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Correio Mediúnico
Ano 1 - N° 48 - 23 de Março de 2008
 

Aos amigos de Ribeirão Preto

Camilo de Mattos

(Na visita que os Srs. José Papa e Exma. Sra. Albertina Vanine Papa; Dr. José Pereira Bastos e Exma. Sra. Rita Pereira Bastos e Ângelo Massaro fizeram ao médium Francisco Cândido Xavier, em Pedro Leopoldo, foi por este psicografada a seguinte mensagem de autoria do Dr. Joaquim Camilo de Morais Mattos, endereçada aos seus amigos de Ribeirão Preto.)   

Meu caro Papa, Jesus nos ampare e abençoe.

Dirigindo-me ao seu coração amigo reúno em meu abraço fraterno os irmãos que o acompanham em nossas preces. Velhos companheiros da sementeira espírita cristã em Ribeirão Preto, continuemos, meu amigo, a oferecer quanto pudermos na extensão da Causa do Amor e Luz que nos irmana.

A Doutrina que nos congrega, em sua bandeira de paz, não resume tão somente um feixe de princípios filosóficos e religiosos, induzindo-nos a simples predicação. É programa avançado de serviço aos nossos semelhantes, convocando-nos aos mais altos testemunhos de boa vontade na aplicação do Evangelho Redentor.

Enquanto nos demoramos na carne, deploráveis enganos e estranhas fantasias nos povoam a alma, inclinando-nos à perda de tempo, com pesado agravo de compromissos.

Supomos, não raro, que a mera doutrinação nos baste ao soerguimento. Excursionamos, deslumbrados, através das experiências admiráveis dos pioneiros e dos apóstolos do nosso ideal e, enfileirando conhecimentos valiosos, mas inoperantes, quase sempre, esquecem-nos da prática viva, que compete a nós mesmos. E, por isso, em muitas ocasiões, é necessário que a morte nos restitua a visão justa, reintegrando-nos no senso das proporções que os regalos da existência corporal, freqüentemente, obscurecem no campo mais íntimo de nosso próprio espírito.

 

Que vocês, companheiros abençoados da luz e da caridade, não necessitem de semelhante despertamento.

Espiritismo é, antes de tudo, templo de renovação interior e instituto de trabalho constante, em cujas linhas é imprescindível assumir, cada qual de nós as responsabilidade que nos cabem, a benefício de nossa própria redenção.

Que seria da idéia divina do Reino de Deus sem braços dispostos a materializá-la? Poderíamos admitir a vinda do Cristo ao Planeta simplesmente para a demonstração das virtudes sublimes que lhe exortam o Espírito Glorioso? Será justo crer que a nossa Doutrina de Fraternidade surgisse no mundo apenas para descerrar a cortina que até agora esconde a vida universal à contemplação do homem, compelindo-nos ao êxtase improdutivo?

Aqui, meu amigo, encontramos a nós mesmos, com estas perguntas fustigando-nos a mente atormentada... Compreendemos então, que a permanência da carne, se não nos erguemos para a ação edificante com Jesus, não passa de inútil pesadelo, que nada fizemos por reduzir ou romper. Quando puderem vocês, os felizes irmãos que ainda continuam em lide carnal, esforcem-se por merecer a ascensão à esferas mais altas. De nosso lado, estaremos a postos: Continuamos, ombro a ombro, junto daqueles que se constituem nossos associados de luta salvadora.

 

A morte não nos exonera do dever a cumprir. A transferência de plano não nos investe de milagrosos poderes, à face da imortalidade. O destino é edifício que nós mesmos construímos para a nossa felicidade ou para o nosso infortúnio. O amor rege a vida, mas a justiça controla-lhe todas as manifestações. Urge, pois, aproveitarmos o tempo, como quem sabe que o minuto é semente do século. Do que fizermos hoje falará o amanhã, tanto quanto o “agora” nos reflete o “ontem”.

 

Sabemos que vocês combatem e sofrem, no círculo das vicissitudes da Terra, entretanto, meu irmão, é indispensável movimentar o arado de nossas obrigações, sem nos voltarmos para a retaguarda. Compadeçamo-nos dos que apedrejam, dos que perseguem as tarefas da boa vontade e dos que lançam o granizo do sarcasmo sobre as nossas plantações espirituais, quando trazemos no peito o coração sequioso de estímulo.

 

Peçamos a Bênção do Senhor para todos os que procuram entravar-nos o passo, não só porque necessitam do socorro divino, mas igualmente porque carecemos de harmonia para atender aos imperativos de nosso esforço cristão.

 

Refere-se você ao Ginásio Espírita, filho de tão elevadas aspirações e sentimo-nos no dever de solicitar-lhe coragem na marcha de sempre. Reunamos nossas energias, em torno dessa obra de profundo alcance para as nossas realizações.

 

A educação é serviço básico de nossa fé. Sem aprimoramento e sem preparação, sem os sofrimentos e os sacrifícios do apostolado em favor do ensino, não devemos esperar o futuro sublimado com o Cristo, para a terra regenerada.

 

Não obstante as dificuldades e os percalços da senda prossigamos valorosos na confiança. Auxiliar a infância e a mocidade, garantindo-lhes o porvir aclarado e feliz, à luz do Evangelho, é construção a que não podemos fugir sem graves prejuízos para a nossa arregimentação doutrinária.

 

E vocês, em Ribeirão Preto, vencendo óbices consideráveis, vão concretizando valiosos projetos de reerguimento do espírito popular. Não importa, meu amigo, que a incompreensão nos assedie com o menosprezo impensado. A ironia, por vezes, é a maneira mais cômoda de preservarmos a indiferença. Estamos convictos, porém, de que a bondade e o entendimento, de nossa parte, conseguirão aliciar as melhores expressões de concurso irmão, até agora distantes.

 

A perseverança no bem desintegra todas as sombras. Bastará que saibamos associar, intrepidamente, a coragem e o trabalho com paciência e com tempo. Não esmoreçamos, portanto.

 

Recordemos que Jesus nos aguarda há milênios, e que, por isso mesmo, não temos o direito de desanimar ou desesperar.

 

Rogo a você e ao nosso caro Bastos conduzirem o nosso pensamento amigo e confiante aos nossos companheiros de ideal e de luta, no abençoado trato de  terra, que o Senhor nos deu a lavrar, e reunindo vocês todos em nosso abraço de reconhecimento, amizade, alegria e esperança, somos o irmão e servidor de sempre”.

 


Página psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, constante do livro Taça de Luz, em sessão pública realizada em 1952 no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG).
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita