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Estudando a série André Luiz
Ano 1 - N° 45 - 2 de Março de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Obreiros da Vida Eterna
André Luiz
(1a Parte)

Iniciamos nesta edição o estudo da obra Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1946 pela editora da Federação Espírita Brasileira, a qual integra a série iniciada com o livro Nosso Lar.  

Questões preliminares

A. Existem também, no chamado plano espiritual, sociedades e instituições, templos e lares, onde vivem pessoas?

R.: Sim. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a Imensidade. Tal como acontece aos que chegam à Crosta, os que dela saem encontram igualmente sociedades e instituições, templos e lares, onde o progresso continua para o Alto, a mostrar-nos que a morte é campo de seqüência, sem ser fonte milagreira. (Obreiros da Vida Eterna, prefácio, pp. 7 a 10.)

B. Que fato levou o instrutor Albano Metelo a engajar-se no serviço de auxílio ao próximo?

R.: Distantes dos teatros de angústia, vinculados à colônia espiritual "Nosso Lar", nem sempre os Espíritos formulam uma idéia exata da ignorância e da dor que atormentam a mente humana, quanto aos problemas da morte; mas, quando deles tomam conhecimento, sentem a necessidade de auxiliar os que jazem na retaguarda, visto que não é completo o regozijo havendo lágrimas atrás de nossos passos. No seu caso pessoal, o fato determinante foi haver tomado conhecimento de que o próprio Jesus continua a visitar as regiões de sofrimento levando o socorro aos que sofrem. (Obra citada, cap. 1, pp. 13 a 18.)

C. Que é que o instrutor Metelo disse a respeito da estrutura física do mundo espiritual?

R.: Ele disse que os desencarnados se encontram em outro campo de matéria variada, noutros domínios vibratórios do próprio planeta e que as dependências da Terra não se restringem à Esfera da Crosta sobre a qual os homens pousam os pés. (Obra citada, cap. 1, pp. 18 a 20.)

D. No Santuário da Bênção reuniram-se três grupos socorristas, dirigidos respectivamente por Semprônia, Nicanor e Jerônimo. Que tarefas deveriam eles desenvolver na Crosta?

R.: O grupo dirigido por Semprônia seguiria em tarefa de amparo aos asilos de crianças desprotegidas; a equipe chefiada por Nicanor se dedicaria à colaboração, por algum tempo, nas tarefas de assistência aos loucos de antigo hospício e, por fim, o grupo conduzido por Jerônimo tinha por objetivo na Crosta auxiliar cinco amigos em processo de desencarnação. (Obra citada, cap. 2, pp. 25 e 26.) 

Texto para leitura

1. O mistério da morte - Emmanuel, em seu prefácio, nos diz que o homem moderno, embora esteja devassando os segredos da estratosfera e do subsolo, esbarra, ante os pórticos do sepulcro, com a mesma aflição dos egípcios, dos gregos e dos romanos de épocas recuadas. Os séculos que varreram civilizações e refundiram povos, não transformaram a misteriosa fisionomia da sepultura. A morte continua ferindo sentimentos e torturando inteligências. Foi o Espiritismo, segundo Emmanuel, que começou o inapreciável trabalho de positivar a continuação da vida além da morte, fenômeno natural no caminho da ascensão. Esferas múltiplas de atividade espiritual interpenetram-se nos diversos setores da existência. A morte não extingue a colaboração amiga, o amparo mútuo, a intercessão confortadora, o serviço evolutivo. As dimensões vibratórias do Universo são infinitas, como infinitos são os mundos que povoam a Imensidade. Lembra ele que Kardec refere-se em sua obra várias vezes à erraticidade, onde considerável número de criaturas humanas desencarnadas estaciona. Emmanuel acrescenta que transferir-se alguém da esfera carnal para a erraticidade não significa ausentar-se da iniciativa ou da responsabilidade, nem vaguear em turbilhão aéreo, sem diretivas essenciais. E lembra que, como acontece aos que chegam à Crosta, os que dela saem encontram igualmente sociedades e instituições, templos e lares, onde o progresso continua para o Alto, a mostrar-nos que a morte é campo de seqüência, sem ser fonte milagreira,  e que, aqui ou além, o homem é fruto de si mesmo, e as leis divinas são eternas organizações de justiça e ordem, equilíbrio e evolução. (Prefácio, pp. 7 a 10)

2. O Templo da Paz - Jerônimo conduziu André e seus amigos ao Templo da Paz, situado na zona consagrada ao serviço de auxílio, onde esclarecido instrutor comentaria as necessidades de cooperação junto às entidades infelizes, nos círculos mais baixos da vida espiritual que rodeiam a Crosta. Edificado no sopé de graciosa colina, o Templo apresentava aspecto festivo, em virtude da iluminação feérica que projetava singulares efeitos nos caminhos adjacentes. Suas torres, à maneira de agulhas brilhantes, alongavam-se pelo céu, contrastando com o indefinível azul da noite clara. Numerosos grupos de irmãos se dirigiam ao interior; eram entidades de todas as condições, mostrando o interesse geral pelas lições em perspectiva. Jerônimo, André, padre Hipólito e a enfermeira Luciana formavam pequena equipe de trabalho incumbida de operar na Crosta, durante trinta dias, em caráter de auxílio e estudo, com vistas ao seu desenvolvimento espiritual. Naquela noite, falaria no Templo o Instrutor Albano Metelo, um denodado trabalhador das tarefas de auxílio aos ignorantes e sofredores dos círculos imediatos à Crosta, que apareceu na tribuna sob a figura de um ancião de porte respeitável, cujos cabelos lhe teciam uma coroa de neve luminosa e de cujos olhos, calmos e lúcidos, irradiavam-se forças simpáticas que, de súbito, dominaram os corações dos presentes. (Cap. 1, pp. 11 a 13)

3. A palavra de Albano Metelo - Depois que o Instrutor Metelo estendeu sobre a assembléia sua mão amiga, ouviu-se o coro do Templo da Paz entoando o hino "Glória aos Servos Fiéis", cuja letra roga ao Senhor suas bênçãos para seus servos fiéis, desfilando versos lindíssimos em homenagem aos mensageiros do Cristo que semeiam a esperança onde passem. O Instrutor ouviu o hino, de olhos molhados, enquanto a maioria da assembléia disfarçava discretamente as lágrimas que os acentos harmoniosos do cântico lhe arrancavam do coração. Em sua palestra, o Instrutor apelou para as energias mais recônditas dos cooperadores ali presentes, recordando que as zonas purgatoriais multiplicavam-se, assustadoramente, em torno dos homens encarnados. Distantes dos teatros de angústia, vinculados à colônia espiritual "Nosso Lar", nem sempre os Espíritos formulam uma idéia exata da ignorância e da dor que atormentam a mente humana, quanto aos problemas da morte; mas, quando deles tomam conhecimento, sentem a necessidade de auxiliar os que jazem na retaguarda, visto que não é completo o regozijo havendo lágrimas atrás de nossos passos. É, sem dúvida, nobre todo impulso de atingir o cume; entretanto, que veremos após a ascensão? Metelo fez a indagação e ele mesmo respondeu dizendo que, entre os júbilos de alguns, identificaríamos a ruína e a miséria de multidões incalculáveis... (Cap. 1, pp. 13 a 16)

4. Um sol penetra o antro das sombras - O Instrutor Metelo lembrou então sua experiência pessoal em busca da iluminação própria, que noutro tempo ele procurara atingir, apressadamente. A Luz o fascinava e, por isso, rompeu todos os laços que o retinham em baixo, encetando a jornada ascensional. No início, feriu-se nos espinhos pontiagudos da estrada e experimentou atrozes desenganos... Conseguiu, porém, vencer os óbices imediatos, ganhando, jubiloso, pequenina eminência. Olhando em torno de si espantou-o, contudo e de modo intenso, a visão terrífica do vale: o sofrimento e a ignorância dominavam em plena treva. Disputas, ódios, egoísmo e a vaidade imperavam, criando sofrimentos por toda parte. Metelo chegou a julgar-se feliz, diante da posição que o distanciava de tantas angústias; mas, quanto mais se vangloriava, eis que certa noite notou que o vale fora invadido por refulgente luz. Que sol misericordioso visitava o antro sombrio da dor? Seres angélicos desciam, céleres, de radiosos pináculos, acorrendo às zonas mais baixas, obedecendo ao poder de atração da claridade bendita. Perguntou, então: "Que acontecera?" Um mensageiro espiritual lhe respondeu: "O Senhor Jesus visita hoje os que erram nas trevas do mundo, libertando consciências escravizadas". Aquilo lhe serviu de grande lição: para onde marchava seu Espírito, despreocupado da imensa família humana? por que se enojar ante o vale, se o próprio Jesus trabalhava, solícito, para que a Luz de Cima penetrasse as entranhas da Terra? como subir sozinho, organizando um céu exclusivo para sua alma, lastimavelmente abstraído dos valores da cooperação que o mundo lhe prodigalizava com generosidade e abundância? Metelo deteve-se então e voltou nos próprios passos, porquanto, à medida que os Espíritos penetram o domínio das alturas, imprimem-se em sua mente e coração as leis sublimes da fraternidade e da misericórdia, tal como ocorreu com os grandes orientadores da Humanidade, que não mediram a própria grandeza senão pela capacidade de regressar aos círculos da ignorância, para exemplificar o amor e a sabedoria, a renúncia e o perdão aos semelhantes. (Cap. 1, pp. 16 a 18)

5. Céu e inferno estão dentro de nós mesmos - O palestrante disse também que é comum pensar que vaidade e egoísmo somente vitimam os homens encarnados. Sabemos hoje, porém, que depois do túmulo há simplesmente continuação da vida. Céu e inferno residem dentro de nós. A virtude e o defeito, o equilíbrio e a desarmonia, o esforço de elevação e a probabilidade da queda continuam no além-túmulo, compelindo a todos à serenidade e à prudência. Esclareceu então: "Não nos encontramos senão em outro campo de matéria variada, noutros domínios vibratórios do próprio planeta em cuja Crosta tivemos experiências quase inumeráveis". É por isso que a solidariedade deve estar presente na vida de todos, certos de que há multidões de pessoas a errarem "no vale da sombra e da morte", aguardando a ajuda dos benfeitores desencarnados, dado que pouco, a esse respeito, pode-se esperar dos irmãos encarnados, que não conseguem entender que as dependências da Terra não se restringem à Esfera da Crosta sobre a qual os homens pousam os pés. Com efeito, acentuou o Instrutor Metelo, os braços acolhedores deste planeta se estendem pelo espaço além, ofertando a todos outros campos de aprimoramento e redenção.  (Cap. 1, pp. 18 a 20)

6. Zonas purgatoriais - O Instrutor Metelo insistiu ainda uma vez em que não podemos desdenhar a honra de servir, de conformidade com os desígnios do Divino Mestre Jesus, recordando que a semeadura do bem produzirá a felicidade sem fim... Depois, após invocar as Forças Divinas, raios de claridade azul-brilhante choveram no recinto, trazendo a resposta do Plano Superior. Foi quando Metelo fez exibir num grande globo de substância leitosa, situado na parte central do Templo, vários quadros vivos do seu campo de ação nas zonas inferiores. Tratava-se de fotografia animada, com apresentação de todos os sons e minúcias anatômicas inerentes às cenas observadas por ele, em seu ministério de bondade cristã. Desencarnados infelizes, em despenhadeiros de dor, imploravam piedade. Monstros de variadas espécies, desafiando as antigas descrições mitológicas, compareciam horripilantes, ao pé de vítimas desventuradas. As paisagens não somente emocionavam: infundiam terror. Na intimidade da massa leitosa, adquiriam expressões de vivacidade indescritível. Apareciam soturnas procissões de seres humanos despojados do corpo, sob céus nevoentos e ameaçadores, cortados de cataclismos de natureza magnética. Pela primeira vez, André contemplava semelhante demonstração, sem disfarçar a emoção. Para onde iam aquelas fileiras imensas de Espíritos sofredores? como se sustentariam os ajuntamentos de almas desalentadas e semi-inconscientes? E o Instrutor Metelo revelou que ali, naqueles centros expiatórios, se encontravam aqueles que foram, na última existência terrestre, os seus próprios pais, prisioneiros ainda de torturantes recordações. (Cap. 1, pp. 21 e 22) 

7. As tarefas de auxílio são as mais variadas - Finda a palestra, vários grupos foram apresentados ao Instrutor Metelo por um dos dirigentes do Templo. A impressão era de que a assembléia formava-se quase integralmente de legítimos interessados nos trabalhos espontâneos de ajuda ao próximo. Ali estavam reunidas equipes que se consagravam às mais diferentes missões. Uns dedicavam-se ao amparo de criminosos desencarnados, outros ao socorro de mães aflitas colhidas pela desencarnação inesperada, outros se interessavam pelos ateus, pelas consciências encarceradas no remorso, pelos enfermos na carne, pelos agonizantes na Crosta, pelos Espíritos dementados, pelas crianças desencarnadas em dificuldade, pelas almas desanimadas e tristes, pelos desequilibrados de todos os matizes, pelos missionários perdidos ou desviados, pelas entidades jungidas às vísceras cadavéricas, pelos trabalhadores da Natureza necessitados de inspiração e carinho. A todos o mentor endereçava uma sentença generosa de estímulo e admiração. A equipe chefiada por Jerônimo, formada por um ex-padre católico, uma enfermeira e um médico, além do Assistente, tinha por objetivo atender a cinco dedicados colaboradores da causa do bem, prestes a desencarnarem na Crosta. Quando o pequeno grupo saiu do Templo da Paz, lá fora a noite de maravilhas era bem uma festa silenciosa, em que o aroma das flores convidava para o banquete celeste da luz. (Cap. 1, pp. 23 e 24)

8. No Santuário da Bênção - Na véspera da partida, o grupo de André Luiz foi ao Santuário da Bênção, situado na zona dedicada aos serviços de auxílio, onde, conforme Jerônimo havia informado, receberiam a palavra de mentores iluminados, habitantes de regiões espirituais mais elevadas. Jerônimo não desejava partir sem uma oração no Santuário, o que fazia habitualmente, antes de entregar-se aos trabalhos de assistência sob sua direta responsabilidade. À tardinha, pois, encontraram-se os companheiros em vastíssimo salão, singularmente disposto, onde grandes aparelhos elétricos se destacavam, ao fundo, atraindo-lhes a atenção. A reduzida assembléia era seleta e distinta. A casa não recebia mais de vinte expedicionários de cada vez. Por isso, apenas três grupos de socorro, prestes a partir a caminho de regiões inferiores, aproveitavam a oportunidade naquela noite: o grupo dirigido por Semprônia, que seguiria em tarefa de amparo aos asilos de crianças desprotegidas; a equipe chefiada por Nicanor, que se dedicaria à colaboração, por algum tempo, nas tarefas de assistência aos loucos de antigo hospício, e, por fim, o grupo conduzido por Jerônimo, cuja finalidade na Crosta era auxiliar cinco amigos em processo de desencarnação. O Instrutor Cornélio, que era o diretor da instituição, demonstrava simplicidade e fidalguia para com todos.  (Cap. 2, pp. 25 e 26) (Continua no próximo número.)
 

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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita