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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 47 - 16 de Março de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Obreiros da Vida Eterna
André Luiz
(3
a Parte)

Damos continuidade ao estudo da obra Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1946 pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Que devemos fazer para sustentar o ânimo ante as dificuldades, as perseguições e o sarcasmo de nossos adversários?

R.: Pergunta idêntica foi feita por Semprônia ao instrutor Asclépios. Para respondê-la, ele retirou uma folha dentre os pergaminhos alvinitentes que trazia, de modo intencional, abrindo-a à vista de todos. A folha trazia o versículo 44 do capítulo 5 do Evangelho de Mateus: "Eu, porém, vos digo – amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam". O processo de esclarecimento não podia ser mais direto, nem mais educativo. Semprônia disse haver compreendido a lição, e Asclépios aditou: "Os adversários, quando bem compreendidos e recebidos cristãmente, constituem precioso auxílio em nossa jornada para a União Divina". (Obreiros da Vida Eterna, cap. 3, pp. 44 a 49.)

B. Em que região se localiza a Casa Transitória de Fabiano e qual a sua finalidade?

R.: Fundada por Fabiano de Cristo, devotado servo da caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, a Casa Transitória se localiza nas cercanias da Crosta e se destina a socorros urgentes aos sofredores desencarnados. (Obra citada, cap. 4, pp. 52 a 54.)

C. Que tipo de esforço as aquisições espirituais exigem da criatura humana?

R.: As aquisições espirituais  - todas elas -  exigem perseverança no estudo, na observação e no serviço aplicado. O músico exímio poderá ser, no futuro, aprendiz em Química, destacando-se mais tarde nesse campo científico, como se verifica na arte dos sons. Não alcançará, porém, esse desiderato sem gastar tempo, esforço e boa vontade. Não é possível, diz Zenóbia, edificar todas as qualidades nobres de uma só vez. (Obra citada, cap. 4, pp. 56 e 57.)

D. As hordas enraivecidas que atacaram a Casa Transitória eram constituídas por que espécie de Espíritos?

R.: Esses Espíritos foram, muitas vezes, gênios da Filosofia e da Ciência, almas de profundo valor intelectual, dedicados, no entanto, à opressão e à tirania. Lançados ao precipício pelo desvio voluntário, esses infelizes raramente se penitenciam e tentam recuo benéfico. Na maioria das vezes, dentro da terrível insatisfação do egoísmo e da vaidade, insurgem-se contra o próprio Criador, aviltando-se na guerra prolongada às suas divinas obras, e agrupam-se em sombrias e devastadoras legiões, operando movimentos perturbadores que desafiam a mais astuta imaginação humana.  (Obra citada, cap. 4, pp. 58 a 62.)

Texto para leitura

16. A palestra de Asclépios - O emissário, em voz clara e sedutora, desejou a todos a Paz do Cristo e, em seguida, dirigiu-lhes a palavra em tom inexprimível na linguagem humana.[1] A assembléia ouviu-o sob infinita emoção, sem que ninguém pudesse conter as lágrimas. O verbo do admirável mensageiro que chegara de Esferas Superiores, trazendo-lhe a bênção divina, caía na alma de todos de modo intraduzível e os acordava para a infinita glória de Deus e da Vida Imortal. André disse que não conseguiria descrever o que aconteceu. Jamais escutara alguém com aquele misterioso e fascinante poder magnético de fixação dos ensinamentos de que se fizera emissário. E, ao término da maravilhosa palestra, ao abençoar as entidades presentes, irradiavam-se da destra do venerável emissário pequeninos focos de luz, em forma de minúsculas estrelas que se projetavam sobre a assembléia, invadindo-lhes o tórax e a fronte e fazendo-os experimentar o júbilo inenarrável de quem sorve, feliz, vigorosos e renovadores alentos da vida. Começaria agora a fase das perguntas propostas pelos ouvintes atentos. E Semprônia indagou-lhe como sustentar o ânimo das cooperadoras da Crosta ante as dificuldades do serviço, as perseguições declaradas e o sarcasmo contínuo de adversários gratuitos. Asclépios ouviu com interesse e carinho a pergunta formulada e, depois que Semprônia deu por concluída a consulta, retirou uma folha dentre os pergaminhos alvinitentes que trazia, de modo intencional, abrindo-a à vista de todos. A folha trazia o versículo 44 do capítulo 5 do Evangelho de Mateus: "Eu, porém, vos digo – amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam". O processo de esclarecimento não podia ser mais direto, nem mais educativo. Semprônia disse haver compreendido a lição, e Asclépios aditou: "Os adversários, quando bem compreendidos e recebidos cristãmente, constituem precioso auxílio em nossa jornada para a União Divina". (Cap. 3, pp. 44 a 46)

17. Como manter a perseverança no trabalho - A pergunta seguinte foi proposta pelo Irmão Raimundo e versou sobre as dificuldades que ele encontrava junto a um grupamento de encarnados que não estavam interpretando as lições evangélicas como deviam. Na verdade, eles pronunciavam belas palavras, mas no terreno prático se distanciavam de todas as atitudes verbais da crença, estimando as discussões injuriosas, fomentando o sectarismo, dando grande apreço ao individualismo inferior e desconsiderando todo esforço alheio, por mais nobilitante que fosse. Por mais que lhes fosse ensinada a humildade, mais se arvoravam em críticos impiedosos de pessoas, setores e situações, incentivando a malícia e a discórdia, o ciúme e o desleixo espiritual. Que fazer para que maiores perturbações não se estabeleçam? Asclépios procedeu como da vez anterior e abriu outro pergaminho com a inscrição do versículo 11 do capítulo 6 da 1a Epístola de Paulo a Timóteo: "Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão". Raimundo parecia não haver entendido a advertência, mas a explicação do emissário não tardou: "O discípulo que segue as virtudes do Mestre, aplicando-as a si próprio, foge às inutilidades do plano exterior, acolhendo-se ao santuário de si mesmo, e auxilia os nossos irmãos imprevidentes e perturbados, rixosos e ingratos, sem contaminar-se". A terceira consulta partiu de Luciana, que integrava o grupo de André Luiz, e ela, esclarecendo ser a primeira vez que partia em tarefa de socorro, pedia a Asclépios a orientação de que necessitava. O emissário desdobrou nova folha onde todos leram, admirados, o versículo 9 do capítulo 4 da 1a Epístola de Paulo aos tessalonicenses: "Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros". E ele acrescentou: "O Evangelho aplicado ensina-nos a improvisar os recursos do bem, nas situações mais difíceis". Seguiu-se então a última pergunta, feita por Cornélio: Que fazer para conservar alegria no trabalho, perseverança no bem, devotamento à verdade? O emissário descerrou novo pergaminho, em que se lia o versículo 16 do capítulo 5 da 1a Epístola de Paulo aos tessalonicenses: "Regozijai-vos sempre". E, em seguida, explicou: "A confiança no Poder Divino é a base do júbilo cristão, que jamais deveremos perder". Depois, sem que ninguém mais fizesse perguntas, Asclépios acrescentou, afável: "À medida que nos integramos nas próprias responsabilidades, compreendemos que a sugestão direta nas dificuldades e realizações do caminho deve ser procurada com o Supremo Orientador da Terra. Cada Espírito, herdeiro e filho do Pai Altíssimo, é um mundo por si, com as suas leis e características próprias. Apenas o Mestre tem bastante poder para traçar diretrizes individuais aos discípulos". Logo depois, abençoou a todos, carinhosamente, desejando-lhes bom ânimo, e partiu. (Cap. 3, pp. 46 a 49)

18. Efeitos da evolução espiritual - Depois que o emissário afastou-se, deixando a todos envoltos numa onda de olente e inexplicável perfume, Cornélio explicou que Asclépios pertencia a comunidades redimidas do Plano dos Imortais, nas regiões mais elevadas da zona espiritual da Terra. Vivia ele muito acima de nossas noções de forma, em condições inapreciáveis à nossa atual conceituação da vida. Ele já perdera todo contacto direto com a Crosta da Terra e só poderia fazer-se sentir por lá através de enviados e missionários de grande poder. Era apreciável o sacrifício dele, vindo até "Nosso Lar", embora a melhoria desse ambiente em relação ao ambiente dos encarnados. Ele vinha ali raramente, como ocorria com outros mentores da mesma categoria, que também visitavam o Santuário, por piedade fraternal. André indagou a Cornélio se era possível demandar o plano onde vivia Asclépios, a fim de conhecer-lhe a grandeza e sublimidade. Cornélio esclareceu que muitos companheiros da colônia, por merecimentos naturais no trabalho, alcançam admiráveis prêmios de viagens, não só às esferas superiores do Planeta Terra, como também aos círculos de outros mundos... Mas a maioria efetua tais excursões somente na qualidade de viajores, em processo estimulante do esforço pessoal, como estudantes... Raros são ainda os filhos do Planeta em condições de representá-lo dignamente noutros orbes e círculos de vida do nosso sistema. Asclépios não mais reencarnará na Crosta? – perguntou André. Cornélio respondeu que ele poderá reencarnar em missão de grande benemerência, se quiser, mas a intervalos de cinco a oito séculos entre as reencarnações. Contudo, isso não significa que ele tenha atingido o ápice da evolução espiritual. Asclépios relaciona-se entre os abnegados mentores da Humanidade terrestre, partilha da soberana elevação da coletividade a que pertence, mas é, efetivamente, entidade do Planeta, funcionando embora em círculos mais altos da vida. Compete-nos peregrinar muito tempo, no campo evolutivo, para lhe atingirmos as pegadas, do mesmo modo que ele certamente suspira por integrar-se no quadro dos representantes da Terra junto às comunidades de Saturno e Júpiter, por exemplo. (Cap. 3, pp. 49 a 51)

19. A Casa Transitória - Depois de uma viagem normal, através dos caminhos comuns, o grupo chefiado por Jerônimo alcançou nevoenta região, onde asfixiante tristeza parecia imperar incessantemente. O grupo era compelido a longa marcha, em sentido horizontal, porque o Assistente procurava certa localidade denominada "Casa Transitória de Fabiano", uma grande instituição piedosa, em que se reúnem almas recém-desencarnadas, nas cercanias da Crosta terrestre, a qual fora fundada por Fabiano de Cristo, devotado servo da caridade entre antigos religiosos do Rio de Janeiro, desencarnado há muitos anos. Era ali que Jerônimo pretendia asilar os irmãos que seu grupo socorreria na Crosta. Não fossem tais pousos de amor, ficaria muito difícil o trabalho socorrista, disse o Assistente, porque raramente encontramos companheiros encarnados em condições de atravessarem semelhante zona, logo após a morte física. Quase todos permanecem estonteados, nos primeiros dias. Se entregues à própria sorte, seriam fatalmente agredidos pelas entidades perversas, ou desviados por elas do bom caminho de restauração gradual das energias interiores. Daí a necessidade desses abrigos fraternais. Em pouco tempo, o grupo chegava a enorme casarão em plena sombra. Não havia árvores nem jardins em torno. A edificação baixa e simples mal se destacava no nevoeiro denso. O instituto era uma acolhedora casa de transição, destinada a socorros urgentes, mas sofria permanente cerco de Espíritos desesperados e sofredores, condenados pela própria consciência à revolta e à dor. Em face disso, suas defesas magnéticas exigiam considerável número de servidores e os amigos que aí trabalhavam passavam dia e noite ao lado do sofrimento. Ao chegar em casa, atendido por trabalhadores vigilantes, o grupo acionou pequeno aparelho que o ligou, de pronto, ao porteiro prestativo. Em poucos minutos, Jerônimo e seus pupilos estavam à frente de Irmã Zenóbia, uma entidade que aparentava idade madura, responsável pela administração do instituto. (Cap. 4, pp. 52 a 54)

20. Importância da especialização - Zenóbia colocou-se à disposição do grupo e disse que aguardava o ensejo a fim de socorrer, não só a coletividade sofredora de abismo próximo, mas também certo irmão, muito infeliz, que lhe foi pessoa particularmente querida na Crosta e que somente agora tinha sido encontrada em remota região de seres decaídos. Vencendo obstáculos, ele fora trazido para a vizinhança da Casa, mas seu perigoso estado não permitia fornecer-lhe abrigo e, sim, proteção indireta. Zenóbia esclareceu que o infortunado amigo deveria brevemente ser internado em reencarnação expiatória, com auxílio divino; todavia, no momento, seria importante o auxílio do grupo socorrista chefiado por Jerônimo para beneficiar o amigo transviado, no que a participação de Luciana, em virtude de suas adiantadas faculdades de clarividência, seria fundamental. André ficou intrigado: por que Zenóbia, com tantos recursos na Casa, precisaria da ajuda de Luciana? O Assistente o socorreu explicando que Zenóbia teria razões íntimas para invocar a providência e, ademais, era preciso atender aos imperativos da especialização. E exemplificou mencionando o padre Hipólito, um especialista na interpretação das leis divinas e que poderia também exercitar a clarividência, como Zenóbia, mas sem a eficiência de Luciana, que, pelo contacto individual e intenso com os enfermos, durante muitos anos consecutivos, especializou-se em penetrar o mundo mental das criaturas, trazendo à tona suas idéias, ações passadas e projetos íntimos, em atividade beneficente. (Cap. 4, pp. 54 a 56)

21. A evolução ocorre sempre - Continuando sua explicação a respeito dos imperativos da especialização, o Assistente Jerônimo disse que Luciana poderia também interpretar os ensinamentos divinos e orientar a Casa Transitória, "de algum modo", mas não tanto e tão bem quanto o padre Hipólito e a irmã Zenóbia, tendo em vista os vastos conhecimentos destes nos respectivos temas. Todas as aquisições espirituais exigem perseverança no estudo, na observação e no serviço aplicado, acrescentou Jerônimo. Há necessidade de aprender sempre. O músico exímio poderá ser aprendiz em Química, destacando-se mais tarde nesse campo científico, como se verifica na arte dos sons. Não alcançará, porém, esse desiderato sem gastar tempo, esforço e boa vontade. Zenóbia, aproveitando o ensejo, enfatizou que não podemos edificar todas as qualidades nobres de uma só vez. Cada trabalhador fiel ao seu dever possui valor específico, incontestável. E esclareceu que quando, em sua tarefa, dispunha de clarividentes nos serviços de socorro ao abismo, conseguia resultados de preciosa eficiência. Os servidores dessa natureza, porém, são poucos, em vista da multiplicidade das tarefas, e raros se dispõem a servir nas paisagens escuras da angústia infernal. Luciana disse então que teria satisfação em cooperar e contou que desenvolvera as faculdades de que era portadora, a fim de socorrer, noutro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil e que, tendo exercido certa preponderância no movimento de insurreição pública, permanecia nas esferas inferiores, alucinado pelas paixões políticas. (Cap. 4, pp. 56 e 57)

22. Sinais de alerta - De repente, invisível campainha ressoou, estridente, com estranha entonação. Em cinco segundos, alguém penetrou a sala de Zenóbia, anunciando que entidades cruéis se aproximavam. A agulha de aviso, disse o vigilante, indicava a direção norte. As entidades deveriam estar a três quilômetros, aproximadamente. Zenóbia empalideceu ligeiramente, mas não demonstrou qualquer gesto de fraqueza. Determinou que as luzes exteriores fossem acesas e ligadas as forças de defesa elétrica, reforçando a zona de repulsão para o norte. Assim os invasores se desviariam. André, olhando através de minúscula abertura, notou que enormes holofotes se acendiam de súbito, no exterior, como as luzes de grande navio assaltado por nevoeiro denso em zona perigosa. Zenóbia comentou ser lamentável que tantas inteligências humanas, desviadas do bem e votadas ao crime, se consagrassem, no plano espiritual, ao prosseguimento de atividades ruinosas e destruidoras. A tragédia bíblica da queda dos anjos luminosos, em abismos de trevas, repete-se todos os dias, disse Zenóbia. São, muitas vezes, gênios da Filosofia e da Ciência, almas de profundo valor intelectual, dedicados à opressão e à tirania. Lançados ao precipício pelo desvio voluntário, esses infelizes raramente se penitenciam e tentam recuo benéfico... Na maioria das vezes, dentro da terrível insatisfação do egoísmo e da vaidade, insurgem-se contra o próprio Criador, aviltando-se na guerra prolongada às suas divinas obras. Agrupam-se em sombrias e devastadoras legiões, operando movimentos perturbadores que desafiam a mais astuta imaginação humana e confirmam as velhas descrições mitológicas do inferno. A dirigente da Casa Transitória acrescentou, contudo, que chegará o dia da transformação dos gênios perversos em Espíritos lucificados pelo bem divino. Todo mal, ainda que perdure milênios, é transitório. Toda expressão de ignorância é fictícia. Somente a sabedoria é eterna. Na verdade, aduziu Zenóbia, alguns séculos de reencarnações terrestres constituem tempo escasso para reeducar inteligências pervertidas no crime. É por isso que os trabalhos retificadores continuam vivos, além da morte do corpo físico, obrigando os servos da verdade e do bem a suportar os irmãos menos felizes, até que se arrependam e se convertam. (Cap. 4, pp. 58 a 60)

23. Ataques com petardos magnéticos - Ruídos indefiníveis alcançaram os ouvidos de André. Em segundos, tornaram-se mais nítidos. Eram gritos aterradores, como se daí a pouco as entidades espirituais sediadas na Casa Transitória devessem afrontar hordas de enraivecidos animais ferozes. Luciana, atemorizada e nervosa, perguntou a Zenóbia se não seria conveniente fazerem fervorosa oração. Ela dizia conhecer os monstros, que, muitas vezes, tentaram arrebatar seu pai do sítio a que se recolhera. Zenóbia sorriu e respondeu que já fizera seus atos devocionais do dia, preparando-se para as ações eventuais do trabalho, e que aquela ansiosa expectativa já valia, por si mesma, por súplica ardente. O vozerio a essa altura se fizera enorme. André identificou rugidos estridentes de leões e panteras, casados a uivos de cães, silvos de serpentes e guinchos de macacos. Em dado momento, ouviram-se explosões ensurdecedoras. Foi quando um auxiliar informou: Atacam-nos com petardos magnéticos. Zenóbia não teve dúvidas, determinando: Emitam raios de choque fulminante, assestando baterias. As farpas elétricas devem ter sido atiradas em silêncio, porque as explosões diminuíram, até cessarem totalmente, percebendo-se que a horda invasora se desviara noutro rumo, pelo ruído a perder-se distante. Todos respiraram aliviados. E Zenóbia esclareceu uma dúvida levantada por André acerca das feras que tanto barulho fizeram: Enraízam-se os pobrezinhos tão intensamente nas idéias e propósitos do mal e criam tantas máscaras animalescas para si mesmos, em virtude da revolta e da desesperação a lhes consumirem a alma, que adquirem, de fato, a semelhança de horrendos monstros, entre a humanidade e a irracionalidade. (Cap. 4, pp. 60 a 62) (Continua no próximo número.)

 

[1] André Luiz absteve-se de fazer qualquer tradução incompleta e imperfeita da palestra feita pelo elevado Instrutor espiritual, atendendo a imperativos de consciência.
 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita