WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 48 - 23 de Março de 2008

WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)

Kardec também foi vítima
dos jogos

França, século XIX, Hippolyte Léon Denizard Rivail, que em breve futuro tornar-se-ia conhecido como Allan Kardec, após ser dispensado do serviço militar, dá vazão a seus sonhos de melhorar a qualidade pedagógica da educação francesa, e, juntamente com um tio materno, funda instituição de ensino em moldes semelhantes aos do notável educador Pestalozzi, dando o nome de: Liceu Polimático.  

Entretanto, após algum tempo, o sonho do professor Rivail foi adiado por triste motivo: seu tio materno era um amante dos jogos e perdeu vasta soma com esse nebuloso vício, obrigando Rivail a desfazer a sociedade, colocando fim ao estabelecimento. 

Como vê o caro leitor, os vícios não são “privilégios” do século XXI, eles existem desde que o mundo é mundo. E o ser humano, para compensar suas carências e fragilidades, encontra nos vícios sua válvula de escape. 

Alguns se excedem no álcool, outros nas guloseimas, outros tantos no computador, outros no sexo, e uma porção de gente nos jogos, como no caso do tio de Kardec. E é sobre o vício nos jogos que falaremos. 

Atraídas pelo sonho do lucro fácil das loterias e jogos em geral, muitas pessoas desperdiçam grande parte de seu suado dinheiro nessas jogatinas. Não se atentam que a possibilidade de serem premiadas com a sorte grande é remota. 

Isso é que é vida! Passeios, nada de preocupações com contas, tudo em exageros. As alucinações produzidas pelo dinheiro fácil são tão grandes que alguns, após receberem o prêmio da loteria, fogem sem dividir a bolada com os colegas de “bolão”, como ocorreu recentemente em nosso país. 

É o sonho da independência financeira que faz milhões e milhões de brasileiros apostarem nas loterias, ou se aventurarem nos chamados jogos de azar. Muitos chegam mesmo a dizer que se forem agraciados com a sorte grande deixarão inclusive de trabalhar, desfrutando a vida em total ociosidade e desperdício. 

Algumas reportagens, porém, mostram que muitos daqueles que foram sorteados com os milhões das loterias hoje estão em situação pior do que aquela que tinham quando não eram abastados. É que, desacostumados em lidar com grandes quantias, não souberam administrar, foram gradativamente dilapidando sua fortuna, e pior: endividaram-se para tentar salvar o pouco que lhes restava e hoje estão na mais triste penúria.

Há uma indústria de produzir necessidades irreais, e muitos se deixam envolver por essa ilusão, considerando que se alcançarem o sonho dos milhões seus problemas existenciais estarão solucionados. Ledo engano! Com ou sem milhões os entraves permanecem, porquanto, têm eles – os entraves – morada em nosso coração, e não na conta bancária. 

Devemos destacar também o perigo desses jogos, pois podem se tornar um vício, colocando em jogo a saúde física e psíquica da pessoa e abalando a tranqüilidade e harmonia da família. É a compulsividade pelo jogo que a psiquiatria define como: jogadores patológicos. Segundo pesquisas, a doença do jogo compulsivo atinge cerca de 10% da população do Estado de São Paulo.

É um círculo vicioso: o jogador compulsivo começa a perder e sente a necessidade de recuperar o prejuízo e os resultados são dramáticos, as perdas sistemáticas causam rombo no orçamento. O indivíduo então está cada vez mais dependente. Aquelas esporádicas vitórias lhe acendem uma ponta de esperança, mas eis que na próxima rodada a derrota bate novamente em sua porta, levando-o ao desespero, e, não raro, ao suicídio, pois além da perda financeira existe a perda moral e a descrença em si mesmo. 

Cerca de 15% das pessoas que procuram tratamento para se desvencilhar do vício nos jogos já tentaram antes cometer suicídio. Dados alarmantes, não é mesmo, caro leitor? 

Uma pena que se crie esse glamour em torno do dinheiro fácil e rápido. Isso lamentavelmente apenas enreda pessoas nas teias desse desatino de complicada solução. 

Nossos destinos aqui neste planeta, caro leitor, não estão subordinados à independência financeira e às ilusões consumistas, fomentadas por uma sociedade ainda em amadurecimento moral e espiritual. Nossa vinda à Terra atende aos objetivos de evolução intelectual, moral e conseqüentemente espiritual a que estamos subordinados. Há muitas potencialidades que podemos desenvolver sendo abastados ou não. 

Por isso, deixemos de lado a ilusão do dinheiro fácil e rápido, preferindo então o dinheiro que conquistamos à custa de nosso próprio esforço, proveniente de nosso desenvolvimento como Espíritos imortais. 

Pensemos nisso.
 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita