WEB

BUSCA NO SITE

Página Inicial
Capa desta edição
Edições Anteriores
Quem somos
Estudos Espíritas
Biblioteca Virtual
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français  
Jornal O Imortal
Vocabulário Espírita
Biografias
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English Livres Spirites en Français Spiritisma Libroj en Esperanto 
Mensagens de Voz
Filmes Espiritualistas
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Efemérides
Esperanto sem mestre
Links
Fale Conosco
Crônicas e Artigos
Ano 1 - N° 45 - 2 de Março de 2008

WASHINGTON L. N. FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP (Brasil)

Sessão de materialização descrita pelo escritor alemão Thomas Mann

O prezado colega advogado, professor de Direito e Delegado de Polícia, Dr. Luiz Carlos Rocha/SP, comentou sobre fatos espíritas contidos em uma obra do grande escritor alemão Thomas Mann (1875-1955). O comentário ensejou esse artigo. Thomas Mann foi Prêmio Nobel de Literatura em 1929. Entre suas obras principais encontra-se A Montanha Mágica (1924). Tendo ele assistido a sessões de pesquisa espírita com o pesquisador metapsiquista alemão, barão Albert de Schrenk-Notzing (1862-1929), em o livro A Montanha Mágica, Thomas Mann descreveu uma sessão espírita de efeitos físicos, com a materialização de um Espírito, da qual transcrevemos partes principais.  

Thomas Mann descreveu uma Sessão de Efeitos Físicos 

Thomas Mann contou que quatro ou cinco pessoas reuniram-se numa sala fechada, num sanatório de tuberculosos, nos Alpes suíços, e uma médium foi instalada numa simples cadeira de vime. O dirigente dos trabalhos sentou-se e apanhou-lhe as mãos, enquanto apertava os seus joelhos entre os seus. — Imite isto! — ordenou o dirigente, cedendo lugar a Hans Castorp. — O senhor deve admitir que ela está totalmente presa. Mas o senhor terá ainda uma assistente. Tenha a bondade, minha prezada Srta. Kleefeld! — a moça juntou-se ao grupo, para agarrar com ambas as mãos os pulsos frágeis da médium. No início da sessão, o dirigente pediu música e um dos presentes pôs o aparelho em ação e colocou a agulha no disco. O disco ainda não chegara ao fim quando a médium sobressaltou-se violentamente. Um tremor percorreu-a toda. O tronco inclinou-se para frente e, ao mesmo tempo, começaram os braços a mover-se de um modo estranho, avançando e recuando bruscamente. — Transe! — anunciou o dirigente. A música emudeceu. — Holger está presente? — perguntou o dirigente, se referindo à entidade que se manifestava em suas sessões. A médium estremeceu novamente. Então sentiu Hans Castorp como ambas as mãos da médium lhe apertavam as suas forte e rapidamente. — Ela me aperta as mãos — comunicou aos outros. — Ele — corrigiu-o o dirigente. — Foi ele quem as apertou. Salve, Holger — continuou com untuosidade. — Seja bem-vindo, de todo o coração, companheiro! E permite que te recorde isto: a última vez que estiveste entre nós, prometeste que chamarias qualquer defunto, e que o tornarias visível aos nossos olhos mortais. Estás disposto e te sentes capaz de cumprir hoje esta promessa? A médium tremeu outra vez. Hesitou antes de responder. Depois, segredou ao ouvido de Hans Castorp um “Sim” ardente. — Ele disse “Sim” — informou Hans Castorp.  — Muito bem, Holger ! — disse o dirigente à entidade que se manifestara. Temos confiança em que farás lealmente tudo quanto estiver em teu poder. Logo saberás o nome do ente querido cujo comparecimento desejamos... Amigos — continuou —, digam de uma vez! Quem é que tem um desejo? Qual é a criatura que nosso amigo Holger deve fazer aparecer? Seguiu-se um profundo silêncio. Também Hans Castorp não se adiantou. Mas como aquilo se prolongasse por muito tempo, voltou a cabeça para o dirigente da sessão e disse com voz velada: — Eu queria ver o meu falecido primo Joachim Ziemssen. Foi um alívio para todos. — Ótimo — disse o dirigente. — Ouviste, Holger? Em vida, não conhecias a pessoa que te foi designada. Será que a reconheces no Além das coisas e estás disposto a guiá-la até nós? A médium gingava, dava suspiros, estremecia. Parecia procurar e lutar, enquanto se deixava cair ora para um, ora para outro lado, murmurando palavras incompreensíveis. Finalmente recebe Hans Castorp de ambas as mãos da médium o aperto que significava “Sim”. Decorridos então alguns minutos de suspense, ninguém falava, apenas ouvia-se baixinho uma música. Os olhos dos presentes, pouco a pouco, se haviam habituado com a semi-escuridão, a ponto de dominarem a maior parte do aposento. Nisso, um dos presentes disse com voz chorosa: — Já faz tempo que eu o estou vendo! Chiando em vão através do silêncio, a agulha prosseguia a percorrer a parte central do disco. Então, Hans Castorp levantou a cabeça, e seus olhos tomaram a direção certa. Havia no aposento uma pessoa a mais. Ali, a alguma distância do grupo, nos fundos da sala, no ponto em que os restos da luz vermelha quase se confundiam com a escuridão, de modo que a vista mal avançava até ele, ali entre o lado comprido da escrivaninha e o biombo, numa poltrona, estava sentado Joachim. Era Joachim, com as sombras das faces encovadas e com a barba de guerreiro dos seus últimos dias, essa barba no meio da qual ressaltavam, cheios e altivos, os lábios. Recostava-se ao espaldar e tinha uma perna cruzada sobre a outra. Não obstante a coberta da cabeça que lhe obscurecia as feições, distinguia-se novamente no seu rosto o cunho de sofrimento, bem como aquela expressão grave, austera, que lhe conferira tanta beleza viril; e continua...  

Enfim, em A Montanha Mágica o autor descreveu perfeitamente uma sessão de efeitos físicos, e os seguidores da Doutrina Espírita têm o instrumental perfeito para melhor compreender os fatos, ficando o registro deste livro de alcance internacional, escrito pelo grande escritor alemão, Nobel de Literatura, de interesse para o Espiritismo.


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita