos um adivinho (médium) e que tínhamos uma missão a cumprir na Terra. É o que temos feito com todo amor. E do ponto de vista humano e mediúnico, se Chico se considerava um cisco, nós simplesmente não existimos. Esta é a mais sincera confissão que já fizemos.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita